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Relatório da ONU aponta que população mundial vai precisar de 40% a mais de água em 2030

 

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água (22 de março), a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que, em 2030, a população global vai necessitar de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia. Neste ano, as celebrações giram em torno do tema Água e Energia e a relação arraigada entre esses dois elementos foi destaque na reunião da ONU, em Tóquio, para celebrar o dia.

Água e energia estão entre os desafios globais mais iminentes, segundo o secretário-geral da Organização Meteorológica Global e membro da ONU-Água, Michel Jarraud, em nota divulgada pela organização.

Atualmente, 768 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada, 2,5 bilhões não melhoraram suas condições sanitárias e 1,3 bilhão não têm acesso à eletricidade, de acordo com a ONU.

A situação é considerada inaceitável por Jarraud. Segundo ele, outro agravante é que as pessoas que não têm acesso à água tratada e a condições de saneamento são, na maioria das vezes, as mesmas que não têm acesso à energia elétrica.

O Relatório Global sobre Desenvolvimento e Água 2014, de autoria da ONU-Água, reforça a necessidade de políticas e marcos regulatórios que reconheçam e integrem abordagens sobre prioridades nas áreas de água e energia.

O documento destaca como assuntos relacionados à água impactam no campo da energia e vice-versa. Um dos exemplos citados lembra que a seca diminui a produção de energia, enquanto a falta de acesso à energia elétrica limita as possibilidades de irrigação.

Ainda de acordo com o relatório, 75% de todo o consumo industrial de água é direcionado para a produção de energia elétrica.

Energia e água estão no topo da agenda global de desenvolvimento, segundo o reitor da Universidade das Nações Unidas, David Malone, que este ano é o coordenador do Dia Mundial da Água em nome da ONU-Água, juntamente com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido).

O diretor-geral da Unido, Li Yong, destacou a importância da água e da energia para um desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável. “Há um forte clamor hoje para a integração da dimensão econômica e o papel desempenhado pela indústria das manufaturas em particular, na direção das prioridades de desenvolvimento pós?2015. A experiência mostra que intervenções ambientalmente saudáveis nas indústrias de transformação podem ser altamente efetivas e reduzir significativamente a degradação ambiental. Eu estou convencido que um desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável será um elemento chave para uma integração bem sucedida das dimensões econômica, social e ambiental,” declarou Li, em nota da ONU.

O Dia Mundial da Água foi instituído em 1992. Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, a data é referência para as discussões em busca de soluções para os conflitos existentes entre oferta e demanda de água ao redor do mundo.

 

Relatório da ONU aponta que população mundial vai precisar de 40% a mais de água em 2030

 

Reportagem de Andreia Verdélio, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 21/03/2014


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6 thoughts on “Relatório da ONU aponta que população mundial vai precisar de 40% a mais de água em 2030

  • Bruno Versiani

    Superpopulação: a verdade que não quer calar (e as pessoas insistem em não enxergar).

  • Valdeci Silva.

    “Eu estou convencido que um desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável será um elemento chave para uma integração bem sucedida das dimensões econômica, social e ambiental” Li Yong.

    Ele também deve está convencido de que Papai Noel existe.

  • anhieta mendes

    O problena da água neste planeta sacrificado, é mais grave do que se fala.O pior é que as autoridades, as instituições mais importantes bem poderiam exigir maiores campanhas educativas, projetos e programas que possam, pelo menos, minimizar tão grave problema que afetará o mundo. Mãos à obra. ECODEBATE vem fazendo, muito bem, a sua parte. Parabéns – anchieta mendes

  • Paulo Afonso da Mata Machado

    Meu caro primo Bruno Versiani,
    Permita-me discordar do seu posicionamento. Nenhuma espécie animal, incluindo a espécie humana, consegue ter uma população tal que prejudique o planeta. Atingido o limite natural da população da espécie, ao começar a concorrência por alimento, a população tende a diminuir. Isso acontece com bactérias, fungos e com os demais microrganismos. Ocorre com peixes, anfíbios, aves e mamíferos. Por que não ocorreria com a espécie humana?
    A água não pode jamais ser um fator limitante da espécie humana, mesmo porque só iniciamos timidamente a dessalinizacao da água do mar. Não aproveitamos a água de geleiras nem se poços com mais de100 metros de profundidade. Usamos a água uma vez e a descartamos, pois o reuso e ainda muito precário.
    Teremos que diminuir a população da Terra antes de fazermos progresso nesse sentido?

  • Valdeci Silva.

    O caso da espécie humana, prezado Paulo Afonso da Mata Machado, é particular. Em seu processo evolutivo, a espécie desenvolveu grande inteligência, o que possibilitou que ela sobrevivesse, enquanto tantas outras pereceram. Mesmo assim, até alguns séculos atrás, a espécie tinha a sobrevivência sob ameaça, mas o desenvolvimento científico-tecnológico, ocorrido nos últimos dois séculos, principalmente, permitiu crescimento excessivo da população humana. Existem estudos que comprovam que o planeta Terra já está sendo explorado quarenta por cento além do limite suportável, e, a continuar assim, sendo cada vez mais explorado, e sem condição de se refazer, certamente acontecerá o colapso. Ou seja, o desenvolvimento científico-tecnológico que garantiu a sobrevivência da espécie, ele mesmo poderá ser a causa da sua extinção, se não houver uma reorganização social da humanidade, que leve à utilização criteriosa desse conhecimento e manutenção de uma população humana que possa viver e conviver em harmonia perfeita com o meio ambiente, preservando as demais espécies vivas, animais e vegetais.

  • Paulo Afonso da Mata Machado

    Meu caro Valdeci,
    Sou cético com relação a previsões apocalípticas, especialmente as que prevêm o fim da espécie humana. Não creio que a humanidade teve sua sobrevivência ameaçada há alguns séculos. No meu entender, o homem é o lobo do homem, ou seja, a espécie humana somente se extinguirá no caso de uma guerra nuclear que torne o planeta inabitável.
    Como você disse, a espécie humana desenvolveu maior inteligência que as demais espécies animais e, por isso, consegue resolver problemas causados por ela própria, inclusive pelo aumento progressivo de sua população.
    Particularmente com relação à água, entendo que o aumento da população da Terra, causado pelo desenvolvimento da medicina, da indústria farmacêutica, do saneamento básico, da produção de alimentos e pelo progresso científico em geral, é um desafio importante para descobrirmos novas fontes de água doce.
    A Líbia, que tem uma grande área desértica, já importou icebergues para obter água doce. A Arábia Saudita é a campeã na dessalinização da água do mar. A Namíbia foi o primeiro país a transformar o esgoto em água potável, sendo seguida por outros, inclusive os Estados Unidos.
    As possibilidades são, portanto, inumeráveis. Penso que, antes de fazermos uma campanha para a redução da população no planeta por causa da água, o que temos a fazer é aumentar as fontes de captação de água doce.
    As possibilidades são muitas.

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