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Artigo

Sol. Por que não aproveitar esse ‘mundão’ de energia? artigo de Ricardo Machado

 

energia solar

 

[EcoDebate] Ao longo da história do progresso da humanidade, a utilização prioritária de energias não renováveis vem causando sérios problemas ambientais nas várias partes do nosso planeta, e a tendência é de esgotamento e/ou escassez, fato que provocará sérios problemas de ordem econômica e social nas várias partes do mundo. A utilização de energias alternativas se constitui em providências imprescindíveis à infraestrutura necessária para garantir tranquilidade à existência humana. Nesse contexto, a energia solar aparece como uma excelente alternativa, notadamente nas regiões de maior incidência de calor proveniente do sol que é extremamente abundante em nosso Estado, e o maior aproveitamento da energia dele proveniente vai beneficiar não somente o meio ambiente, mas os próprios consumidores, que passarão a dispor de uma energia limpa, renovável e muito mais barata

O cenário de demanda crescente e escassez de recursos naturais impõem ao gestor público a busca por novos modelos de produção de energia, preferencialmente por processos que não causem danos ao meio-ambiente. O estímulo à produção de eletricidade pelo aproveitamento da luz solar não é apenas necessidade, mas obrigação para o desenvolvimento de qualquer plano racional de expansão da oferta desse insumo no País. “Trata-se de geração de energia limpa e renovável, cuja matéria prima é inesgotável e abundante, além de, obviamente, gratuita.” (Julio Campos).

O Brasil e rico em recursos naturais e possui recursos humanos disponíveis para atuar na geração de energia solar fotovoltaica. No entanto, apesar de notáveis esforços em algumas fontes renováveis de energia, são poucos os resultados que promovam a inserção da energia fotovoltaica na matriz elétrica nacional. As Parcerias Públicas Privadas (PPPs) são o futuro das relações entre poder público e setor privado, e essa modalidade de concessão representa a ponte para o desenvolvimento do Brasil. Com a crescente necessidade de se economizar dinheiro e recursos naturais, mediante uma tecnologia sustentável, um dos grandes trunfos é a sustentabilidade gerando economia tanto financeira quanto ecológica, e o resultado é mais satisfatório, As fontes naturais de energia são gratuitas e não prejudicam o meio ambiente, pode ser realizado por meio de uma PPP, em que tanto o setor público quanto a iniciativa privada usufruem dos benefícios a curto, médio e longo prazo.

A tendência mundial é a busca por novas fontes de energia que possam atender ao acelerado crescimento da demanda, de forma não poluente e sustentável. No Brasil, temos diversas fontes energéticas, sejam as que já estão consolidadas como as que despontam no cenário, a médio e longo prazo. No caso da geração de energia elétrica a partir de fontes fotovoltaicas o mercado brasileiro é extremamente promissor. Além do fato do país possuir uma fonte inesgotável do principal insumo, o Sol, também dispõe da matéria prima essencial para produção do silício utilizado na fabricação das células fotovoltaicas. A cogeração de energia solar, por sua vez, permite que alguns anos após o investimento, o consumidor nem tenha conta de luz para pagar, apenas a taxa de utilização da rede. Uma nova resolução do governo permite que residências e pequenas empresas façam geração para a rede nacional. Mas a falta de incentivos é um obstáculo.

O atraso na energia solar fotovoltaica se deve, segundo o consultor Carlos Faria Café, a um intenso lobby para manter as usinas e o negócio na mão de poucos. Ele refere-se então a existência de tecnologias paradas no tempo em universidades. E conclui reiterando que a energia solar é de longe a mais barata fonte de energia. Produzindo energia solar perto do local de consumo (em nossos telhados), seus custos são bastante competitivos, escreve ainda o consultor Carlos Faria Café. Evitam-se grandes usinas e linhas de transmissão: a infraestrutura está pronta e vem do sol de graça. Em várias regiões do Brasil, hoje já é mais barato produzir a própria energia do que comprar das distribuidoras.”

Temos um país com alto potencial para a geração de energias renováveis, A localização geográfica do Brasil favorece a geração de energia solar em grande escala em regiões onde o sol brilha o ano inteiro. “Moro num país tropical, abençoado por Deus” (Jorge Ben Jor), e rico em energia por natureza e que, por isso mesmo, deveria fazer mais para aproveitar um de seus mais preciosos recursos naturais: a energia proveniente do Sol. Porém, a má administração do governo faz com que ele desperdice oportunidades de explorar fontes de energia limpa. Está na hora de mudar o dito popular “Deixa estar para ver como é que fica”

Os investimentos em ciência e pesquisa também são baixos, ficando concentrados nas áreas ligadas ao petróleo e a biocombustíveis”. O discurso oficial sempre pendeu mais para “vamos esperar o preço cair’ do que para criar legislação que incentive essas energias renováveis.” (Ricardo Baitelo).

Ninguém tem dúvidas de que as energias renováveis vão dominar no futuro. É um processo irreversível, com a Resolução 482 da Aneel*, publicada em dezembro de 2012, abrem-se perspectivas para que os brasileiros possam gerar sua própria energia através do mecanismo de net-metering, onde é possível instalar uma usina solar em nosso telhado e, através do uso de um relógio de medição bidirecional, trocar energia com a distribuidora. “A saída para o desenvolvimento da produção solar, segundo Lima, é através da Geração Distribuída, com a instalação de painéis fotovoltaicos em casas, empresas, estabelecimentos comerciais e prédios, por exemplo.”

Fica o questionamento. Você já se perguntou por que não usar a energia solar? O Sol brilha, despejando 1000 watts de energia por metro quadrado da superfície do nosso planeta. Por que não aproveitar esse mundão de energia?

Ricardo Machado. Ambientalista, Administrador de Empresas e Voluntário Greenpeace/grupo Rio.

Referencias.

*A Resolução Normativa (RN) 482 de 17/04/12, publicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) regulamenta a micro e mini produção de energia, ou seja, proprietários de residências, comércio e indústria poderão produzir sua própria energia e, a maior novidade, é que a energia gerada e não consumida no local possa ser enviada à rede para consumo em outro ponto e gerar créditos para o consumidor na próxima fatura.

* Baitelo, Ricardo. Coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil.

* Café, Carlos Faria.Fundador e presidente da Studio Equinocio

* Jor. Jorge Ben. Jorge Duílio Lima Meneses. Compositor e cantor

* Lima, Hudson. Economista do Departamento de Energia e Tecnologias Limpas

* Financiadora de Estudos e Projetos – Finep

* Campos. Julio José de. Deputado Federal Júlio Campos (DEM/MT)

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=124741

http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/brasil-nao-e-potencia-verde-por-ma-administracao-e

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/MEIO-AMBIENTE/460232-PROPOSTA-CONCEDE-INCENTIVOS-FISCAIS-PARA-USINAS-DE-ENERGIA-SOLAR-OU-EOLICA.html

http://www.jb.com.br/economia/noticias/2013/01/17/no-brasil-de-muito-sol-a-energia-solar-ainda-e-inviavel-pelo-alto-custo/

http://rmai.com.br/v4/Read/1426/populacao-brasileira-podera-produzir-propria-energia-eletrica-e-fornecer-o-excedente-as-concessionarias-.aspx

http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/reuniao-anual-da-sbpc-2013/ceu-ainda-nublado-para-a-energia-solar

http://www.canalkids.com.br/meioambiente/cuidandodoplaneta/sol2.htm

 

EcoDebate, 18/02/2014


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4 thoughts on “Sol. Por que não aproveitar esse ‘mundão’ de energia? artigo de Ricardo Machado

  • Excelente texto, Ricardo!
    Já existem projetos consistentes na promoção do uso da energia solar, como exemplo o Juventude Solar do Greenpeace Brasil no Morro dos Macacos, Vila Isabel, RJ, ou o Projeto Quilombo Solar na Comunidade do Engenho do Mato em Niterói, RJ.
    Em tempos de apagões e milhões sendo jogados fora cada vez que ligamos usinas termelétricas a combustíveis sujos, o Sol se mostra generoso a cada manhã! Abraços

  • Ricardo Machado

    A ampliação das fontes energéticas alternativas ajudará a diminuir a necessidade de construção de novas usinas e, obviamente, vai diminuir o impacto ambiental do sistema energético. O mercado está atingindo uma maturidade cada vez maior no que toca a energia solar. O investimento em energia solar residencial pode, sem sombra de dúvidas, ser um ótimo investimento, o desafio do futuro é garantir o uso eficiente da energia. O Brasil do futuro começa a virar realidade. Nesse contexto faz sentido incentivar a energia solar, que é uma fonte que tem esse benefício ambiental e também social. A geração de emprego direto na energia solar

  • Ricardo Machado

    Vânia Stoze, que esses projetos sirvam de exemplos e sejam seguidos pela sociedade e apoiados não só pelo Governo (Federal, Estadual e Municipal) como também pela iniciativa privada. Faltam incentivos para tornar a pequena geração de energias renováveis atrativa e economicamente viável, è necessário que o governo lance políticas públicas voltadas para a massificação desse sistema

  • Luiz Eduardo MB Cruz

    Se ficarmos esperando do governo incentivos para uma mudança de uma matriz energética insustentável baseada na hidroeletricidade que beneficia grandes grupos econômicos além do próprio governo com a alta cobrança de impostos, pode ir tirando o cavalinho da chuva…esquece!!!

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