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Estudo vincula falta de vitamina D à menstruação precoce

O baixo nível de vitamina D nas pré-adolescentes pode ser uma das causas da menstruação precoce, um fator de risco para a saúde a curto e a longo prazo, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira no “The American Journal of Clinical Nutrition”.

O estudo, realizado em Bogotá pelo professor Eduardo Villamor, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan (EUA), em colaboração com a Universidade Nacional da Colômbia, analisou a evolução de 242 meninas entre cinco e 12 anos durante 30 meses. Reportagem da EFE, com informações adicionais do EcoDebate.

A equipe multidisciplinar, no qual participaram médicos e nutricionistas, determinou que as meninas que tinham baixos níveis de vitamina D foram duas vezes mais propensas a começar a menstruação antes que as que tinham os níveis considerados adequados.

Isto é importante porque, segundo o professor Villamor explicou à Agência Efe, a menstruação adiantada é um fator de risco de problemas de conduta e psicossociais nas adolescentes. Além disso, “as meninas que têm uma menarca precoce têm um risco maior de desenvolver doenças crônicas, afecções cardiometabólicas e algum tipo de câncer, como o câncer de mama, na idade adulta”, indicou.

Villamor explicou que no último século a comunidade científica detectou a redução da idade que as meninas têm a primeira menstruação e não se tem certeza sobre a causa.

“Achamos que pode ser devido a mudanças ambientais, já que os genes não podem ter mudado em um período tão curto de tempo. Estas mudanças poderiam estar vinculados a poluição, mudanças em fatores nutricionais e inclusive socioeconômicos”, apontou.

A equipe apontou que 57% das meninas tinham deficiência de vitamina D, contra 23% das que tinham níveis suficientes de vitamina D.

Quanto à idade, as meninas com baixo nível de vitamina D tiveram, em média, sua primeira menstruação aos 11,8 anos frente os 12,6 anos que as meninas do segundo grupo levaram para menstruar.

Apesar de que, segundo Villamor, esteja claro que há uma vinculação entre o nível de vitamina D e a menstruação sua equipe não estabeleceu uma relação causal.

O professor indicou que seria necessário fazer um “estudo de intervenção” no qual se analisasse como reagiriam as meninas que recebessem um suplemento de vitamina D frente às outras, e se essa ingestão de vitamina D adicional traria como consequência um atraso na idade da menarca.

O Instituto Americano de Medicina estabeleceu que uma menina dessa idade deveria consumir diariamente 600 unidades internacionais de vitamina D, equivalentes a uma colher e meia de óleo de fígado de bacalhau, indicou Villamor, uma medida que serve como ponto de referência.

O papel mais conhecido da vitamina D, lembrou, está relacionado com a manutenção da função óssea, mas também está vinculado com o sistema imunológico e o metabolismo.

Embora não exista uma idade estabelecida para a primeira menstruação, já que muda segundo países e as condições físicas, alimentícias e de desenvolvimento de cada menina, Villamor assinalou que na Colômbia a média é 12 anos e meio.

Vitamin D deficiency and age at menarche: a prospective study
Eduardo Villamor, Constanza Marin, Mercedes Mora-Plazas, and Ana Baylin
Am J Clin Nutr 2011 ajcn.018168; First published online August 10, 2011. doi:10.3945/ajcn.111.018168

Abstract

Background: Early menarche is a risk factor for cardiometabolic disease and cancer. Latitude, which influences sun exposure, is inversely related to age at menarche. This association might be related to vitamin D, but to our knowledge it has not been investigated in prospective epidemiologic studies.

Objective: We studied the association between vitamin D status and the occurrence of menarche in a prospective study in girls from Bogota, Colombia.

Design: We measured plasma 25-hydroxyvitamin D [25(OH)D] concentrations in a random sample of 242 girls (mean ± SD age: 8.8 ± 1.6 y) and followed them for a median of 30 mo. Girls were asked periodically about the occurrence and date of menarche. Baseline 25(OH)D concentrations were categorized as <50 nmol/L (deficient), ≥50 and <75 nmol/L, or ≥75 nmol/L (sufficient). The incidence of menarche was compared between groups by using time-to-event analyses.

Results: A total of 57% of girls in the vitamin D–deficient group reached menarche during follow-up compared with 23% of girls in the vitamin D–sufficient group (P-trend = 0.0004). The estimated mean (±SE) ages at menarche in the same groups were 11.8 ± 0.2 y and 12.6 ± 0.2 y, respectively (P = 0.0009). After adjustment for baseline age and BMI-for-age z score in a Cox proportional hazards model, the probability of menarche was twice as high in vitamin D–deficient girls than in girls who were vitamin D–sufficient (HR: 2.05; 95% CI: 1.03, 4.07; P = 0.04). Similar results were obtained in girls aged ≥9 y at baseline (HR: 2.39; 95% CI: 1.14, 5.00; P = 0.02).

Conclusion: Vitamin D deficiency is associated with earlier menarche.

  • Received April 14, 2011.
  • Accepted July 7, 2011.

Reportagem da EFE, no UOL Notícias, complementada pelo EcoDebate, 11/08/2011

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