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Artigo

O valor do Educador Infantil, artigo de Benedicto Ismael C. Dutra

[EcoDebate] No cenário atual, a educação e o preparo das novas gerações surgem como uma das grandes prioridades do país. No entanto, face ao despreparo de grande parcela da população de baixa renda, que reúne famílias desestruturadas, em que o casal ou a mãe solteira tem pouca ou nenhuma escolaridade, ou se a mãe desconhece os cuidados que deve observar durante a gravidez, tornou-se evidente a necessidade de que a educação tenha ampliada a sua ação desde a gravidez. Existe um sério risco dessas futuras mães não conseguirem os meios para prover uma saudável alimentação durante a gestação, prejudicando a criança em formação, o que se agrava com os vícios ligados ao tabagismo, álcool e drogas,

Então, para assegurar a qualidade humana, é indispensável dar assistência à mãe, desde a gestação, observando todos os cuidados para que a criança nasça com boa saúde mental e física, impedindo seu comprometimento durante a gravidez. Não basta a escola oferecer educação de qualidade a partir da creche. A capacidade de aprender da criança deve ser preservada.

Crianças oriundas de famílias carentes despreparadas ou desestruturadas, quando chegam à idade escolar, aos sete anos, já apresentam uma defasagem na capacidade de aprendizado que tende a se manter pelo resto da vida estudantil, com reflexos no futuro desempenho no mercado de trabalho ou, lamentavelmente, na probabilidade de envolvimento com o crime.

Segundo o escritor Elzio D’Arienzo, no livro “A Missão de Educar”, Editora Scortecci, “a educação de qualidade depende de um conjunto de ações e devemos destacar a importância da orientação dos pais e da educação infantil desde a gestação. O Brasil precisa de programas de desenvolvimento infantil nos primeiros anos de vida, como a melhor ferramenta para corrigir desigualdades e promover o desenvolvimento social”.

A educação infantil gera efeitos benéficos não só durante a permanência da criança na creche, pois tem desdobramento que alcança os ciclos seguintes de estudo e se estende à vida profissional e à conduta social. Conforme afirma a educadora gaúcha Alessandra Schneider, coordenadora do escritório da Unesco no Rio Grande do Sul, “é na faixa etária de 0 a 3 anos que se formam 90% das conexões cerebrais”.

Apreciando melhorias relacionadas ao ensino fundamental, Vanda Engel, doutora em educação pela PUC-Rio, em seu artigo “Afinal, o que é priorizar a educação?”, afirma: ”Apesar destes avanços, nossos grandes calcanhares-de-aquiles continuam sendo a educação infantil e o ensino médio. Ainda não nos conscientizamos que uma criança não nasce aos seis anos de idade e de que a primeira infância é o período mais importante na formação dos seres humanos”.

Pesquisas e estudos mostram que as crianças que estiveram em creches e cursaram a pré-escola tendem a obter maior sucesso profissional em comparação com as que foram matriculadas no ensino fundamental sem passar pelo ensino infantil.

Reconhecendo a importância da educação infantil, no mês dos professores, o Rotary Club de Embu e a Secretaria da Educação de Embu estão promovendo homenagens ao educador que atua na educação infantil e se destaca pelo seu comprometimento com o trabalho, pautando suas ações numa educação humanizada, que tenha uma relação carinhosa com a criança e que possua qualidades como companheirismo, solidariedade, iniciativa, receptividade e uma prática criativa, entre outros.

Necessitamos dar um novo rumo para a educação infantil, ampliando as vagas nas creches sob os cuidados de educadores que fazem a diferença. Quanto aos adolescentes, além da educação básica, devem aprender um ofício, praticar esportes e artes, recebendo valores morais, éticos, respeito e consideração pelo semelhante e cuidados com o meio ambiente. Também deverão receber orientação sobre as questões ligadas à sexualidade responsável e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Enfim, devem adquirir habilidades para enfrentar os desafios da vida com serenidade e bom senso.

A educação plena é a solução para um melhor futuro. É o principal instrumento para a construção de uma sociedade mais humana e pacífica e em permanente evolução.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Atualmente, é um dos coordenadores do www.library.com.br, site sem fins lucrativos, e autor dos livros Conversando com o Homem Sábio, O Segredo de Darwin e 2012… E Depois?. E-mail: bidutra{at}attglobal.net

Colaboraçãode Ticiane Araújo para o EcoDebate, 25/10/2010



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