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Produto da Floresta: Fábrica de Xapuri, no Acre, é única no mundo a produzir preservativos de látex nativo

 

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Natex Preservativos Masculinos transforma a vida de Xapuri,  valorizando o agroextrativismo e sendo parceira da política nacional de saúde pública

Uma fábrica que produz preservativos masculinos no interior do Acre, aliada da política de desenvolvimento da economia da floresta e do Programa Nacional de Prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)/Aids do Ministério da Saúde (MS). Estamos falando da Natex Preservativos Masculinos, localizada no município de Xapuri (AC), terra natal do líder seringueiro, sindicalista e ambientalista Chico Mendes, morto em 1988. A ideia de montar esse tipo de empreendimento na região, teria sido dele, segundo pessoas que conviveram com o líder, na década de 80.

A fábrica Natex é a única no mundo a produzir preservativos masculinos de látex de seringais nativos. Ela foi inaugurada em 07.04.2008 pelo então-governador, Binho Marques, e pela ministra do Meio Ambiente à época, Marina Silva.   O empreendimento é uma unidade da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac) e conta com recursos do Governo do Estado do Acre e do governo federal.  Sua missão é produzir e suprir o  Programa Nacional de Prevenção DST/Aids do MS com 100 milhões de camisinhas/ano.

A Natex não tem fins lucrativos e é um projeto voltado a objetivos tecnológicos, sociais, econômicos, ambientais e de saúde pública.  A fábrica é o segundo maior empregador de Xapuri, depois da prefeitura. Atualmente  emprega 170 xapurienses (97% da fábrica), que foram capacitados e qualificados  para diversos cargos. Trinta e seis por cento deles obtiveram melhoria de função, nos últimos anos. O salário médio é de R$ 1,5 mil mensal.

O empreendimento agregou valor ao principal produto da região de Xapuri: o látex.   “Antes da fábrica, o preço da borracha estava muito baixo e provocava êxodo da floresta para a cidade”, explica Dirlei Bersch, diretora da fábrica.

A Natex  paga preço justo pela matéria-prima e melhorou a qualidade de vida na floresta. Atualmente 700 famílias de assentamentos agroextrativistas e da Reserva Chico Mendes, composta por 28 comunidades, localizadas num raio de 150 km no entorno da fábrica, fornecem o látex à Natex. A remuneração deles é, em média, de R$ 1,2 mil/mês. O empreendimento consome cerca de 250 toneladas de borracha seca/ano.

Tecnologia

A Funtac desenvolveu pesquisas e tecnologia para adequar o látex de seringueiras nativas à produção de preservativos masculinos. O material foi submetido a testes rigorosos como as camisinhas produzidas por indústrias e encontradas no mercado. O produto da Natex é tão resistente quanto as demais, garante a diretora da fábrica de Xapuri. “Nosso produto é aprovado pela Anvisa e certificado pelo Inmetro”, informa Dirlei.

“Hoje estamos operando com a capacidade total da fábrica, que é de 300 mil unidades/dia. Produzimos cem milhões de preservativos masculinos/ano para serem distribuídos nas regiões Norte e Centro Oeste”,  ressalta Dirlei.  O MS distribui 500 milhões de camisinhas em todo o país, durante o ano inteiro, informa.

Os preservativos masculinos Natex não são vendidos, apenas doados pelo MS. No entanto, a fábrica está planejando para, em médio prazo, lançar uma linha comercial e exportar seus produtos. Essa é uma possibilidade futura em análise, explica Dirlei. (www.funtac.ac.gov.br e http://site.preservativosnatex.com.br/online/ )

Colaboração de Vanessa Brito (Centro Sebrae de Sustentabilidade), publicada pelo EcoDebate, 07/11/2012

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