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O aquecimento global está ‘devorando’ as costas do Ártico

Mudança climática destrói costas do Ártico, diz relatório – Segundo o estudo, as áreas mais afetadas são o mar de Laptev e o leste da Sibéria, ambos na Rússia, e o mar de Beaufort, que faz fronteira com as costas do Canadá e Alasca, nos EUA

O aquecimento global está devorando as costas do Ártico, onde erosões de até 10 metros ao ano estão afetando comunidades e ameaçando a sobrevivência de espécies de plantas e animais locais.

Esta é a principal conclusão de um duplo estudo [The Arctic Coastal Dynamics Database: A New Classification Scheme and Statistics on Arctic Permafrost Coastlines ] publicado no domingo, 17, por um consórcio de 30 cientistas de 10 países que analisou a situação de 100 mil quilômetros de costa, equivalente as fronteiras terrestres dos oito países que fazem fronteira ao norte com o oceano Ártico. Reportagem da Agência EFE.

“Parece que a erosão do litoral do Ártico está acelerando de forma dramática. O corte médio é de meio metro ao ano, mas em algumas zonas chega a ser de 10 metros ao ano”, diz Volker Rachold, investigador do Instituto Alfred Wegener de Potsdam, na Alemanha.

As áreas mais afetadas são, segundo o relatório científico, o mar de Laptev e o leste da Sibéria, ambos na Rússia, e o mar de Beaufort, que faz fronteira com as costas do Canadá e Alasca, nos EUA.

O estudo alerta que, como as costas do Ártico representam um terço do total do litoral do planeta, a erosão pode chegar a afetar áreas enormes no futuro.

Tal retrocesso do litoral é consequência, sem dúvida, do aquecimento global, um problema que se agrava no Círculo Polar Ártico, onde os incrementos dobram o aumento térmico meio global, explica o investigador alemão.

O processo climatológico está descongelando parte do permafrost litorâneo, a camada de gelo permanente dos níveis superficiais do solo própria das regiões muito frias.

“Vemos rápidas mudanças em uma situação que permaneceu estável durante milênios”, denuncia o estudo, o primeiro de caráter compreensivo que analisa as consequências físicas (geológicas e químicas), ecológicas e humanas da erosão do litoral árticas.

Seu impacto é “substancial” para os ecossistemas árticos litorâneos e para a população humana assentada nessas regiões, aponta o documento “Estado do litoral Ártica 2010”, de 170 páginas e disponível na internet.

Os mais afetados pelas mudanças são os animais selvagens que habitam nessas regiões, especialmente os extensos rebanhos de renas, e os frágeis ecossistemas dos lagos de água doce próximos à costa.

O homem também se vê afetado por este grave processo erosivo, mas dada a pouca população no litoral mais setentrional do planeta, o estudo retrata mais como incentivo que como vítima neste problema meio ambiental.

The Arctic Coastal Dynamics Database: A New Classification Scheme and Statistics on Arctic Permafrost Coastlines
Hugues Lantuit, Pier Paul Overduin, Nicole Couture, Sebastian Wetterich, Felix Aré, David Atkinson, Jerry Brown, Georgy Cherkashov, Dmitry Drozdov and Donald Lawrence Forbes, et al.
Estuaries and Coasts
DOI: 10.1007/s12237-010-9362-6

Reportagem da Agência EFE, no Estadao.com.br

EcoDebate, 19/04/2011

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