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Rio+20: Movimentos sociais fazem retirada simbólica do pavilhão onde líderes discutem

 

ONU reforça segurança em frente ao pavilhão onde acontecia a plenária da Rio+20. Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
ONU reforça segurança em frente ao pavilhão onde acontecia a plenária da Rio+20. Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Enquanto chefes de Estado e de Governo participavam, ontem (21), do segundo dia da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, grupos inconformados com os rumos das discussões oficiais e com o documento final que os líderes vão assinar ao fim do encontro reivindicam, no Riocentro, maior participação social nas decisões.

Do lado de fora do pavilhão onde ocorre o encontro das lideranças mundiais, integrantes de diversos movimentos sociais se reuniram e decidiram fazer uma retirada simbólica da conferência. Segurando faixas e cartazes, eles deixaram o local nesta da tarde e, em coro, diziam: “o futuro que nós queremos não está aqui”.

A jovem ucraniana Ina Datsiuk, que veio à Rio+20 para participar das discussões com foco na juventude, lamentou a falta de acesso da sociedade civil aos espaços de reuniões oficiais. “Essa decisão de sair foi espontânea, acabou de acontecer. Estamos indo embora em um protesto simbólico para a Cúpula dos Povos, onde as verdadeiras vozes são ouvidas”, disse, referindo-se ao evento paralelo à Rio+20 que reúne representantes da sociedade civil no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio, em contraponto à conferência da ONU.

A ativista Gabriela Baesse, representante do Fórum Brasileiro de Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente (Fbongs), veio de Natal para a Rio+20, mas também ficou frustrada com a falta de resultados concretos assumidos pelos chefes de Estado. “Falaram que neste evento haveria maior participação da sociedade civil, mas a gente não pode ver o que eles estão falando nem interferir. A gente vê muita burocracia, mas nada acontece de verdade”, lamentou.

Ainda segundo Gabriela, o documento final da conferência não dá ênfase à questão ambiental. “Tem artigos falando de aspectos sociais e ambientais, mas o foco é sempre no econômico”, reclamou.

Não muito longe do local da manifestação, o coordenador do Conselho Indígena de Roraima, Mário Nicácio, tentava entrar no espaço oficial da cúpula. Acompanhado de um grupo das etnias Macuxi e Wapichama, do território Raposa Terra do Sol, Nicácio reivindicava a garantia dos direitos dos povos indígenas, principalmente a demarcação de suas terras. “Estamos aqui para reivindicar nossos direitos e reforçar o documento que nossos representantes entregaram aos chefes de Estado, pedindo, principalmente, a demarcação das terras dos povos indígenas”, disse.

Reportagem de Flávia Villela e Thais Leitão, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 22/06/2012

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Alexa

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