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Fabio Feldmann, da delegação de parlamentares da conferência de 1992, critica agenda ‘descompromissada’ da Rio+20

 

Chefe da delegação brasileira de parlamentares na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, promovida no Rio em 1992, Fabio Feldmann criticou a falta de foco das discussões previstas para a Rio+20 e classificou a agenda de “frouxa e descompromissada”.

Para o ambientalista e ex-deputado federal, caso o centro das discussões se mantenha o mesmo, isso significará uma perda de oportunidades para o Brasil e o mundo. “Para o planeta, porque, na medida em que a falta de ação se perpetua, está se aumentando os riscos de grandes tragédias econômicas, climáticas e sociais.”

Ele criticou também o documento que está sendo negociado para a Rio+20, intitulado O Futuro Que Nós Queremos. “É um documento de mais de 100 páginas, completamente sem foco, o que é um sinal de fracasso absoluto.”

Para ele, o desafio da Rio+20 é criar mecanismos de implementação e conseguir mensurar o que vai ser feito depois, além de monitorar o planeta na questão do clima, da biodiversidade, da água doce, entre outros temas. “Acho importante sair daqui com uma agenda consistente e de implementação, mais do que qualquer outra coisa.”

Embora não seja contrário à chamada economia verde, que é um dos temas centrais da Rio+20, Feldmann disse que, ao não valorizar o ambiental e priorizar temas irrelevantes do ponto de vista dos desafios do planeta, a conferência da ONU corre um sério risco de não dar certo. “Eu sou a favor da economia verde. O problema é que esse tema, como está sendo discutido, é muito abstrato.”

Para o ambientalista, a conferência não deve fazer divagações ou ficar apenas na apresentação de teses acadêmicas. “Ela tem que sair com compromissos efetivos porque, senão, é uma perda de oportunidades.”

Feldmann considera que o grande retrocesso da Rio 92 foi a falta de implementação das decisões tomadas àquela época. “Na medida em que você toma uma série de decisões e elas não são implementadas, esse é um incontestável retrocesso.”

O problema se agrava, na avaliação do ambientalista, porque a ciência está mostrando que a situação do planeta piorou muito nos últimos 20 anos. O aquecimento global e a perda de biodiversidade são alguns dos problemas. Ele aponta, entretanto, que o mundo hoje está mais consciente dos problemas ambientais o que é um paradoxo. “Se você tem mais consciência e menos ação, alguma coisa está errada”, destacou.

Reportagem de Alana Gandra, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 23/04/2012

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