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Secretário-Geral da Rio+20 cobra ‘mais implementação’ e ‘menos documentos’

 

Sha Zukang está em missão no Brasil e conversará com os ministros Antonio Patriota e Izabella Teixeira sobre os preparativos logísticos para a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável.

O secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, iniciou nesta segunda-feira (5) uma missão de cinco dias no Brasil, onde se reunirá com ministros como o chanceler Antonio Patriota e Izabella Teixeira (Meio Ambiente), além dos organizadores do evento, parlamentares e autoridades para informar sobre o andamento da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável. Zukang, que também é subsecretário-Geral das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais, estará no Brasil até o dia 10 de março, chefiando uma missão técnica de funcionários dos vários departamentos da ONU envolvidos na organização da Rio+20. A viagem vai se dividir entre Rio de Janeiro e Brasília.

Processos políticos, questões que serão abordadas no evento e os preparativos logísticos estão na pauta da missão de Sha Zukang, que conversou com jornalistas nesta terça (6) no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro. Durante o encontro, do qual participou também o ministro Laudemar Aguiar, secretário Nacional do Comitê Nacional de Organização, ele cobrou “mais implementação” da economia verde no lugar de apenas palavras e documentos. “Nosso trabalho não é falar, é agir. Já falamos e produzimos documentos o suficiente”, alega. E insta a sociedade a exigir “mais ação” de seus governos, em âmbitos globais, regionais e locais.

Zukang voltou a sublinhar que o conceito de ‘economia verde’ ainda não está totalmente definido e que não se pode perder mais tempo tentando descobrir seu significado do que pondo em prática essa ideia, que “não substitui o conceito de desenvolvimento sustentável” e que pode integrar os três pilares básicos da sustentabilidade: economia, sociedade e meio ambiente. “Falta conseguir integrá-los”, destaca.

Soberania amazônica – O secretário-geral também sublinha que a conferência pretende focar em resultados políticos, ressaltando que cada país terá regras diferentes para garantir o desenvolvimento sustentável. E aponta sete prioridades entre os desafios globais: energia, comida, empregos, cidades sustentáveis, água, oceanos e redução de desastres.

Indagado sobre o que as comissões internacionais de meio ambiente pensam sobre o Código Florestal Brasileiro, em discussão no Congresso, Zukang preferiu não opinar diretamente e ressaltou que “o Brasil tem soberania sobre a Amazônia” e “sobre seus recursos”, mas lembrou que, apesar de grande parte da floresta pertencer ao País, não se pode esquecer que o Brasil está inserido em um contexto internacional. “É preciso levar isso em conta ao se beneficiar da floresta. A exploração deve ser sustentável”, acrescenta, sem entrar em detalhes.

Confiante – Apesar de problemas como o insuficiente número de vagas em hotéis do Rio de Janeiro para o evento, Zukang afirma que está “feliz e confiante” com a organização da conferência no Brasil. E lembrou que se estima receber entre 50 e 60 mil pessoas, além de mais de 120 chefes de Estado.

“Será enorme e histórico, uma das maiores conferências da história da ONU. Terá grande importância não só para a nossa geração, mas também para as próximas”, assegura, acrescentando que o Brasil é “um grande país”, “de que todos os brasileiros devem se orgulhar”. “Vocês têm um grande impacto no mundo atualmente”, conclui.

Matéria de Clarissa Vasconcellos, do Jornal da Ciência / SBPC, JC e-mail 4450, publicada pelo EcoDebate, 08/03/2012

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