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Boi Pirata II já aplicou mais de R$122,3 milhões em multas

Operação Boi Pirata II, em foto de arquivo
Operação Boi Pirata II, em foto de arquivo

Fiscais do Ibama na Operação Boi Pirata II observaram, numa vistoria de helicóptero realizada na última terça-feira (22/9), muitos pastos vazios no interior da Floresta Nacional – Flona do Jamanxim, em Novo Progresso, no sudoeste do Pará. “Tudo indica que boa parte do gado deverá ser retirada dentro do prazo, evitando a apreensão”, acredita o analista ambiental Paulo Maués, da Divisão de Fiscalização da Superintendência do Ibama em Belém, que acaba de assumir a coordenação da operação na região.

Apesar de ainda haver rebanhos na Flona, cerca de oito mil bois já deixaram a área protegida, segundo estimativa do órgão. Um único comprador vindo de Mato Grosso, de acordo com os agentes envolvidos na ação, adquiriu, nos últimos dias, duas mil cabeças, de fazendeiros notificados a retirar os animais da unidade de conservação.
Não à carne pirata

Mais R$ 2 milhões em autos de infração foram lavrados ontem (23/09) na Boi Pirata II, elevando para R$ 122,3 milhões o total de multas na operação. Um proprietário de terras foi penalizado em R$ 1,6 milhão por descumprir três embargos e desmatar 176 hectares de floresta amazônica, o equivalente a cerca de 180 campos de futebol, a 40 km de Novo Progresso. Dono de três mil hectares, o pecuarista sofreu o embargo em 2008, em aproximadamente 80% da área que desflorestou ilegalmente, mas manteve as atividades. Além das multas, ele foi notificado a retirar a boiada do local em 30 dias sob pena de ter o gado apreendido.

Em outra área, embargada desde 2006, agora dentro da Flona do Jamanxim, o proprietário foi multado em R$ 250 mil, também por descumprir a sanção do Ibama. Se não retirar cerca de 500 cabeças de gado da área protegida, ele poderá perder o rebanho.

A Boi Pirata II já embargou, desde junho, mais de 35 mil hectares de terras onde a floresta amazônica foi convertida irregularmente em pasto. Segundo o artigo 108 do Decreto 6514/2008, o objetivo da sanção é interromper o dano ambiental e permitir a regeneração do meio ambiente degradado. “O cadastro de áreas embargadas do Ibama, porém, está sendo usado por grandes supermercados e frigoríficos para garantir a origem legal da carne que oferecem ao consumidor. Se o boi veio de uma fazenda sob embargo, é pirata. Engordou às custas da floresta”, explica Paulo Maués.

Com apoio da Força Nacional e do Batalhão de Polícia Ambiental, a Boi Pirata II combate o desmate para a atividade pecuária em áreas protegidas na Amazônia Legal. A operação já apreendeu 628 bois e 101 ovelhas, que serão doados ao Programa Fome Zero, do Governo Federal, e notificou a retirada de cerca de 20 mil cabeças de gado criado em terras proibidas, como a Flona do Jamanxim.

O cadastro de áreas embargadas pelo Ibama pode ser consultado pela internet (http://siscom.ibama.gov.br/geo_sicafi/). A pesquisa pode ser feita por estado, município, propriedade, produtor, entre outros.

* Texto de Nelson Feitosa, Ibama/Marabá, publicado pelo EcoDebate, 25/09/2009

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