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Cúpula dos Povos vai criticar metas da Rio+20 e propor alternativas

 

Questionar modelos de desenvolvimento, debater o conceito de ‘economia verde’ e propor soluções alternativas para um verdadeiro mundo sustentável. São essas as principais resoluções da Cúpula dos Povos, reafirmadas na tarde desta segunda-feira (19/3), durante coletiva de imprensa realizada no Rio de Janeiro. A mesa de entrevistados foi composta por um diversificado grupo de representantes de organizações sociais – integrantes do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20 –, que esclareceram pontos importantes sobre os valores que a Cúpula pretende disseminar na cidade durante o evento.

Paralelamente à Rio+20, entre 15 e 23 de junho, a Cúpula dos Povos receberá cerca de 10 mil representantes de diferentes entidades e movimentos sociais. O objetivo do grande encontro será transformar a conferência em um espaço de intensa reflexão e debate sobre temas que dizem respeito, sobretudo, à mercantilização de recursos naturais.

“Essa é a economia verde. Uma economia que transforma a natureza em lucro”, declarou Graciela Rodrigues, da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB). “Precisamos questionar esse modelo de desenvolvimento econômico, que muitos chamam de sustentável”, completou Pablo de La Vega, coordenador da Plataforma Interamericana de Direitos Humanos, do Equador.

As soluções que serão apresentadas na Cúpula partem de experiências já vivenciadas, que, segundo Marcelo Durão, da Via Campesina, são “pautas antigas”. “As alternativas já existem, mas precisamos socializá-las. Temos, por exemplo, a reforma agrária como alternativa à reforma urbana. Porque é óbvio: se o campo não recebe investimentos em saúde, educação, transporte, infraestrutura, entre outros, as pessoas são forçadas a migrar para as cidades”, ressaltou Durão, também representante do Movimento dos Sem-Terra no Rio de Janeiro.

“Sabemos o futuro que queremos
“A Cúpula pretende não só dar visibilidade a experiências como essa, mas também promover a troca de conhecimentos e práticas entre os diferentes povos, além de deixar um legado para a população local. “Também queremos levar atividades para comunidades de algumas favelas do Rio”, comentou Graciela.

Apesar de a conferência acontecer no Rio de Janeiro, a Cúpula dos Povos envolverá articulações nacionais e internacionais, como destacou a representante da Marcha Mundial das Mulheres, Sandra Morán, da Guatemala. “Compartilhamos lutas. Por isso, precisamos fortalecer nossa aliança hemisférica, com propostas que dialoguem com diversos países”.

O Comitê Facilitador pretende trazer movimentos das Américas, da África, do Oriente Médio e da Europa para produzir durante a Cúpula uma declaração sobre justiça social e ambiental.

Com um debate de nível global, as críticas serão contundentes às propostas apresentadas pela Conferência da ONU. “Enquanto a Rio+20 oficial articula com grandes empresas e multinacionais ‘o futuro que queremos’, a Cúpula dos Povos critica essas propostas, porque sabemos exatamente o que precisamos. E não é esse futuro que eles estão propondo. A Rio+20 será uma feira de decisões de negócios. A Cúpula, um espaço democrático para propor alternativas verdadeiramente sustentáveis”, enfatizou Graciela Rodrigues.

O território
Há oito meses, o Comitê Facilitador negocia com a Prefeitura do Rio o Aterro do Flamengo, Zona Sul da cidade, como espaço de realização do evento. Além de aproximar ainda mais a sociedade civil das atividades da Cúpula dos Povos, de acordo com Graciela Rodrigues, o local é estratégico.

“A principal questão é a visibilidade. Queremos voltar a ocupar o espaço onde aconteceu a Rio 92. Na ocasião, foram obtidas várias conquistas e acordos favoráveis ao tema da preservação ambiental”, lembrou.

O Comitê Facilitador está estudando junto com a Prefeitura a possibilidade de acomodar as 10 mil pessoas que virão participar da Cúpula em locais no entorno do Aterro do Flamengo.

Fonte: Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental

EcoDebate, 21/03/2012

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