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Artigo

O ensino de ciências no novo milênio: a reflexão socioambiental e a consciência ecológico-preventiva em foco, artigo de Silvio Profirio da Silva e Jacineide Gabriel Arcanjo

 

[Jornal da Ciência] Nos últimos anos, muitos autores têm voltado seu olhar para a temática / problemática ambiental, ocasionando, assim, um intenso debate acerca dos efeitos das práticas tecidas pelo homem em face da natureza. Esse quadro não surge do nada. Pelo contrário, ocorre em decorrência da falta de uma consciência ecológica e preventiva, o que, por conseguinte, culminou na atual situação calamitosa que compromete as perspectivas de progresso futuro da espécie humana.

Em função dessa situação, surgiram, nas últimas décadas, inúmeros estudos e pesquisas, com o propósito de levar a raça humana a se conscientizar acerca da extrema importância da conservação e preservação dos recursos naturais, como também levá-los a perceber as implicações e os reflexos que surgem por conta das suas ações no que concerne à natureza.

Em meados da década de 1980, tem início a proliferação de diversos estudos das Ciências da Educação [Pedagogia] (ALBUQUERQUE, 2006). Ao lado desses estudos do campo educacional, ocorre, também, uma intensa produção de estudos e pesquisas acerca da temática ambiental. Eclode, assim, uma ampla literatura que volta sua atenção para os processos de ensino e para as práticas tecidas pelo homem no tocante à natureza. Isto é, com o propósito de alterar o cenário das práticas que desconsideram os aspectos naturais e a qualidade de vida surgiram inúmeros trabalhos, a fim de refletir acerca de diversas questões no que tange à questão ambiental.

Em virtude do desenvolvimento desses postulados do âmbito educacional e da área ambiental, “o ensino de Ciências passou a ser objeto de reflexão do campo teórico educacional” (FUMAGALLI, 1998, p. 13). Todos esses estudos refletiram-se no contexto educacional e, em vista disso, nos últimos anos, mais especificamente, nas duas últimas décadas, as práticas de ensino de Ciências têm passado por inúmeras modificações.

É nesse cenário que os pesquisadores dessa área de estudo voltam seu olhar para o campo social que, até então, estava distanciado dos processos de ensino e de aprendizagem dessa disciplina. Extingue-se, assim, uma perspectiva de cunho tradicional e adere-se a uma nova concepção de ensino que se volta para a abordagem de temáticas de cunho / teor social.

É nesse contexto que a problemática ambiental passa a compor os conteúdos do ensino de Ciências, com o objetivo de levar os discentes a compreender os mais diversos aspectos concernentes à relação entre o homem e o meio ambiente. O que, conseguintemente, propicia o desenvolvimento de uma consciência ecológica e preventiva. Esses novos paradigmas aplicados ao campo do Ensino das Ciências propiciam a eclosão de novas estratégias de ensino, que têm como objetivo levar o educando não só a compreender conceitos e definições, mas, sobretudo, a aplicar os conteúdos provenientes dessa disciplina na dimensão social. Com isso, o ensino dessa disciplina passa a conceder primazia à conscientização social, o que, por sua vez, promove a ampliação da visão de mundo do aluno, rumo à atuação e à transformação social.

Referências

ALBUQUERQUE, E. B. C. . Mudanças didáticas e pedagógicas no ensino da língua portuguesa: apropriações de professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

FUMAGALLI, L. . O Ensino de Ciências Naturais no Nível Fundamental da Educação Formal: argumentos a seu favor . In: WEISSMANN, H. . Didática das ciências naturais: contribuições e reflexões; Trad. Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

Artigo de Silvio Profirio da Silva, graduando em Letras pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e Jacineide Gabriel Arcanjo, mestre em Ensino das Ciências pela UFRPE. Texto enviado ao JC Email pelos autores.

Artigo socializado pelo Jornal da Ciência / SBPC, JC Email 4480 e publicado pelo EcoDebate, 24/04/2012

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