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A arte de desacelerar, artigo de Américo Canhoto

A arte de desacelerar
Imagem: SXC

Atenção para o ronco dos motores:

[EcoDebate] Pegando carona no início da temporada da Fórmula 1 e da Fórmula Indy vale a pena parar nos boxes da consciência para um bate papo íntimo; afinal no cockpit da vida; nós estamos mais prá Nakashima do que prá Schumacher.

Difícil saber de onde tiramos a idéia de que estamos apostando corrida prá ver quem chega primeiro aos melhores postos da vida. Para nós o que significa a bandeira quadriculada? – O Hino da vitória? – Vencemos o que ou a quem? – Quem são nossos patrocinadores? – O orgulho e o egoísmo?

Somos velozes e “marucos”.
Aquele adesivo colado no vidro traseiro da nossa consciência não cola mais: “Dirigido por Deus e guiado pelo japa”. Piadas á parte; é preciso juízo; pois, estamos acelerando cada vez mais e fazendo escolhas num ritmo alucinante; o problema é que elas são como tiros disparados, uma vez puxado o gatilho não tem volta; se atiramos a esmo e sem mirar, depois: a única coisa a fazer é verificar os efeitos causados sejam eles quais forem; tentar consertar os estragos; se for o caso; e, assumi-los; no entanto para isso, é preciso desenvolver o senso da responsabilidade.

Sobrevive nessa corrida aquele que tem consciência da sua falta de capacidade em dirigir a própria vida – nós não tiramos ainda nossa carteira de motorista cósmica.

Para acelerar é preciso saber dirigir – até conhecimento demais; iniciações demais sem a devida prática podem nos tornar uma cruz na estrada da vida.
A aceleração quase sempre sem necessidade a que nos permitimos não tem volta. Percebido o engano a única coisa a fazer é tentar desacelerar com o mínimo possível de estragos tanto para nós quanto para terceiros (sabe aquela podada que você deu no colega de trabalho prá ganhar a promoção?) ou para o patrimônio publico e o planeta.

Meu Deus! – Não vou conseguir fazer a curva! – Vou entrar em depressão! – Cair no precipício do pânico!

Quando brecamos subitamente a possibilidade de capotar ou provocar acidentes vários é enorme.

Andando na contramão do fim de semana da alta velocidade que tal pararmos prá pensar em criar um slogan para nós:

OPERAÇÃO TARTARUGA NO COTIDIANO

Como brecar não adianta, e, torna-se cada vez mais perigoso devido à velocidade em que nos encontramos, devemos buscar nosso ritmo próprio e pessoal através de uma operação tartaruga, usando as situações cotidianas.

Como fazer?
Dicas ajudam; alguns pontos a serem trabalhados podem ser comuns, porém roteiros prontos costumam não dar certo para todos; lógico, pois cada um de nós tem seu ritmo; sua forma de dirigir a vida e seu carro (organismo).

Há algum tempo nos encontramos com o pé na estrada cósmica numa direção e velocidade própria. A máquina (corpo físico) de cada um é única e especial, daí que não há receitas prontas nem caminhos únicos definidos para desacelerar ou diminuir o ritmo.

Em quem confiar?
A Natureza é um mestre confiável a mostrar que tudo tem seu ritmo próprio desde que as metas estejam estabelecidas. Vale a pena verificar se as nossas são realmente nossas, ou se foram induzidas.

Como começar?
Tudo que envolve a nossa vida; façamos devagar, lentamente; desde que não atrapalhemos a vida dos outros; quem tem um carro lesma deve dar passagem para os mais velozes para não ser penalizado. Cuidado prá não encavalar as marchas; pois, é claro que não conseguiremos mudar o ritmo num passe de mágica; isso, não tem problema; mas para começar, é bom que ao menos não apressemos os outros.

Somos partidários das coisas simples e fáceis de praticar; daí a manutenção é um item básico (como trocar o óleo sempre que necessário – sempre que o motor peça).

Na arte de fazer a manutenção ou preparo prá corrida; o dia a dia de cada um de nós é o material pedagógico por excelência. Seguindo esse foco, algumas providências para usar a rotina como ferramenta pode ser adotada; para ajudar no treinamento de encontrar nosso ritmo real e de redefinir nossos limites – melhor ir pras cabeças e vencer ou continuar na corrida?

Mastigar lentamente.

Conhecer a pista é muito importante – Isso acalma, facilita a digestão, incorpora mais energia vital; melhora o desempenho. Ajuda se evitarmos as “gororobas” e as “misturebas” de combustível; e, comendo um alimento de cada vez, lentamente, aprendemos também a saborear. Cada alimento tem o seu sabor especial; da mesma forma cada situação da vida também deve ser “saboreada” – ousar; pisar fundo nas curvas quando os outros não ousam dá muito prazer.

Dar um tempo para o intestino.

Abandonar aquela “cagadinha básica” e transformá-la numa “federal” – dá uma sensação de alívio parecida com a situação de final de campeonato quando o jogador adversário bate um pênalti prá fora – ou a sogra avisa que infelizmente não vai poder passar o fim de semana conosco.
Deixemos de ser “enfezados”; fechando a porta da ultrapassagem na corrida da vida prá todo mundo. Uma revistinha de piadas é um laxante da hora; nada de leitura de jornais.

A constipação intestinal é complicada pela pressa e ansiedade.

Além das fibras, água pura e exercício físico nosso intestino precisa de atenção, relaxamento e treinamento prá botar prá fora tudo que nos incomoda ou é inútil.

Não tenhamos pressa para evacuar (escolha bem seus candidatos).

Estudemos as eliminações, pois a cor, o aspecto, o odor e a consistência sinalizam com clareza saúde ou doenças (físicas, mentais, emocionais e políticas), tanto do corpo quanto da forma de pensar e de sentir.

Vale observar as pessoas constipadas, pois identificar seu padrão de pensar, sentir e agir nos oferece material para estudo para nos projetarmos nelas – identificando posturas semelhantes; acompanhadas de problemas parecidos – Se algumas pessoas costumam interditar por algumas horas o local de trabalho; a casa e o país (pedindo socorro ao FMI – desodorante financeiro); compare-se.

Para resolver o problema da constipação ao final do dia observe as “cagadas posturais” que fez durante o dia no trabalho; na convivência social; na vida afetiva, etc.

Beber um gole de cada vez.

É preciso curtir o momento do reabastecimento e da queima do combustível.

Precisamos mais de água pura do que de alimentos.

Cada tipo de água tem um paladar diferente que deve ser saboreado.

Esqueça a mamãe te apressando nos boxes da vida: Come logo criança! – Bebe logo esse suco! – Acha que tenho todo o tempo do mundo prá te esperar? – os adversários já entraram na pista faz tempo – Já pegou tuas coisas? – Vai lá e troca o pneu (roupa) rápido!

Aprender a sentir o fluxo da água no corpo acalma, relaxa, traz uma sensação de bem – estar e dá prazer. Se; volta e meia engasgamos ao ingerir líquidos ou alimentos líquidos é hora de focar a atenção na pressa, na ânsia e no sentimento de menos valia.

Não dirija bêbado de desejos e ansiedades na estrada da vida; pois, o bafômetro divino é do além – não escapa nada a ele.

Sentir a urina sendo eliminada.

Todas as eliminações do corpo devem ser sentidas com cuidado e as sensações devem ser prazerosas; “aliviadoras”.

A transparência, a cor e o odor são indicativos do estado de saúde.

Prender e soltar a urina de forma voluntária nos remete a atenção ás nossas sensações; tal e qual na “troca de óleo” e ajuda a desobstruir o campo das emoções facilitando identificá-las.

Muitas pessoas perdem muito cedo até o controle sobre os esfíncteres. Se treinássemos sentir o ato de urinar com perseverança, poucos precisariam usar fraldas na velhice.

Aprender a participar e a curtir a “troca do óleo”.

Para não precisar muito cedo de aditivos (estilo “bardal” para motores cansados e Viagra e similares) para terminar a corrida da vida em boas condições; a durabilidade do motor em desempenho vai depender da escolha do óleo e da hora certa da troca.

A pressa é o inimigo em curtir a troca de energia sexual na hora certa; no momento adequado. De novo, esqueça a equipe te apressando (mamãe, família e mecânicos/médicos) – curte a troca de óleo com calma e vagar; pois, nesse momento da corrida, estás na frente com folga – apenas curte estar sentado no cockpit.

Respirar devagar.

Mesmo que a legislação da vida proíba o efeito solo (estar ligado á 3D direto) – A respiração é um dos atos vitais mais importantes.

Aprenda a ajustar os aerofólios.

Apressado, angustiado ou com raiva, dê uma parada (volte aos boxes da consciência) e respire profunda e lentamente.

Nos treinos aprenda a escolher a regulagem do aerofólio correta para a prova que vai passar.

Procure aprender técnicas de respiração e relaxamento e pratique, pois apenas receber informações dos técnicos não resolve.

Medo de ficar para trás, pressa e ansiedade, detonaram com a respiração; uma forma simples de desacelerar e ao mesmo tempo corrigir numa etapa posterior a forma de respirar, é observar durante alguns minutos como respiramos; apenas observar sem tentar a correção; posteriormente os exercícios podem ajudar a automatizar novamente a forma correta.

Caminhar lentamente.

Antes da prova estude a pista devagarinho; analise cada reta; cada curva; onde e como acelerar sem prejudicar o desempenho e sem provocar acidentes.
Nós nos habituamos pela pressa a não prestar atenção onde, no que, e em quem pisamos ou trafegamos.

Se caminhássemos devagar evitaríamos muitos acidentes.

Quando nos surpreendermos caminhando apressados, vale a pena perguntar: para quê?

De vez em quando; nós devemos; nos “dar ao luxo” de sair por aí andando, sem tempo para chegar; nem um lugar específico para ir, apenas; se possível: descalços e na terra – sentindo a energia da “pista” – pois, esta pode ser nossa última corrida neste circuito cósmico.

Observar ao redor.

Apenas focado em nossos interesses de vitória pessoal; andamos com a cabeça tão baixa ou tão no ar, e absortos com objetivos tão fixos e opressivos; que nos descuidamos de curtir o ambiente em que transitamos na pista da corrida em direção á felicidade e paz eterna; desde a Natureza até ás pessoas.
Vivemos até muitos anos correndo num mesmo lugar; num mesmo autódromo da vida; e se nos pedirem corremos o risco de não sermos capazes de descrever a paisagem à qual pertencemos todos os dias.

Nossa visão está estressada pelo desejo de superar todos os concorrentes; fixamos ansiosamente a vista em objetos cada vez mais perto: letras e monitores e o objeto dos desejos: a bandeira de chegada em primeiro lugar.

Olhar ao longe, acalma os olhos e a mente; perder os olhos no horizonte também faz bem á alma, pois ativa o desejo de gratidão á Fonte Criadora – a Instituição Cósmica que nos proporcionou participar dessa aventura que é a vida.

Olhar para as pessoas.

Desejamos ser admirados e até ovacionados – Mas, mal voltamos os olhos para a maior parte dos que cruzam conosco no dia a dia: nossa platéia; nossos fãs; admiradores e até adversários.

Olhar as pessoas nos olhos então (amigos e concorrentes), nem por milagre.

Será a pressa que nos faz temer uns aos outros?

Quais serão os reais motivos?

Muita gente sente vontade de nos cumprimentar e nós também a eles sem atinar com a razão da simpatia; mas ninguém se atreve a dar o primeiro passo.

Sentir o cheiro das coisas.

Todos os nossos sentidos devem ser usados para nosso progresso. Andamos tão apressados que nosso olfato está sendo enganado e viciado com odores artificiais. Cada ambiente, pessoa, objeto, animal, vegetal cada coisa tem seu odor. Parar para sentir o cheiro também é um exercício para vivermos mais calmamente.

Aprenda a curtir os odores da pista para que o desejo de prosseguir não esmoreça.

Aprender a ouvir.

O bom motorista; troca as marchas na hora certa “de ouvido”.

Para os pilotos que adoram o ronco dos motores; cada mudança de marcha acelerada em cada reta tem um som especial e, diferente da redução da velocidade nas curvas.

A pressa transformada em angústia e ansiedade contribui para que desaprendamos a arte de ouvir a hora certa de trocar de marcha; frear.
Nossa audição está diminuindo.

Os sons se embaralham.

E ela está extremamente seletiva; só queremos ouvir o que nos interessa; daí, nós capotamos.

Uma legião de pilotos surdos – e egoístas forma-se de tempos em tempos; e uma das conseqüências é a sensação de solidão. Ninguém me ouve! Poucos me entendem! São queixas comuns no dia a dia dos pilotos da estrada da vida; esquecemos que recebemos o que damos.

Um grande presente que podemos ofertar a nós mesmos é a atitude de dispormos de algumas poucas horas da semana, durante os treinos, para ouvir aqueles que não têm com quem conversar nos asilos, nos hospitais; além disso, é como abrir poupanças de afeto que dão dividendos mais rápido do que imaginamos.

Falar menos.

Nas entrevistas da TV Cósmica falamos de mais, á toa, jogamos conversa fora, falamos sem saber, sem pensar, sem lógica. – quase sempre criticamos os que aparentemente nos fecharam a porta; impediram as ultrapassagens; somos especialistas em colocar a culpa nos outros e criticar…

Falamos e ninguém nos ouve nem nós mesmos.

Se parássemos para analisar nossas falas a educação humana ganharia novos rumos. Nós nos defendemos de quem fala muito e sem sentido: entra por um ouvido e sai pelo outro; porém quando nos expressamos queremos ser ouvidos.

“Morder a língua (no sentido figurado, claro)”, “engolir em seco”, “segurar a língua”…, são exercícios que devemos praticar para adquirir mais serenidade e calma.

Pensar antes de falar.

Para não perder o “paitrocínio”.

Apenas este exercício de desacelerar praticado com cuidado; é capaz de transformar para melhor nossas vidas de forma radical.

Ao analisarmos bem cada palavra que será dita, ganhamos o tempo necessário para que nossas decisões sejam mais sábias, nosso corpo se recomponha e nossa mente se aquiete; e nos preparemos melhor ao invés de criticar nossa equipe ou as regras.

Não é preciso que nos tornemos pilotos “homens de gelo”; pois essa atitude não é sábia: quem não ousa não conquista – apenas é preciso saber ousar.
A quietude mental é uma conquista que gera a serenidade que não dá espaço para a pressa, a ânsia e a angústia; essa atitude tranqüiliza as pessoas e limpa os ambientes das energias inadequadas.

Analisar e sentir os gestos.

Saber comemorar e até reclamar; é uma arte que poucos dominam – cuidado com as coreografias estúpidas; pois, elas nos despem perante os outros e a vida – o VT da TV Cósmica é “cruel – nada lhe escapa”.

O corpo físico é nosso melhor amigo, e que nos fala através das sensações. Além disso, através dos nossos gestos ele educa a nossa mente sinalizando aos outros se pensamos e sentimos realmente o que estamos falando. Cada gesto nosso tem um significado especial, ao prestarmos atenção neles é possível melhorar a transparência, tornar nossa existência mais calma, real e eficiente. Pernas que não param de balançar; mãos que se retorcem, tiques faciais…, sempre sinalizam pressa mental, angústia, conflitos, temor de sermos descobertos, etc.

Espreguiçar.

Aprender a relaxar para se concentrar antes de cada prova é dica dos campeões.

A melhor forma de começar a corrida do dia a dia é espreguiçando-se de todas as formas possíveis durante alguns minutos.

A pressa contrai os músculos tendões e ligamentos gerando tensão; no decorrer do dia durante nossas tarefas ao pararmos para espreguiçar damos um descanso à mente diminuindo o ritmo e o estresse.

Bocejar.

O ato de bocejar não indica: quebrante; descaso; se algum assunto está sendo tratado; nem sono fora de hora; muito menos indica preguiça – ele rearticula a dinâmica respiratória; acalma e interfere positivamente nas secreções ligadas ao sistema neuro/glandular.

(Para não assustar os desavisados, nem virar motivo de piadas é melhor espreguiçar e bocejar quando estivermos sós, nem que seja no banheiro).

Prestar atenção nas sensações.

Nosso corpo (máquina ou escuderia) representa nossas escolhas do passado (bons pilotos, com bons antecedentes, recebem boas máquinas; pilotos medíocres recebem máquinas á sua altura para pilotar.

As emoções e as sensações são o presente.

O pensar é o futuro construído idéia a idéia, por isso a recomendação de Jesus para vigiarmos e orarmos é muito mais do que sábia é prática.

É preciso que lembremos que nesta dimensão da vida devemos usar todos os nossos sentidos com calma e com vagar.

A busca frenética por sensações fortes e continuadas adoece e mata.

Nossa mente deve aprender a curtir o corpo com calma e com sabedoria.

Nada nem ninguém; pode nos ajudar tão bem a encontrar, não apenas nosso ritmo e limite, mas também a própria evolução espiritual, como o nosso corpo (máquina, escuderia) e as sensações ele devolve à nossa alma.

Lógico que tudo tem seu tempo. É interessante focar um item de cada vez para que o treinamento seja mais eficiente. Como exemplo, nós podemos dedicar um dia a mastigar melhor e lentamente, outro, a curtir as evacuações, o seguinte, a respirar lentamente…, cada um deve tentar colocar em prática uma forma que seja mais fácil, e de acordo com suas necessidades.

Não reclame de sua escuderia; pois, muitas vezes nossos amigos falham feio; esquecem de retirar mangueiras de reabastecimento (comida demais) – perdem o tempo das coisas; ficam cm ciúmes do piloto e querem se projetar neles…

RECURSOS VARIADOS

Inúmeros são os recursos bem conhecidos de todos e disponíveis para nos auxiliar a desacelerar e a melhorar a qualidade de vida. Dentre eles, citaremos alguns (use sua criatividade para associar com uma corrida de Fórmula 1 ou de Fórmula Indy):
– Meditação.
– Oração.
– Leituras.
– Exercícios físicos: Yoga, Tai Chi, dentre muitos.
– Música clássica e de relaxamento.
– Massagens.
– Reiki.
– Serviço Voluntário.
– Evangelho várias vezes ao dia.
– Troca de pensamentos positivos com amigos e familiares em horários pré – combinados.

Cresce no mundo a formação de grupos e associações voltadas para vários tipos de “operação tartaruga” no ritmo e nos valores. Pertencer a um desses grupos tem muitas vantagens, dentre elas: sempre que fazemos algo em grupo os estímulos são mais fortes, e os vínculos que se criam entre pessoas que buscam os mesmos ideais e valores nos predispõem a avançarmos sem desistir.

Nosso foco foi centrado na possibilidade de usar o cotidiano para desacelerar. Nada de dizer que é difícil ou impossível, lógico que nas atividades profissionais a dificuldade é maior; mas como alguém já disse numa brincadeira cultural da nossa forma brasileira de levar a vida: “podemos ser paulistas no trabalho, mas devemos ser bem baianos nas coisas do dia a dia”; essa mistura dá samba…

Cansei.

Considerações finais do “Galvão Bueno” (credo).

Nosso jeitão de viver atual se parece muito com aqueles carrinhos elétricos de bate – bate dos parques de diversão. Ficamos rodando sobre nós mesmos, trombando uns nos outros, ou tentado fugir sem saber para onde ir nem o que fazer, até que de repente alguém desliga tudo; daí, atordoados; nós temos que descer e comprar novo ingresso para continuar a brincadeira…

Para não nos desencantamos com a vida, é preciso parar para pensar antes de optarmos; Usando a alegoria acima, esse tipo de brincadeira está perdendo a graça rapidamente; então é preciso buscar novos atrativos para não desejarmos ir logo embora deste maravilhoso parque de diversões que é o planeta. Para isso, é vital dar um sentido à nossa vida que seja coerente, prático, inteligente e que realmente valha a pena para seguir em frente.

Muitos são os enganos que cometemos na pressa do dia a dia:

Tudo está submetido a leis e regras. Voltando á alegoria do parque, se embarcamos numa brincadeira sem avaliar se queremos realmente e, se estamos aptos ou não, depois de começada não é possível parar para que desçamos, começou tem que esperar acabar; só depois podemos entrar na fila, de novo…

Que fique bem claro que não temos botão de liga e desliga comandado por interesses e desejos de cada momento, sejam nossos ou externos. O fluxo da energia da mente e as secreções dos órgãos obedecem totalmente ás leis da física.

Outro alerta importante: Imaginar que o corpo seja capaz de funcionar independente do sistema mental/emocional/afetivo é cada dia mais perigoso; somos uma unidade indissociável (trabalho em equipe – até de construtores – Quem é seu criador? – Quem é o dono de sua escuderia?)

Tomara que o objetivo principal tenha sido atingido sem globalizar nem bandear nada: apenas alertar para o perigo que corremos ao não observarmos as regras e as leis que disciplinam nossa caminhada na existência, especialmente a cada vez mais importante lei da inércia; pois na estrada da vida a pista está cada vez mais mal sinalizada (destruímos as placas), esburacada e escorregadia, brecar de repente pode ser fatal. Os motoristas estão cada vez mais com os limites extrapolados, “arrebitados”, dopados, perigosos.

Os casos de morte súbita vão aumentar em progressão geométrica em gente de todas as idades, raças e classes sociais.

Esperamos que, tenha ficado claro que estamos muito acelerados e que não há mais espaço suficiente para brecarmos; isso significa que precisamos aprender a desacelerar. Reduzir a marcha é um conceito chave para continuarmos vivos, com o pé na estrada em direção á felicidade e á perfeição que o planeta é capaz de proporcionar; se estamos de mal com a vida e não nos preocupamos mais com a nossa, que o façamos por aqueles que inadvertidamente cruzam nossos caminhos. Além disso, por mais sós que nos sintamos, todos sem exceção, somos amados de alguma forma por alguém, em algum lugar; e principalmente; não nos esqueçamos dos que dependem de nós; tanto no afeto quanto no suporte psicológico, ou até nas finanças…

Não sejamos mais uma cruz fincada na beira da estrada cósmica – para os apocalípticos na BR 2012.

Amém para o ronco dos motores.

Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Usa a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.

* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 15/03/2010

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