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Degelo no Himalaia pode ser maior do que se pensava, diz novo estudo

 

Degelo no Himalaia pode ser maior do que se pensava, diz novo estudo

 

Cientistas apontam perda de 21 centímetros de gelo por ano na região. Dados colhidos por satélite da Nasa não são conclusivos, diz pesquisador.

Um estudo [Contrasting patterns of early twenty-first-century glacier mass change in the Himalayas] publicado na revista “Nature” nesta quarta-feira (22) mostra que o derretimento de gelo no Himalaia pode ser maior do que o estipulado no último levantamento, divulgado em fevereiro deste ano. Do Globo Natureza, em São Paulo, com informações adiconais do EcoDebate.

Na pesquisa anterior, foram analisadas informações do satélite GRACE (“Experimento Climático e Reparação da Gravidade”, na tradução do inglês). Cientistas estimaram, na época, que o Himalaia perdia cerca de cinco gigatoneladas de gelo por ano.

Para o novo estudo, foram usados dados de um satélite da agência espacial americana (Nasa) o ICESat, lançado em 2003 para medir mudanças na cobertura de gelo nas calotas polares.

O novo estudo mostra que o Himalaia perdeu 12 gigatoneladas de gelo por ano entre 2003 e 2008, mais do que o dobro do previsto anteriormente. Como o ICESat é preparado para medições nos polos, seus dados tiveram que ser revisados sistematicamente pelos cientistas, segundo a “Nature”.

As geleiras do Himalaia incluem partes da China, Paquistão, Índia e Nepal, além do famoso Monte Everest e o K2, a segunda montanha mais alta da terra.

Diminuição
O derretimento significou uma diminuição de 21 centímetros de gelo no Himalaia por ano, segundo o cientista que lidera a pesquisa, Andreas Kääb, da Universidade de Oslo (Noruega). O valor “ainda é menor do que a estimativa global para [o derretimento] de geleiras e calotas polares”, segundo a Nature.

Kääb afirma que os dados não são conclusivos, já que há perda de gelo maior ou menor dependendo da região do Himalaia. No noroeste da Índia, por exemplo, as geleiras derreteram 66 centímetros por ano.

O resultado pode ser usado como base para pesquisas futuras, mas uma análise do destino das geleiras exigiria coleta de dados por décadas, afirma Kääb. Para ele, o objetivo maior do estudo é “mostrar uma nova forma de usar os dados do ICESat”.

Em um primeiro estudo usando dados do satélite GRACE, em 2010, cientistas avaliaram que as geleiras do Himalaia e do planalto tibetano enfrentavam perda de cerca de 50 gigatoneladas de gelo por ano, devido ao derretimento. Este resultado, no entanto, foi refutado pela pesquisa de fevereiro deste ano, que avaliou os mesmos números e chegou a outra conclusão.

Contrasting patterns of early twenty-first-century glacier mass change in the Himalayas
Nature 488, 495–498 (23 August 2012) doi:10.1038/nature11324
http://www.nature.com/nature/journal/v488/n7412/full/nature11324.html

Galeria de Fotos e Infográficos do estudo ‘Contrasting patterns of early twenty-first-century glacier mass change in the Himalayas’: http://folk.uio.no/kaeaeb/temp/.nature/

EcoDebate, 24/08/2012

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