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Parque eólico do Rio Grande do Sul deve receber investimento de R$ 4,8 bi

 

Parque Eólico de Cerro Chato, RS

 

O minuano é presença marcante na trilogia “O tempo e o vento”, na qual o escritor gaúcho Érico Veríssimo conta a formação do Rio Grande do Sul. Agora, ganha lugar de destaque no processo de desenvolvimento do Estado. A energia eólica é um dos 22 setores considerados estratégicos para alavancar o crescimento da economia gaúcha.

O Estado tem 12 parques eólicos em operação, com potência de 390 MW, nos municípios de Osório, Tramandaí e Palmares do Sul, no litoral norte, e Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai. Outros 17 parques, com capacidade de gerar cerca de 1 mil MW, em diferentes fases de implantação, devem entrar em funcionamento até 2016. Com isso, os cataventos, como os gaúchos chamam os aerogeradores, também passarão a fazer parte da paisagem de municípios como Chuí, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e Viamão. Os novos empreendimentos representarão investimento de R$ 4,8 bilhões, segundo o governo. Matéria de Jane Soares, no Valor Econômico, socializada pelo ClippingMP.

Cerca de R$ 2,2 bilhões estão chegando ao Rio Grande do Sul pelas mãos da Eletrosul. Projetos prontos, em andamento ou prestes a serem iniciados vão responder por 570 MW, quase 30% da capacidade atual do país. É energia suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 3,5 milhões de habitantes. “Esses empreendimentos são importantes para a Eletrosul porque consolidam a empresa como a maior estatal do setor no segmento eólico, e estratégicos para a segurança energética do país pois são complementares à matriz”, afirma o presidente Eurides Mescolotto.

A empresa entregou, em 2011, o Complexo Eólico de Cerro Chato, com 90 MW de capacidade, em Sant”Ana do Livramento. No entorno, o Complexo Eólico Livramento, com 78 MW, as bases dos 39 aerogeradores foram concluídas. A próxima fase será a montagem das torres e dos equipamentos. Livramento deve entrar em operação até março de 2014. No extremo Sul, o Complexo Eólico Chuí, com 144 MW, aguarda a licença ambiental para iniciar as obras.

O Complexo Eólico Geribatu, com dez parques e 129 aerogeradores, está em fase inicial de implantação em Santa Vitória do Palmar, no litoral Sul. Com 258 MW de capacidade instalada – suficiente para atender ao consumo de aproximadamente 1,6 milhão de pessoas -, Geribatu é maior projeto eólico da Eletrosul.

O complexo eólico Corredor do Senandes, no município de Rio Grande, é a primeira incursão da Odebrecht Energia no segmento de energia eólica. Dos 16 parques projetados pela companhia para os próximos anos, que devem gerar 365 MW, seis estarão no Rio Grande do Sul e o restante, no Ceará. A primeira fase do empreendimento gaúcho vai exigir investimento de R$ 400 milhões e prevê a implantação de quatro parques, com capacidade de 108 MW.

“Escolhemos o RS porque o Estado tem um regime de ventos bem interessante, permitindo a geração contínua de energia eólica”, explica o diretor de geração da Odebrecht Energia, Fernando Chein. O projeto inicial previa a instalação de 70 aerogeradores. O uso de equipamentos mais modernos vai permitir que esse número seja reduzido para 40. A montagem das torres eólicas deve ser iniciada em abril e a previsão é de o complexo entrar em operação no fim do ano.

A geração de energia elétrica atrai investimentos em outros segmentos da cadeia produtiva. A Alstom Brasil já assinou contrato com a Odebrecht para fornecer as 40 torres eólicas do Corredor de Senandes. Para isso, a empresa francesa está instalando uma nova planta industrial, com 11 mil m² de área construída, ao lado da fábrica de transformadores de potência em Canoas.

A previsão é de o empreendimento, um investimento de R$ 30 milhões, começar a produzir até o fim do primeiro semestre deste ano. Com capacidade para fabricar 120 torres/ano, a unidade industrial vai empregar 90 pessoas e oferecer 250 empregos indiretos. “A decisão de instalar a fábrica levou em conta o enorme potencial eólico do Rio Grande do Sul, a crescente expansão dessa energia no Estado e sua posição estratégica, que nos permitirá exportar as torres para países da América Latina, como Uruguai e Chile”, diz o presidente da Alstom Brasil, Marcos Costa.

Os parques eólicos também movimentam a construção civil. As obras do Corredor do Senandes, da Odebrecht, executadas pela Seta Engenharia, geraram cerca de 1.000 empregos, entre diretos e indiretos. A maior parte das vagas foi preenchida por trabalhadores locais. Essa fase vai exigir investimentos de R$ 60 milhões.

EcoDebate, 25/02/2013


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