EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

Mato Grosso reduz desmatamento mas aumenta degradação florestal

degradação florestal
Foto: Gustavo Irgang

Os dados do desmatamento na Amazônia divulgados pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) mostram que houve uma redução significativa do desmatamento em Mato Grosso, mas a boa notícia ficou ofuscada pelos dados da degradação florestal. Segundo os dados do SAD (Sistema de Alerta do Desmatamento), durante o mês de junho foram desmatados apenas 11 quilômetros quadrados no estado, frente a 73,7 quilômetros quadrados registrados no mesmo período do ano passado. Entretanto, houve um aumento significativo da degradação florestal, e a maior parte se concentrou em Mato grosso. Em junho deste ano, o estudo do Imazon identificou 558 Km² de florestas degradadas no estado, o que corresponde a 84% do total registrado no período em toda a Amazônia Legal.

Uma análise preliminar do ICV buscou identificar onde essa degradação florestal está acontecendo. Primeiro, verificou que a maio r parte da degradação não está ocorrendo em áreas manejo florestal: apenas 5% do total da degradação florestal detectada desde setembro do ano passado ocorreu nessas áreas. Segundo, identificou que os quinze municípios que concentraram 80% da degradação florestal em Mato Grosso nos últimos meses se concentram na bacia do Xingu e no centro-norte do Estado. Essa região contém vários pólos madeireiros como também áreas importantes de expansão do cultivo de soja, que podem ser vetores importantes da degradação detectada. Outro fato preocupante é que 17% da degradação florestal ocorreu em Terras Indígenas.

Para Laurent Micol, coordenador executivo do ICV (Instituto Centro de Vida), a análise dos dados de degradação florestal, e não somente de desmatamento, é importante porque se trata de uma forma também grave de impacto sobre as florestas.

“A degradação florestal é um indício de que há um novo processo de desmatamento em curso. Apesar de não se tratar do cort e raso da floresta, a degradação progressiva é um indicativo de que a área pode estar sendo aberta, aos poucos, para dar lugar a pastos e plantações dentro de poucos anos”, observa.

Ainda de acordo com Laurent, essas informações deverão ser aprofundadas para se compreender e enfrentar melhor esse processo de degradação das florestas do estado.

* Texto de Daniela Torezzan / Estação Vida, publicado pelo EcoDebate, 04/08/2009

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta que envie um e-mail para newsletter_ecodebate-subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.

Fechado para comentários.