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Elefantes podem ser extintos em cem anos na África

 

elefantes
Especialistas estimam que desde 2010, 35 mil elefantes tenham sido mortos por caçadores na África

 

Um dos símbolos da África, os elefantes podem desaparecer do continente em cem anos se nada for feito para frear a matança desses animais, afirmaram cientistas americanos.

Segundo eles, o número de mortes de elefantes supera atualmente o de nascimentos, provocando um desequilíbrio que pode levar à extinção da espécie.

Somente no ano passado, os especialistas estimam que, desde 2010, 35 mil elefantes tenham sido mortos todos os anos por caçadores na África.

O estudo, conduzido por cientistas da Universidade do Estado do Colorado, foi publicado na publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

De acordo com o autor da pesquisa, George Wittemyer, “nós estamos exterminando populações inteiras de elefantes no continente”.

Perda irreparável

O comércio ilegal de presas de elefantes seria um dos fatores por trás do número crescente de mortes desses animais, acreditam os estudiosos.

Segundo eles, o tráfico desse tipo de produto cresceu exponencialmente nos últimos anos e um quilo de marfim pode valer hoje milhares de dólares. Muita da demanda vem de um mercado em ascensão na Ásia.

Enquanto ambientalistas sempre disseram que a perspectiva era desoladora, o estudo fornece uma avaliação detalhada do impacto desse comércio na população de elefantes africanos.

Os pesquisadores descobriram, por exemplo, que entre 2010 e 2013, o número desses animais caiu a uma média anual de 7% no continente.

Como os elefantes crescem a uma taxa de 5% anualmente, o resultado é que mais animais morrem do que nascem.

Julian Blanc, da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites, na sigla em inglês), que também participou do estudo, afirmou: “Se isso se sustentar, nós vamos observar reduções significativas na população desses animais nos próximos anos”.

“Outra coisa a se ter em mente é que áreas diferentes também são afetadas de forma diferente”.

“Ainda há populações de elefantes aumentando de tamanho em partes da África, como Botsuana. Mas em outros lugares, a taxa de animais mortos vítimas de caçadores é extremamente alta. Esse é o caso, por exemplo, da África Central”.

Na região, a estimativa é de que o número de elefantes caiu cerca de 60% na última década.

Para Wittemyer, “estamos falando da aniquilação do maior e mais velhos dos elefantes”.

“Isso significa a destruição de machos reprodutores primários e de matriarcas de famílias inteiras e mães. Isso deixa para trás muitos elefantes jovens órfãos e clãs despedaçados”.

Ambientalistas defendem medidas urgentes contra a mortandade de elefantes.

Para John Scanlon, secretário-geral da Cites, “o mundo precisa decidir quanto mais esforço quer colocar na preservação dessa magnífica espécie e se está preparado para mobilizar os recursos humanos e financeiros necessários para isso”.

“Em termos concretos, precisamos nos concentrar na linha de frente e enfrentar todos os elos da cadeia de comércio ilegal de marfim – melhorando os meios de subsistência locais (para aqueles que co-habitam com elefantes), fortalecer a execução das leis e da governança e reduzir a demanda pelo marfim ilegal”.

Matéria da BBC Brasil, reproduzida pelo EcoDebate, 19/08/2014


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One thought on “Elefantes podem ser extintos em cem anos na África

  • artur Lopes Rodrigues

    É bom que o Mundo acorde de vez para estes problemas.
    Isto é o resultado do crescimento dos BRIC, que com grande poder de compra, não olham a meios para atingir os fins. A Africa está a ser delapidada em todas as potencialidades, e com vistas largas dos seus governantes se não com a sua conivência e interesses. É na fauna, é na flora, é no subsolo, é no mar, é nas pessoas.
    Destroem-se massivamente as florestas em Moçambique e em Angola e Guiné. Esgotam-se os recursos que amanhã vão fazer falta. A China apontou baterias para Africa, numa estratégia que já vem de longe, por isso apoiou os movimentos de libertação e de exploração. Mas o Brasil está nas mesmas condições, exógenas e endógenas.

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