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Klimaforum 2009, fórum alternativo à COP 15: ‘somente a pressão cidadã poderá salvar o planeta’

Klimaforum09

Índios da Amazônia, camponeses do Malauí, monges do Tibete, habitantes da Groenlândia e estudantes dinamarqueses se acotovelam em um ambiente barulhento no “Klimaforum”, a cúpula alternativa à Conferência do Clima da ONU em Copenhague.

“Somente a pressão cidadã poderá salvar o planeta!”, exclamou Elis Ngacimek, um americano de 30 anos vindo da Ilha de Kodiak, ao sul do Alasca, onde o aquecimento climático já é considerado uma realidade preocupante. Reportagem da Agência France-Presse.

Ele faz parte dos 500 voluntários chamados a ajudar as quase 10.000 pessoas esperadas para este “Peoples’ Climate Summit”. “Adoro isso. É uma festa isso aqui, apesar de o descontrole climático não ser nada legal”.

“É um espaço aberto a todos, cada um pode trazer suas ideias, discuti-las e desenvolver soluções construtivas à crise do clima, longe dos discursos oficiais redundantes”, explicou, entre duas ligações telefônicas, Kristine Holten-Andersen, porta-voz dinamarquesa do fórum.

Com seu quartel-general em um centro esportivo ultramoderno, perto da estação central de Copenhague, “Klimaforum 09” tem ares de festival, com quase 150 debates e exposições na programação, além de 50 filmes, peças de teatro, shows e manifestações artísticas de todo gênero.

Carregando bolsas de juta, artigo indígena fabricado do delta do Ganges, Pradip Saha, um barbudo com semblante sereno, da ONG Center for Science and Environment de Nova Délhi, tenta mostrar, fotos e filme nas mãos, que os problemas climáticos são “totalmente reais” em seu país.

“Todo dia, a terra é devorada pela erosão, e a subida das águas do mar a torna imprópria ao cultivo. E são os pobres, que quase não emitem CO2, que pagam o preço mais caro”, lamentou.

Estudantes dinamarqueses, com seus professores, tentam entender a situação das ilhas ameaçadas de desaparecimento puro e simples.

“É interessante discutir com as pessoas deste país para saber como vivem esta ameaça da mudança climática”, contou Nicco Halberg, 14 ans.

Reunidos em grupos, em frente a cartazes do Tibete, um grupo de sexagenários se apresentam vestidos com camisetas azuis impressas com a frase “How long can we wait? We are not waiting” (Quanto tempo nós podemos esperar. Não vamos esperar).

“Estamos tentando convencer as mulheres a preparar refeições sem muita carne (cuja criação libera metano, gás causador do efeito estufa), com mais legumes e frutas, a usarem sacos reciclados e reutilizáveis para as compras”, contou Karen Inger Callisen, membro da seção dinamarquesa da rede de mulheres Soroptimist international.

Local de trocas, o fórum é também um local de expressão das frustrações dos países em desenvolvimento, que negociam, com textos extremamente técnicos, a alguns quilômetros dali, no centro de conferência oficial.

Os países industrializados devem pagar sua dívida climática agora”, disse Guillermo, um boliviano. “Para inúmeros países pobres, é uma questão de vida ou morte. Os poluidores devem pagar se quisermos que a palavra justiça tenha um sentido”, continuou.

EcoDebate, 15/12/2009

Nota do EcoDebate: sobre o mesmo tema sugerimos que leiam “Klimaforum09, a ‘cimeira paralela’ à COP-15, artigo de Carol Salsa

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