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Energia nuclear ganha força na campanha eleitoral alemã

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O debate sobre o futuro da energia nuclear entrou na campanha eleitoral alemã e, após as grandes manifestações grandes do último final de semana, hoje foi a vez do ministro do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, pressionar a chanceler do país, Angela Merkel.

O social-democrata Gabriel assegurou que seu partido condicionará uma eventual reedição da grande coalizão com os democratas-cristãos de Merkel à desistência destes quanto ao uso da mina de sal de Gorleben como possível cemitério de resíduos radioativos. Matéria da Agência EFE.

A guerra em torno de Gorleben, símbolo do movimento antinuclear, vem desde a década de 80. Há anos, o local é usado em caráter provisório para armazenar material nuclear, sempre sob protestos de cidadãos da região da mina, que fica no estado federado da Baixa Saxônia (norte da Alemanha).

Enquanto Gabriel, que governou o estado e conhece de perto os protestos contra o atual uso da mina, pede que outros lugares sejam analisado – na Baviera, por exemplo, liderada pelos social-cristãos -, estes e a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel preferem Gorleben.

O tema voltou à pauta eleitoral depois da aparição de um documento de 1983, quando o Governo do democrata-cristão Helmut Kohl supostamente ordenou a manipulação de um relatório técnico o qual colocava em dúvida a idoneidade do uso de Gorleben como depósito de resíduos radioativos.

Nesse documento, que foi largamente publicado na imprensa alemã, especialistas mostram que não é possível excluir a possibilidades de que o material nuclear depositado em Gorleben pode chegar aos lençóis freáticos.

Como se soube agora, esse relatório foi “retocado” a pedido dos então ministros do Interior e de Pesquisa, Friedrich Zimmermann e Heinz Riesenhuber, que pediram à Agência Federal de Técnica Física (atual Agência de Segurança Nuclear) que excluíssem do texto os parágrafos que expressavam estas reservas.

A discussão entre social-democratas e democratas-cristãos sobre o futuro da energia nuclear na Alemanha é longa.

O Governo de social-democratas e verdes fechou um acordo em 2001 com a indústria para um abandono gradual dessa fonte de energia até 2020.

Embora Merkel tenha se comprometido a cumprir este acordo quando fechou a coalizão, a chanceler nunca escondeu – e é algo que inclusive faz parte do programa de seu partido – que quer prolongar o prazo de vida das usinas enquanto não houver uma alternativa clara a esta fonte de energia.

* Matéria da Agência EFE, no UOL Notícias.

EcoDebate, 10/09/2009

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