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Veneno à nossa mesa: Pesquisadores discutem aumento do uso de inseticida na lavoura de soja

veneno

O aumento, na última década, de 60% no uso de inseticidas para controlar pragas nas lavouras de soja preocupa a cadeia produtiva, que decidiu avaliar a necessidade de rever os atuais níveis de controle de desfolhadores (lagartas) e percevejos. O assunto está sendo discutido em um encontro aberto ontem (14) em Londrina (PR).

Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Soja Adeney de Freitas Bueno, o 1° Workshop Sobre Nível de Controle de Pragas da Soja reúne até hoje (15), entomologistas de instituições de pesquisa, universidades, fundações de apoio à pesquisa, empresas vinculadas à cadeia produtiva de todo o país. “Estamos procurando entender porque o agricultor não segue a recomendação técnica para o uso, que é o de só realizar a aplicação quando perceber uma infestação de 20 lagartas por metro linear ou dois percevejos nesse espaço”.

De acordo com o pesquisador, numa avaliação da lavoura, por meio do uso de técnica para a contagem dos desfolhadores, o produtor só terá o custo da mão de obra, podendo diminuir o de produção. “Mas alguma coisa não está certa e é o que vamos discutir, porque em vez do manejo integrado, do monitoramento, ele se apressa em realizar aplicações fora de época, com uma população bem menor dessas pragas. Está faltando confiança nas recomendações técnicas”. O uso indiscriminado, além de aumentar o custo de produção, traz consequências para o meio ambiente e torna as pragas mais resistentes, alertou Bueno.

A idéia é avaliar se há demanda de novas pesquisas no sistema de produção. Os atuais níveis de controle das principais pragas foram determinados há mais de 20 anos.

Até o fim do encontro, os participantes decidirão a necessidade de rever os atuais níveis de controle de desfolhadores e a possível formação de uma rede de pesquisa para debater o assunto. “Vamos fazer essa avaliação levando em conta a atual maneira de cultivar a soja, as inovações com cultivares mais produtivas, ciclos de maturação e hábitos de crescimento diversificados, além de plantas geneticamente modificadas,” afirmou Adeney Bueno.

Reportagem de Lúcia Nórcio, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 15/10/2009

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