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MA: Suzano desmata ilegalmente no Baixo Parnaíba. Licenças de refinaria ‘emporcalham’ licenciamento

SUZANO DESMATA ILEGALMENTE NO BAIXO PARNAIBA

Quem almeja o palato de uma empresa como a Suzano Papel e Celulose deve passar na comunidade de Currais, município de Mata Roma, e inteirar-se sobre a Chapada de mais de 20 mil hectares, entre os povoados dos Macacos, Prata, Veredas e Formiga, município de Anapurus, Baixo Parnaiba maranhense. O discurso da sustentabilidade proveniente da Suzano e de suas empresas de consultoria pouco altera um fato no Baixo Parnaiba maranhense: desmata-se de forma ilegal em Anapurus, Urbano Santos e Santa Quitéria. O senhor Valcimar, morador dos Currais, relanceou a informação, de um morador de uma das comunidades vizinhas ou mesmo alguém que se informara por outrem, que a Suzano quer desmatar quase dez mil hectares da Chapada para depois plantar eucalipto.

Caso isso seja verdade, o tamanho da área implicaria em licenciamento por parte do Ibama e não por parte da Sema. Implicaria em estudo de impacto ambiental. Implicaria em tornar público em meios de comunicação. Implicaria em comunicar as comunidades vizinhas. Nada disso foi feito. Outras irregularidades cometidas pela empresa: entre 2008 e 2009 foram permitidos os cortes de mais de cinco mil bacurizeiros para serrarias e que boa parte dessas áreas são terras do estado. Em Urbano Santos, a empresa já avisou moradores do povoado Bebedouro para cortarem o máximo de bacurizeiros possíveis porque ela vai desmatar as suas áreas e, anteriormente, ela tentou começar um desmatamento na Boa União só que a comunidade impediu.

LICENÇAS DE REFINARIA EMPORCALHAM LICENCIAMENTO NO MARANHÃO

Alguém saberia dizer o que é critica de boa fé? Escapar da contaminação do discurso pelos valores religiosos é quase impossível. Diriam que quem critica com boa fé não espera nada em troca ou critica para que se construa algo exemplar. Cristo nasceu e morreu crucificado e desde então o Bem virou uma modalidade de vida. No ritmo que vai o mundo, quem quer fazer critica deve fazer com má fé porque o “Bem” que é servido trava o gosto da comida.

Que “Bem” vem com a implantação da refinaria em Bacabeira, empreendimento da Petrobrás? Um release publicado na página da secretaria de meio ambiente do estado do Maranhão se auto-elogia a respeito do licenciamento em tempo recorde da refinaria. O licenciamento que deveria levar um ano levou sete meses. De que tempo estamos falando? Da entrega dos estudos pela Ufma? Caso seja isso, a Ufma entregou os relatórios no final de agosto de 2009. A licença prévia foi entregue em dezembro de 2009, três meses e meio desde a entrega, e a licença de instalação, janeiro de 2010, quatro meses e meio após a entrega.

Para a comunidade quilombola de Salvaterra, o “Bem” maior deve ser a esmola de 150 reais que o governo vai distribuir durante alguns meses. A governadora Roseana Sarney fez questão de pontuar seu discurso em Bacabeira, quando da solenidade com o presidente Lula, em cima da questão de Salvaterra. Está tudo resolvido e pronto. Numa noticia recente, o governo do estado celebrou um convênio com o Incra para regularização fundiária de comunidades quilombolas. Estão lá vários municípios menos Rosário e Bacabeira, justamente os municípios da Refinaria.

Por Mayron Régis, assessor Fórum Carajás, colaborador e articulista do EcoDebate.

EcoDebate, 23/01/2010

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