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MPF e MP/SP querem retirada de casas flutuantes sobre rio Paraná que poluem e danificam a área de preservação permanente

O Ministério Público Federal (MPF/SP) e o Ministério Público Estadual em Presidente Prudente (SP) ajuizaram anteontem, 18 de agosto, uma ação civil pública pedindo a retirada de 41 casas flutuantes que estão localizadas ao longo da margem do rio Paraná em área de proteção permanente.

Essas casas se encontram principalmente na “Região das 5 Ilhas” (Ilha Santo André, Ilha Tibiriçá, Ilha Redonda, Ilha Labirinto II e Ilha Chavarele), na cidade de Presidente Epitácio, e nos municípios de Paulicéia e Panorama, interior do estado de São Paulo.

Para a utilização das casas sobre o rio, os usuários estão promovendo a limpeza do terreno e construindo banheiros, fossas, lavatórios, churrasqueiras, passarelas, entre outras alterações que danificam a área de preservação permanente.

“Trata-se de um grande negócio. Não se paga aluguel, condomínio, luz, água, nem qualquer taxa, utilizam o rio do jeito que bem entendem, poluem com lixo e dejetos e usam casas para guardar peixes pescados irregularmente”, ressaltou o procurador da República Luis Roberto Gomes, que assina a ação com o procurador da República Tito Livio Seabra e com os promoteres de Justiça Nelson Roberto Bugalho e Fernando Cesar Bolque.

Os 41 proprietários dessas casas foram autorizados pela Marinha a utilizá-las sobre o rio Paraná. Em razão disso, na ação, o MPF pede que a União não emita novos títulos de inscrição de embarcação para dispositivos flutuantes que não se destinam à navegação e cancele os títulos já existentes na “Região das 5 Ilhas” e nas cidades de Paulicéia e Panorama.

Caso os próprios usuários das casas não saiam do local, o MPF quer que a Marinha os retire. Na ação, o MPF ainda requer uma multa de R$ 10 mil a cada autorização concedida pela Marinha para a instalação de residências sobre o rio Paraná.

Poluição no rio – Os proprietários das casas estão lançando dejetos e resíduos produzidos por eles nas águas do rio. Muitas das casas não tem esgoto nem fossa séptica, o que vem produzindo poluição.

“Mesmo nos lugares onde foram construídos banheiros ou fossas, quando ocorre inundação, característica do Rio Paraná, os dejetos e o lixo são carregados para o rio. Isso põe em risco os municípios que dependem da água para consumo”, disse o procurador Luis Roberto Gomes.

Além disso, foi constatado que uma das casas está prestes a afundar e pode vir a contaminar o rio. “Não é possível descartar que idêntico comportamento possa ser imitado por outros irresponsáveis”, destacou Gomes.

* Informe da Procuradoria da República em São Paulo, publicado pelo EcoDebate, 22/08/2009

EcoDebate, 24/08/2009

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3 thoughts on “MPF e MP/SP querem retirada de casas flutuantes sobre rio Paraná que poluem e danificam a área de preservação permanente

  • sou favoravel, acho até que demorou muito.

  • Claudio Steque

    Entendo que não se pode punir todos os proprietários de flutuantes. Existem alguns flutuantes corretamente ecológicos, com tratamento de esgoto, etc. Acho que os fiscais do meio ambiente deveriam punir sim, aqueles que estão agredindo o meio ambiente(aqueles que não possuem tratamento de esgoto, desmatam as matas ciliares, jogam lixo no rio). Acho que não existe pena coletiva. Ex. Existem cidades em que as industrias jogam o esgosto diretamente nos rios (algumas tratam o esgoto, outras não). Neste caso, é certo proibir TODAS as industrias de jogar esgoto no rio? (mesmo sendo tratado). Acho que deveria ser analisado cada caso.

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