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Artigo

Qual é o seu padrão de normalidade? artigo de Américo Canhoto

[EcoDebate] Nós estamos de certa forma, cientes a respeito de nossa origem inicial como almas primitivas; embora comecem a surgir dúvidas a respeito da nossa origem igualitária como criaturas cósmicas.

Aqui em Gaia tentam nos padronizar á milênios para que nos transformemos num rebanho de “normais” – mas, para que atinjamos nossa condição de deuses co-criadores é preciso reestudar nossas origens á luz de novos conhecimentos livres dos dogmas da ciência e da religião.

O que é padronizar?
Na realidade quando queremos controlar algo ou alguém seja através do conhecimento (ciência); política; religião; vida social; vivência familiar; nós criamos padrões que atendam nossas expectativas, desejos e interesses; escusos ou não; visíveis ou não; muitas vezes camuflados como busca de eficiência.

A tentativa de domínio através da padronização é uma rede que atinge todas as áreas da convivência humana; isso está tão infiltrado no nosso DNA; que até na vida em família impomos uns aos outros padrões nada inteligentes e até cruéis – como veremos no caso da instituição das dietas.

Exemplo:
Segundo a ciência, é necessário organizar e padronizar segundo protocolos a serem seguidos para que as comprovações sejam aceitas e aplicadas. Sistematizações e padronização são formas científicas de interpretar fatos; nem sempre honestas e verdadeiras.

Mas, segundo as leis da vida, somos únicos na diversidade; e tentar à força enquadrar todos no mesmo molde pode levar à desajustes, perseguições, revoluções, morte.

O que é ser normal?
Os detentores do poder de padronizar criam o conceito de normalidade como forma de domínio.

Segundo a ciência a serviço dos padronizadores: a média estatística é o parâmetro adequado para definir o que está dentro ou fora dos padrões pré – estabelecidos.

Embora a ciência da vida os contradiga: nós somos uma unidade na diversidade; partimos do mesmo ponto, mas usando o livre – arbítrio cada um de nós diferenciou-se dos demais. Na prática observa-se que ao tentamos enquadrar na média estatística criaturas diferenciadas na estrutura psíquica e emocional, é possível que algumas desenvolvam ansiedade capaz de levá-las sentirem-se doentes; caso não se enquadre. Exemplo prático: a normalidade da pressão arterial nos leva a almejar uma de 120/80 – parte dos hipertensos sofre de hipertensão com origem na instabilidade emocional, às vezes tão acentuada; que em minutos as medidas são bem diferentes; depende do local; de quem está medindo; e das sensações do momento; em ambiente hospitalar a situação costuma agravar-se.

Sistematizações também podem angustiar. Exemplo: Muitos pais quando os filhos mesmo saudáveis não estão dentro da média estatística de peso e altura; são induzidos a pensar que podem fazê-los crescer. O caminho preconizado é remédio e comida dentro da filosofia do quanto mais se come melhor; e como conseqüência de uma super e precoce alimentação; pode sobrevir mais tarde a angústia do quase insolúvel problema da obesidade infantil que hoje se perpetua. Muitos obesos de hoje; além das próprias escolhas na forma de viver, agir e reagir; podem creditá-la a pessoas despreparadas para lidar com a diversidade: pais, sociedade e médicos.

A padronização também prejudica a cura definitiva?
A cada dia isso fica mais evidente; pois a formação médica assentada em conceitos de normalidade; sistematização; tecnologia; marketing; lucratividade; representa perigo:

Nos EUA, um cara chamado “Rockfeller” idealizou o atual sistema de medicina; usando os princípios que “Ford” usou na indústria automobilística e que foram brilhantemente, segundo conceitos financeiros, aplicados ao sistema doença/cura que domina hoje o mundo. A indústria da doença é uma das potências do planeta em arrecadação; segundo esse sistema, quando se vai ao médico é necessário sair de lá com uma receita, caso contrário busca-se outro profissional – “Como, levou o filho ao médico e ele não passou nenhum remédio?

Outro exemplo de como funciona a cultura da normalidade na própria medicina:
As pressões culturais também são muito fortes e os pais de filhos considerados abaixo da média de peso e altura angustiam-se, mudam constantemente de pediatra e cedem também à pressão das gerações anteriores. – “Como essa criança é magrinha! Olha só o tamanho dela! Vocês não a estão alimentando direito!” – Claro que os pais normais sintam-se infelizes e temerosos, e a angústia faz com que a genética da família seja esquecida.

A padronização na política leva ás ditaduras; guerras civis – depois que um grupo se encastela no poder tenta padronizar á força os normais para atender ás suas necessidades – nas padronizações políticas mais arcaicas o domínio é feito na cara dura e na truculência; nas modernas ditaduras tentam se criar “milícias disfarçadas de legalidade com tecnologia” com poder para manter privilégios e ficarem acima das leis naturais. Os cientistas políticos usam a ditadura da maioria dos normais para mantê-los sob seu jugo; alguns chamam isso de democracia…

Nosso assunto de hoje refere-se á ditadura das dietas familiares subjugando as coitadas das almas que caíram sob seu jugo – elas vão ter que se normalizar mesmo que sob pena de doença e morte.

A DIETA ADEQUADA – CADA UM NA SUA

Cada bicho come concordante com a espécie, conforme a cadeia alimentar que predomina em seu hábitat; segundo seus instintos. Animal selvagem em condições naturais não adoece; já o domesticado que sofre a ingerência do homem; sim – e, o que ocorre com eles espelha o desrespeito com as mais simples e primárias leis biológicas – pois, o que nós fazemos com eles; nós fazemos pior conosco.

A capacidade de adaptação do nosso corpo impressionava, conseguíamos habitar o planeta nas condições ambientais mais desfavoráveis. Hoje tudo está mudado; nada mais será como antes; atualmente ela estrutura-se no uso do raciocínio; e a recusa em pensar é que pode esgotar essa capacidade e levar á doença e morte cada vez mais precoce (veja artigos anteriores sobre o tema).

Quebrar antigos paradigmas; destruir paradoxos é urgente – Mudar é preciso.

As influências culturais na alimentação tornam-se um fator negativo quando há lentidão nas mudanças inteligentes. Exemplo, nossa dieta é baseada em carboidratos: o popular arroz com feijão, mais pão, batata, mandioca, massas; por isso, somos campeões em estatística de diabetes; na nossa cultura o imigrante desempenhou importante papel; mas trabalhador braçal do hemisfério norte necessita de dieta rica em calorias e aportando nos trópicos deveria tê-la modificado, ajustando-a à da população nativa com as devidas ressalvas; porém isso não aconteceu, ao contrário, antes disciplinados pelo rigoroso inverno conduziam-se por condições de contenção; aqui ficaram deslumbrados com a fartura e abusaram, aumentando a propensão para obesidade e moléstias decorrentes de dieta inadequada para suas atuais condições.

As migrações internas e novas condições culturais também tiveram seu papel; a dieta baseada em carboidratos formou-se na sociedade rural escravocrata do início da colonização; depois devido à migração nas últimas décadas para as cidades, muitas pessoas passaram a ter ampliadas as possibilidades de adoecer, quando trocaram atividade braçal por outra relativamente sedentária mantendo a dieta anterior.

Uma das maiores dificuldades das almas em adquirir a maioridade é livrar-se das padronizações para deixar de ser normal.

A mudança de hábitos de geração a geração é lenta; mas diz o bom senso que a dieta deve acompanhar o ritmo das mudanças e deve ser individual e adaptada ao habitat, clima, e balanceada de acordo com a atividade física cotidiana de cada um.

O envelhecer pede menos comida e, por não se respeitar essa lógica, na terceira idade o problema da obesidade torna-se crítico, pois a atividade física diminui e a quantidade de alimento permanece a mesma ou até aumenta; em parte devido à ansiedade gerada pelas crises da maturidade dando origem à preocupação em emagrecer; mas o regime é forçado pelas circunstâncias, daí pobre em resultados.

A padronização da dieta é responsável pela maioria das doenças infantis?

Nada é totalmente bom nem totalmente mau para pessoas diferentes.

Desde o nascimento somos obrigados a comer o que aquela família está habituada e na quantidade que estão “acostumados – adaptados” sob pena de sofrermos castigos; suborno; chantagem – nossos guias familiares na iniciação da existência tentam nos enquadrar nos seus padrões; mesmo que ás custas de serem rotulados de doentes e tentarem comprar a saúde feito cobaias.

Os paradigmas alimentares proporcionam a “agressão” ao organismo; e determinam comportamentos futuros ao “contaminarem” o centro da fome com vitaminas e estimulantes de apetite; é comum a repetição do erro de forma mais danosa com o idoso pois, decorrente da cultura a família angustia-se com a quantidade de alimento ingerida pelo velho; forçam-no a comer e até lesam-lhe as funções renais suplementando-lhe a dieta com proteínas em excesso ao abusar das “rações vitaminadas”, tão a gosto da ciência do consumo. Nessa mesma linha de raciocínio – outro exemplo de descuido em refletir; é a do atleta superalimentado, que ao parar as atividades intensas torna-se obeso e raramente tem longevidade; pois ao “forçar” os órgãos do metabolismo diminui sua vida produzindo lesões orgânicas pela intoxicação decorrente do excesso.

Resumindo:
Boa parte das doenças infantis é causada pela dieta padronizada – e não contentes com esse desatino; os familiares normais ainda intoxicam o organismo das crianças com remédios do tipo: antibióticos, antitérmicos; antiinflamatórios, corticóides e outros; repetidamente; e se negam a aprender.
Sair dessa enrascada é fácil: basta pensar para fugir dos padrões. Claro que há um custo; pois a maioria, hoje, se assemelha a uma boiada (quem for normal e quiser se ofender com a comparação que o faça) sendo conduzida em direção a um precipício – quem acordar a tempo; vai ter o trabalho (coisa que os normais detestam) de sair prás beiradas e andar na contramão da normalidade. Qual o custo? – Hoje é leve e de jugo suave; ser considerado um ser esquisito; anormal; ET – antigamente o custo de deixar de ser normal era alto: prisão; morte; desterro, etc.

Para atender ás crianças de hoje: DEIXAR DE SER NORMAL é um ato de amor.

A própria OMS – ONU avisa que as crianças e jovens de hoje não viverão tanto quanto seus pais e antepassados; embora o digam de forma ainda padronizada.

Traduzindo a mensagem de muitos Avatares: OS NORMAIS NÃO HERDARÃO A TERRA.

Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.

* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 12/03/2010

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