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Estudo do Ipea mostra que mudanças climáticas podem reduzir capacidade de geração energia

As mudanças climáticas poderão provocar, nas próximas décadas, impactos “alarmantes” em algumas bacias hidrográficas brasileiras, especialmente no Nordeste. A redução dos estoques de água até 2100 seria mais moderada na Região Norte. Mas, nas demais, pode haver redução da capacidade de geração de energia hidrelétrica, de 29,3% a 31,5%. Os dados são do Boletim Regional, Urbano e Ambiental nº 4, divulgado ontem (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os impactos seriam menores no Sul e no Sudeste, mas não o suficiente para repor as perdas das regiões Norte e Nordeste.

[Leia na íntegra]Na agricultura, o aquecimento do clima só não afetaria a lavouras de cana-de-açúcar. As plantações de soja sofreriam redução de 34% a 30%, as de milho, de 15%, e as de café, de 17% a 18%, com agravamento mais sério na cultura de subsistência no Nordeste. A quarta edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental, divulgada hoje, avalia que o impacto sobre as culturas agrícolas poderia ser compensado ou amenizado nas próximas décadas com modificações genéticas dos produtos, o que exige investimento anual de R$ 1 bilhão em pesquisas.

O uso de combustíveis renováveis, no lugar dos derivados de petróleo evitaria emissões de 203 milhões a 923 milhões de toneladas de gás carbônico em 2035, de acordo com o estudo. A produção necessária para obter os combustíveis alternativos envolveria o uso de 17,8 milhões a 19 milhões de hectares e não seria necessário usar áreas das culturas de subsistência nas regiões. A necessidade de produção dos alternativos não pressionaria o desmatamento da Amazônia. Mas, nas regiões Sudeste e Nordeste, no entanto, poderia haver danos florestais e de matas se não forem empregadas políticas adequadas para os biocombustíveis.

Confira os artigos presentes na quarta edição do boletim:

ECONOMIA DA MUDANÇA DO CLIMA NO BRASIL
Sergio Margulis
Carolina Dubeux

O IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA LUCRATIVIDADE DAS ATIVIDADES AGRÍCOLAS NO BRASIL
José Feres
Eustáquio J. Reis
Juliana Speranza

VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICA DA AGRICULTURA FAMILIAR BRASILEIRA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O DESAFIO DA AVALIAÇÃO DE REALIDADES COMPLEXAS
Diego Lindoso
Nathan Debortoli
Izabel Parente
Flávio Eiró
Juliana Dalboni Rocha
Saulo Rodrigues Filho
Marcel Bursztyn

ASPECTOS REGULATÓRIOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO BRASIL
Ronaldo Seroa da Motta

O PROTOCOLO DE QUIOTO E SUA REGULAMENTAÇÃO NO BRASIL
José Domingos Gonzalez Miguez
Adriano Santhiago de Oliveira
Gustavo Luedemann
Jorge Hargrave

DO MDL ÀS NAMAs: PERSPECTIVAS PARA O FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL BRASILEIRO
Maria Bernadete Gomes Pereira e Sarmiento Gutierrez

DE COPENHAGUE A CANCÚN: DÚVIDAS E EXPECTATIVAS
Sergio Barbosa Serra

ANÁLISE DAS METAS DO ACORDO DE COPENHAGUE
Ronaldo Seroa da Motta

O ESTÁGIO ATUAL DAS NEGOCIAÇÕES SOBRE NAMAs: IMPLICAÇÕES PARA O BRASIL E PARA O FUTURO DAS NEGOCIAÇÕES SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Branca Americano

NOVO CONTEXTO DA AGRICULTURA: ALTA PRODUTIVIDADE + EFICIÊNCIA NO USO
DA TERRA = BAIXAS EMISSÕES DE GEEs
Gustavo Barbosa Mozzer
MECANISMO DE REDUÇÃO DE EMISSÕES POR DESMATAMENTO E DEGRADAÇÃO FLORESTAL EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (REDD) E SUA APLICAÇÃO NO CASO BRASILEIRO
Gustavo Barbosa Mozzer
Sofia Shellard
JUSTIÇA CLIMÁTICA E EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS: O CASO DAS ENCHENTES NO BRASIL
Bruno Milanez
Igor Ferraz da Fonseca

Leia a íntegra do Boletim Regional, Urbano e Ambiental nº 4

Reportagem de Lourenço Canuto, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 23/09/2010

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