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Mancha de plástico flutuante detectada no Oceano Atlântico

Lixo acumulado em praia do arquipélago de Açores, no oceano Atlântico
Lixo acumulado em praia do arquipélago de Açores, no oceano Atlântico. Foto AP/AE

A grande mancha de lixo do Pacífico já era conhecida há anos; outras ainda podem existir, dizem cientistas

Pesquisadores advertem para mais um problema nos mares: uma mancha de plásticos que se espalha por uma ampla área remota do Oceano Atlântico. O lixo flutuante foi documentado por dois grupos de cientistas que viajaram entre o Caribe e os Açores.

Os estudos descrevem uma sopa de micropartículas semelhante à Grande Mancha de Lixo do Pacífico, um fenômeno descoberto há uma década entre o Havaí e a Califórnia e que cientistas já diziam que poderia se reproduzir em outras partes do globo. Reportagem da Associated Press.

“Achamos a grande mancha de lixo do Atlântico”, disse Anna Cummins, que recolheu amostras de plástico durante uma viagem de veleiro em fevereiro.

Esses dejetos são perigosos para peixes, mamíferos marinhos e, mais acima na cadeia alimentar, humanos – muito embora a maior parte do plástico tenha se quebrado em partículas tão pequenas que são quase invisíveis.

Como não é um método exequível de limpar os oceanos, ambientalistas dizem que a saída é impedir que mais plásticos cheguem aos mares e, sempre que possível, criticar a cultura do descartável baseada em produtos não biodegradáveis.

“Nosso trabalho é deixar que as pessoas saibam que a poluição oceânica por plásticos é um problema global, e infelizmente não está confinado a um único lugar”, disse ela.

As equipes de pesquisadores apresentou suas descobertas em fevereiro, na Reunião de Ciências Oceânicas realizada nos EUA.

Anna Cummins e seu marido, Marcus Eriksen, percorreram o Atlântico num barco a vela para realizar o projeto de pesquisa. Eles planejam percorrer o Atlântico Sul em novembro e o Pacífico Sul no ano que vem.

Na viagem entre o Caribe os Açores, eles cruzaram o mar de Sargaço, uma área limitada por correntes marítimas. Pegaram amostras a cada 160 quilômetros, com uma interrupção causada por uma tempestade. A cada vez que puxavam a rede, ela vinha cheia de plástico.

Um estudo separado, feito por estudantes da Associação de Educação Marítima de Woods Hole, coletou mais de 6 mil amostras em viagens entre o Canadá e o Caribe, ao longo de duas décadas. A principal pesquisadora, Kara Lavendar Law, disse que a maior concentração de plástico foi encontrada entre os graus 22 e 38 de latitude norte.

Alga marinha misturada a garrafas, caixas e outros detritos flutuam nas águas paradas da área, conhecida como a Zona de Convergência Subtropical do Atlântico Norte. O grupo de Anna Cummins retirou um peixe, ainda vivo, preso no interior de um balde plástico.

Mas a maior parte do lixo é praticamente invisível: incontáveis grãos de plástico, suspensos perto da superfície.

Reportagem da Associated Press, no Estadao.com.br.

EcoDebate, 17/04/2010

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