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Dilma faz nove vetos ao Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional em setembro

 

A presidenta Dilma Rousseff decidiu vetar nove itens do Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional em setembro. O principal veto retira do texto a flexibilização que os parlamentares queriam para a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios.

O governo vai devolver à lei, via decreto que será publicado hoje (18), a chamada regra da “escadinha”, que prevê obrigações de recuperação maiores para grandes proprietários rurais. A  “escadinha” determina que os produtores rurais terão que recompor entre 5 e 100 metros de vegetação nativa das APPs nas margens dos rios, dependendo do tamanho da propriedade e da largura dos rios que cortam os imóveis rurais. Quanto maior a propriedade, maiores as obrigações de recomposição.

A presidenta excluiu do texto o trecho incluído pelos parlamentares que permitiria a recuperação de 5 metros de APP em tornos de rios intermitentes de até 2 metros de largura para qualquer tamanho de propriedade.

“Os vetos foram fundamentados naquilo que era o principio da edição da medida provisória, que significa não anistiar, não estimular desmatamentos ilegais e assegurar a justiça social, a inclusão social no campo em torno dos direitos dos pequenos agricultores”, explicou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que apresentou os vetos hoje (17) junto com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

Também foi vetada a possibilidade de recomposição de APPs com monocultura de espécies frutíferas exóticas, como laranja e maçã. “Não teremos áreas de pomar permanente, como diziam alguns”.

O decreto que será publicado hoje (18), no Diário Oficial da União, também trará a regulamentação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) e do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que suprirão os possíveis vácuos na lei deixados pelos vetos.

Segundo Izabella, mais instrumentos normativos serão necessários para regulamentar outros pontos do texto, que poderão ser decretos ou atos ministeriais. “Outros atos, não necessariamente decretos, serão necessários para regulamentação do código”.

Izabella disse que os vetos foram pontuais, apenas para recuperar os princípios que estavam na proposta original do governo.

Reportagem de Luana Lourenço, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 18/10/2012

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2 thoughts on “Dilma faz nove vetos ao Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional em setembro

  • Debora Wanderley

    Mais uma vêz aquela história do bode se repete. Conta-se que na velha URSS uma família reclamava pelo exíguo apartamento que moravam. Um quarto e sala para 10 pessoas. O governo então mandou um bode para morar com eles. As reclamações aumentaram. Então o governo tirou o bode e todos ficaram satisfeitos. Foi o prêmio para quem desmatou ilegalmente, e um retrocesso para o Brasil. E Katia Abreu e Aldo Rebelo devem estar rindo de todos nós.

  • PARECE QUE….O problema nao é quem desmatou a mais do que poderia. Estes deveriam recompor, se houvesse justiça e equilibrio. O problema é de quem poderia desmatar, nao desmatou…preservou… perdeu tudo…e favor da preservação,..alem do legal….que no Brasil nao tem valor nenhum!
    Uma área preservada é considerada improdutiva..e pode ser desapropriada por “interesse social!. Se for desapropriada, nada vale…nenhum centavo.
    Enfim, o produtor que preserva continua sendo um escravo.
    Por exemplo, na Mata Atlantica, poderia ser utilizado 80% da área.. Agora é ZERO! Nem sequer 1% pode ser derrubado…ou seja, 100% do território está congelado, sem qualquer compensação ou remuneração. Parece que esta Lei (do BIOMA Mata atlantica – nao confundir com Mata Atlantica) teria sido comprado com votos do mensalão…
    E tem projeto (art 76 do Novo Codigo Florestal, vetado) de transformar 100% do território nacional em área preservada.
    Coisas de Brasil, onde falta uma Avliação Ambiental Estratégica.Sem estratégia, nao se tem Politicas, Planos, Projetos, e nem Diretrizes,e cada um atira para um lado, tomando dinheiro de quem nao tem, ou de quem tem demais

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