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Especialistas defendem ação do governo para evitar desabastecimento de energia

 

torres de transmissão

 

Com o nível dos principais reservatórios das hidrelétricas abaixo do esperado ao final do período chuvoso, especialistas da área energética defendem que o governo tome uma posição mais firme para diminuir o consumo de energia no país, e assim evitar um desabastecimento no fim do ano. Nessa segunda-feira (28), o armazenamento dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste estava em 38,16% da capacidade máxima. De maio até o final de novembro, é esperado um período com menos chuvas.

O presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, defende que, em primeiro lugar, o assunto seja tratado com transparência pelo governo. “Ao negar que existe uma situação extremamente crítica, o governo deixa de contar com a sociedade para se preparar para uma situação que pode vir a ocorrer.”

Para Sales, o governo está em um dilema: ou promove algum tipo de racionamento do consumo de energia agora, aumentando a chance de chegar a novembro em uma situação mais confortável, ou deixa o quadro como está e corre o risco de ter um racionamento mais profundo ou até desabastecimento ao final do ano. “Aí sim, se acontecer esse cenário, o custo para a sociedade seria ainda muito maior, porque chegaríamos com reservatórios muito baixos e não teria como atender à demanda, e poderia ter grandes apagões.”

Nivalde de Castro, que coordena o Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defende uma campanha de conscientização promovida pelas distribuidoras de energia para diminuir o consumo residencial voluntariamente. “Isso é interesse das distribuidoras porque elas reduziriam os gastos com termelétricas”, aponta. Para o consumo das indústrias, ele defende uma medida por parte do ONS, para reduzir o consumo, por meio de férias coletivas, por exemplo, ou até mesmo para estimular a importação de energia neste momento crítico.

Na avaliação de Castro, se medidas como essas não forem adotadas, existe a probabilidade de virar o ano em uma situação muito crítica. “Nesta trajetória, o cenário é muito sombrio”. Ele também defende que a questão seja tratada tecnicamente, sem viés político. “A decisão está sendo influenciada pelo cenário eleitoral, o que é muito ruim.”

Em nota, o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, informou ontem (29) que os estudos técnicos realizados com base na atual situação dos reservatórios e nas condições hidrológicas previstas não indicam a necessidade de adoção de cortes de energia. “No entanto, caso ocorra um agravamento das condições hidrológicas no período de maio a novembro, diferentemente do que é atualmente esperado, o ONS poderá propor medidas adicionais às autoridades setoriais, de forma que fique garantido o fornecimento de energia elétrica para a sociedade”, disse Chipp.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) deverá decidir na próxima semana se o governo tomará alguma atitude em relação à situação dos reservatórios das hidrelétricas. Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, com o fim do período de chuvas, o grupo deve fazer uma avaliação mais conclusiva sobre a situação. “Terminado o período úmido, o período seco é mais previsível, tem um volume de chuva que não afeta de forma tão relevante o armazenamento dos reservatórios”. Rufino disse que o CMSE discute ações educativas para a população, mas até agora não tomou nenhuma decisão neste sentido.

Reportagem de Sabrina Craide, da Agência Brasil, no EcoDebate, 30/04/2014


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