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Notícia

Crise financeira global: O capitalismo sem riscos

capital
Imagem: Corbis/Charles Waller

A análise da conjuntura da semana é uma (re)leitura das ‘Notícias do Dia’ publicadas, diariamente, no sítio do IHU. A presente análise toma como referência as ‘Notícias’ publicadas de 20 a 26 de maio de 2009. A análise é elaborada, em fina sintonia com o IHU, pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT – com sede em Curitiba, PR, parceiro estratégico do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Sumário:

O capitalismo sem riscos
Empresas que especularam são beneficiadas
A burguesia brasileira preserva os “dedos e os anéis”
A fusão não garante os empregos
Capital estatal subsidia capital privado
A mãozinha do Estado por detrás dos grandes negócios
Conjuntura da semana em frases

Eis a análise.

Empresas que especularam são beneficiadas

“Empresas que apostaram em derivativos não terão um tostão”. A afirmação peremptória do ministro da Fazenda Guido Mantega, não se sustentou por muito tempo. A Sadia, uma das empresas brasileiras mais bem sucedidas na área da alimentação, depois da desastrosa aventura no mercado financeiro acaba de ser socorrida pelo governo.

No melhor momento da economia nacional, a Sadia resolveu especular – a empresa enfiou o pé na jaca da farra dos derivativos, como afirma Vinicius Mota. Acreditava que poderia ganhar muito dinheiro descolado da atividade produtiva. Na época, o presidente Lula chamou as operações realizadas pelas empresas com fins especulativos, entre elas a Sadia, de “trambique”.

Segundo o presidente, “não foi por causa da crise, mas da especulação. Essas empresas vinham especulando contra a moeda brasileira. Vinham praticando, por ganância, uma especulação nada recomendável”.

O ministro da Fazenda, pressionado pelas grandes empresas em apuros, mais de uma vez negou qualquer ajuda. O final da história, porém, foi bem outro. As empresas que jogaram no mercado financeiro, apesar das reiteradas negativas do governo, foram beneficiadas.

Primeiro foi o apoio do governo com recursos públicos do BNDES à fusão entre a Votorantim Celulose e a Aracruz com empréstimo inicial de R$ 600 milhões para que os Ermírio de Moraes, controladores do grupo Votorantim, comprassem a participação na Aracruz. Na operação das empresas de celulose, o BNDES ainda se comprometeu a participar de oferta de ações a ser realizada em breve. O aporte total chegará a R$ 2,4 bilhões por 26% da nova companhia, tornando o banco controlador, junto com os Ermírio de Moraes. Tanto Votorantim Celulose como Aracruz haviam tido perdas superiores a R$ 2 bilhões com derivativos cambiais.

Agora chegou a vez da Sadia. Endividada, a Sadia chegou a anunciar prejuízo de R$ 2,5 bilhões, em boa parte devido às perdas com derivativos cambiais em setembro de 2008, no auge da crise, quando o dólar disparara. A empresa agonizante recebeu a ajuda do governo, e o clã das famílias Fontana e Furlan já pode respirar aliviado, terá seus polpudos ganhos preservados por várias gerações.

A burguesia brasileira preserva os “dedos e os anéis”

Uma missão quase impossível, essa era a tarefa do ex-ministro da Fazenda Fernando Furlan. Encontrar uma saída para a empresa fundada pelo seu avô Atílio Fontana há 80 anos e que, depois de prejuízos bilionários com derivativos financeiros, corria o risco de ficar insolvente. A saída veio com o governo Lula.

O mesmo Lula que acusou a Sadia de “trambique” foi decisivo para o financiamento do BNDES somado aos fundos de pensão – a argamassa que possibilitou a fusão da empresa com a arqui-rival Perdigão. Furlan comemorou. O ex-ministro não só realizou um antigo sonho, ao criar um gigante global de alimentos, como fez com o limão uma limonada. De certo modo, a operação Sadia-Perdigão se assemelha ao que ocorreu no processo Itaú-Unibanco. A Sadia foi “engolida” pela Perdigão, mas o bloco de famílias liderado por Furlan será um dos maiores acionistas individuais da empresa resultante, assim como Pedro Moreira Salles, do Unibanco, conseguiu fazer no acordo com o Itaú.

Embora a Sadia fique com 30% da futura empresa e a Perdigão com 70%, os 57 sócios ligados às famílias Furlan e Fontana terão cerca de 10% da Sadigão, um percentual muito próximo ao do outro principal acionista, que será a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil.

A fusão não garante os empregos

A “Sadigão”, como ficou conhecido o acerto no mundo dos negócios se chamará Brasil Foods, com receita anual de R$ 22 bilhões e 100 mil empregados. A Brasil Foods já nasce gigante. É de longe a maior empresa de alimentos industrializados do Brasil e será a maior exportadora de produtos de carne processada do mundo. Será também a terceira maior exportadora brasileira, atrás apenas da Petrobras e da Vale do Rio Doce. Por isso, e para acentuar sua agressividade internacional, tem nome inglês, porém, o Brasil continua grafado com s, como na língua portuguesa e não com o z do inglês.

O poderio da nova empresa, avalizada pelo governo, não garante, entretanto o emprego. Ao contrário, as demissões serão inevitáveis, afirma o ministro Miguel Jorge. A união criará “sinergia” e redução de custos, mas também tornará muitos cargos redundantes, disse o ministro. “Certamente haverá redução de quadros”, disse ele. “É preciso ficar claro o seguinte: não é proibido demitir. O que é proibido é demitir sem pagar os direitos dos trabalhadores”, arrematou o ministro.

Os sindicalistas das unidades onde se encontram as empresas também manifestaram sua preocupação. Apenas em Toledo (PR), a Sadia já demitiu 300 trabalhadores.

Nessa mesma unidade localizada no oeste do Paraná, a Sadia protagonizou uma das mais tristes histórias de perseguição ao movimento sindical brasileiro. Na década de 80, período de ascensão do movimento sindical, a Pastoral Operária do Paraná tentou organizar uma chapa de oposição ao Sindicato dos trabalhadores da alimentação, controlado pela empresa. Registre-se que a Sadia é um verdadeiro império na cidade – é de longe a empresa que mais emprega e controla boa parte da economia local.

Apesar dos reiterados cuidados e da chapa ter sido organizada clandestinamente, dois dias antes do registro a empresa identificou os aproximadamente 40 membros da chapa e demitiu-os sumariamente. Descobriu-se posteriormente que a empresa infiltrou um espião nas reuniões da oposição. Não contente com a demissão de toda a chapa, a Sadia passou a perseguir os parentes dos membros que estavam empregados.

Este episódio, amplamente denunciado na época pela Pastoral Operária, serve como referência para relativizar o reiterado discurso da nova empresa que não pretende demitir.

Porém, não são apenas os trabalhadores que estão preocupados, os produtores também temem a união Sadia-Perdigão. Produtores de suínos e aves em Santa Catarina, Goiás e no Paraná que trabalham integrados à Sadia e à Perdigão, acham que a união entre as duas empresas poderá trazer mais problemas do que benefícios.

Capital estatal subsidia capital privado

O modelo de salvamento da Sadia é o mesmo realizado em outras operações, como as fusões entre Oi e Brasil Telecom e entre a Votorantim e a Aracruz Celulose e revela um modelo que tem como bóia de salvamento recursos públicos.

Registre-se que no caso da conformação da ‘supertele’ de capital nacional – a fusão da Oi com a Brasil Telecom, o capital privado foi subsidiado duas vezes pelo Estado. A primeira, na forma de financiamento – via BNDES – para as privatizações ainda na época de Fernando Henrique Cardoso (FHC), e a segunda, por ocasião do financiamento da reestruturação societária da Oi para permitir que a mesma incorporasse a Brasil Telecom.

O BNDES emprestou cerca R$ 1,25 bilhão aos grupos Andrade Gutierrez, do empresário Sérgio Andrade, e La Fonte, de Carlos Jereissati. Com esse dinheiro, além de R$ 400 milhões em recursos próprios, os dois empresários comprarão as participações da GP Investimentos, da Lexpart (Citigroup e Opportunity) e das seguradoras do Banco do Brasil na Telemar Participações, holding que detém o controle acionário da Oi. Em outro empréstimo, este de aproximadamente R$ 1,3 bilhão, o BNDES financiou a Telemar Participações, ajudando-a concluir a reestruturação de seu capital. No fim do processo, os grupos Andrade Gutierrez e La Fonte terão, cada um, 20% do capital da Telemar Participações.

Quem entrou na jogada também foram os fundos de pensão. A Fundação Atlântico, o fundo de pensão dos funcionários da Oi, terá 11%, perfazendo, junto com os dois grupos empresariais, o controle (51% do capital) da holding da Oi. O BNDES, que hoje detém 25% do capital de controle da Oi, diminuirá sua participação para 16,5%, vendendo a diferença para a Petros (a fundação de previdência dos empregados da Petrobras) e a Funcef (o fundo dos servidores da Caixa Econômica Federal). Com a mudança, os dois fundos passarão a ter, juntos, 20% do capital da Telemar Participações. A Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, manterá a fatia que tem hoje no controle da companhia – 12,5%.

Fechado o negócio, o controle da ‘supertele’ ou da megaoperadora passou para as mãos dos empresários Sérgio Andrade (Andrade Gutierrez) e Carlos Jereissati (La Fonte). Apesar de manter o setor nas mãos da iniciativa privada, o governo terá importante participação – com o BNDES e indiretamente com os fundos de pensão –, com o poder de veto em decisões estratégicas, entre as quais a venda a grupos estrangeiros. Ressalte-se que no imbróglio da fusão da Oi com a BrT (a BrOi), voltou a cena a figura nebulosa de Daniel Dantas.

Dantas é produto de uma profunda ‘revolução silenciosa’ que se processou no capitalismo brasileiro a partir dos anos 90: a brutal transferência de ativos do Estado para o mercado. Processo de transferência esse que não foi de todo interrompido no governo Lula. Interromperam-se as privatizações, mas o Estado continua sendo um porto seguro para o capital privado em apuros.

A mãozinha do Estado por detrás dos grandes negócios

Convive no governo Lula a orientação de uma política econômica ortodoxa, com uma espécie de retomada do nacional-desenvolvimentismo expressa no BNDES.

Lula reedita o governo Vargas e JK. Uma ironia da história, como destaca em entrevista especial ao sítio do IHU, Luiz Werneck Vianna, uma vez que “o PT nasceu em clara oposição a esse passado”. Porém, atente-se para o fato de que o nacional-desenvolvimentismo praticado pelo governo Lula é distinto do praticado na Era Vargas. No período anterior, os investimentos realizados pelo Estado constituíram a formação de um capital produtivo sob controle do próprio Estado. Foi assim que surgiu a CSN, a Companhia Vale do Rio Doce, a Petrobrás, a Eletrobrás, o sistema Telebrás. Foram essas empresas que possibilitaram a modernização – conservadora – do país e o alçaram a uma das potências econômicas mundiais.

Hoje, o nacional-desenvolvimentismo mudou de coloração. Ele presta-se antes de tudo ao fortalecimento do capital privado. Nas palavras de Luciano Coutinho, presidente do BNDES, “o que determina um empréstimo é a consistência empresarial do negócio”. Em segundo plano, “se além disso, a operação fortalece empresas de capital nacional, é bom para o País”. É dessa forma que se explicam os generosos subsídios do BNDES à Companhia Vale do Rio Doce, agora apenas Vale em sua versão globalizada. Da mesma forma os subsídios vultosos do banco de fomento estatal para a fusão das empresas telefônicas Oi e Brasil Telecom, das companhias de celulose Votorantim e Aracruz e agora na fusão Sadia-Perdigão.

Atente-se para o fato de que o dinheiro público do BNDES lastreado sobretudo pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) está sendo utilizado em muitos casos para irrigar empresas que foram privatizadas, como é o caso da Vale e das empresas de telefonia. Já por ocasião da privatização, o BNDES foi um agente importante, subsidiando a transferência dessas empresas públicas para mãos privadas. Agora, novamente o banco entra com recursos favorecendo as mesmas empresas, mas em mãos privadas. Trata-se de um capitalismo sem riscos.

O economista Claudio Haddad chama isso de “dinheiro fácil”. Segundo ele, não se justifica que o BNDES dê tanto dinheiro para essas empresas: “São companhias muito grandes, que têm todas as condições de se capitalizar no mercado. O valor patrimonial da Vale é de quase R$ 300 bilhões. É uma empresa próspera, que gera caixa, bate recordes de exportação. Teria todas as condições de ir ao mercado e obter excelentes condições de financiamento”, diz ele. Na opinião do economista, “o BNDES precisa incentivar o desenvolvimento, e não emprestar dinheiro barato a companhias que podem se financiar no mercado. É preciso romper com isso”.

Como destaca o jornalista Vinicius Torres Freire, “afora múltis, as maiores exportadoras são estatais ou tiveram mãozinha do Estado, como deve ter a Brasil Foods”. Segundo ele, “a lista das maiores empresas exportadoras do Brasil revela muito do que foi e ainda é a formação e a propriedade do grande capital no país. As três líderes na exportação são ou foram estatais, criadas pelo Estado quando não havia investimento privado em seus setores: Petrobras, Vale e Embraer (se algumas dessas empresas vieram a se tornar monopolistas ineficientes, ou quase isso, é outra história)”.

O jornalista comenta que “examinando o ranking da exportação, veem-se genes estatais em quase todos os pedigrees da grande empresa nacional – e até no das múltis”.

Conjuntura da semana em frases

Trambique 1
“Nós temos um sistema financeiro sólido, mas descobrimos na crise que alguns empresários estavam aplicando nos chamados derivativos. Ou seja, já não se contentavam em ganhar o que estavam ganhando e acharam que era possível ganhar um pouco mais, fazendo trambique” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República – Folha de S. Paulo, 22-05-2009.

Trambique 2
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chama de “trambique” as apostas em derivativos, que afundaram a Sadia. Mas o BNDES, banco público, põe dinheiro para ajudar na compra da empresa supostamente “trambiqueira” pela Perdigão, compra tratada com o codinome de fusão. Se é trambique, como diz Lula, deveria ser regulado pelo governo, e não incentivado via BNDES, não?” – Clóvis Rossi, jornalista – Folha de S. Paulo, 24-05-2009.

Capitalismo
“Trata-se de um louvável avanço do capitalismo nacional num mundo globalizado e hipercompetitivo” – editorial “A burocracia das fusões” elogiando a fusão da Perdigão com a Sadia – Folha de S. Paulo, 20-05-2009.

Megafusão de marmita
“Adorei a charge do Dalcio com dois trabalhadores: “Eu tenho a linguiça e a farofa, e você tem a salsicha e o ovo. Vamos fazer uma fusão de marmitas?”. Rarará! Esse é o verdadeiro Brasil Foods: MEGAFUSÃO DE MARMITA!” – José Simão, humorista – Folha de S. Paulo, 21-05-2009.

Nova era
“Lula prossegue a reorganização da propriedade do grande capital iniciada sob FHC. FHC desatou o nó caquético da organização e da posse do capital, privatizando com o auxílio do Estado. Lula, o pós-moderno, financia com o Estado a reorganização da grande propriedade depois do período algo caótico da “abertura” dos anos 90, formatando as empresas brasileiras para a era dos grandes oligopólios globais, fase 2, a dos países ditos emergentes. Não há, pois, oposição do “capital” – Vinicius Torres Freire, jornalista – Folha de S. Paulo, 21-05-2009.

Feliz o país
“O Brasil teve muitas décadas de subserviência. Isso acabou. Outro dia, eu disse: Feliz do país que terá uma disputa entre Serra e Dilma. Você vai ter duas pessoas que têm divergências, concepções diferentes, mas duas pessoas que têm passado político” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República – O Globo, 24-05-2009.

Peru com farofa
“O Brasil está sendo, outra vez, o grande peru com farofa do mercado internacional. Estamos dando nestes últimos meses uma taxa de retorno em dólares de 6% ao ano, e já descontados os impostos. É uma extravagância” – Antonio Delfim Netto, economista – O Globo, 23-05-2009.

Festa no arraial
“A Bolsa de Valores zerou este ano, até agora, as perdas sofridas a partir de outubro, auge da crise. O emprego nem remotamente. O rendimento dos salários tampouco: além de continuar medíocre como é há séculos, ainda retrocedeu algo mais. Não obstante, há festa no arraial. Sinal de que estamos de volta ao espírito pré-crise: o que importa é a felicidade do capital” – Clóvis Rossi, jornalista – Folha de S. Paulo, 24-05-2009.

Ministro mais à esquerda
“É o Henrique Meirelles. Veja bem, o que mais aparece na minha sala é banqueiro e empresário reclamando do Meirelles. Quem peita essa gente é a esquerda. Além do quê, ele controla a inflação e bota dinheiro no bolso do trabalhador” – Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que o presidente do Banco Central é o ministro mais à esquerda do seu governo – Veja, 27-05-2009.

Gostar de ser rico
“Estamos aprendendo a gostar de ser ricos” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, em discurso feito na China – O Estado de S. Paulo, 20-05-2009.

Prazer
“E vocês não imaginam o prazer, a satisfação de nós começarmos a sentir que nós somos grandes, que nós temos importância, e que ninguém nunca mais vai sentar à mesa de negociação dizendo: ‘Não precisamos convidar China e Brasil, porque eles são pobres’ ” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, em discurso feito na China – O Estado de S. Paulo, 20-05-2009.

Contagem regressiva
“Infelizmente para Lula, a contagem regressiva para o desfecho do seu atual mandato coincide com a crise da economia mundial, a doença de Dilma, a CPI da Petrobras e um Plano de Aceleração do Crescimento quase empacado. Por mais que ainda possa muito, o cara não pode tudo. E daqui para frente poderá cada vez menos” – Ricardo Noblat, jornalista – O Globo, 25-05-2009.

Slogan
“Slogan pra Dilma 2010: “Já votei no cara, agora voto na coroa” – José Simão, humorista – Folha de S. Paulo, 26-05-2009.

Invenção
“Em meio a tantas dúvidas, resta só uma certeza: a candidatura de Dilma foi invenção de Lula; sua eventual substituição será outra” – Melchiades Filho, jornalista – Folha de S. Paulo, 22-05-2009.

3º mandato
“Não discuto essa hipótese. Primeiro, porque não tem terceiro mandato. Segundo, porque Dilma está bem” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República – Folha de S. Paulo, 21-05-2009.

“Meu mandato termina no dia 31 de dezembro de 2010. Passo a faixa para outro presidente em 1º de janeiro de 2011, e vou fazer meu coelhinho assado, que faz uns cinco anos que não faço” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República – Folha de S. Paulo, 21-05-2009.

Chatérrima
“Sabe o que é? Tem muita espuma nesta história, né? Sempre tem. É uma doença tratável. Chatérrima. Boa ela não é. Mas ela é tratável, não é uma sentença” – Dilma Rousseff, ministra Chefe da Casa Civil, comentando as especulações segundo as quais a doença poderia tirá-la do jogo político de 2010 – Folha de S. Paulo, 23-05-2009.

Nada acontece
“No Brasil, a reação dos eleitores se limita a e-mails vitriólicos ou resmungos acabrunhados. Não é à toa que nada acontece. Deputados e senadores olham para cima, assobiam, e a crise passa. Logo, alguns estarão passeando em Paris e Nova York. No fundo, como dizem os políticos, o Poder Legislativo é a mais completa e acabada tradução do país. É a cara do Brasil” – Fernando Rodrigues, jornalista, comentando a reação dos eleitores ingleses no caso de corrupção da Câmara dos Comuns com a queda do seu presidente – Folha de S. Paulo, 25-05-2009.

Sabe com quem está falando?
“Já não disse que sou deputado? Vá se f., vai tomar no c.” — Paes Landim, deputado federal – PTB-PI, esbravejando, porque duas funcionárias encarregadas da inspeção de bagagens no aeroporto de Brasília pediram que ele colocasse uma maleta que levava na mão na esteira de raio-X – O Globo, 24-05-2009.

Ausência
“Esse filme (Garapa) é sobre a ausência. A família sente falta não só de comida. Não tem roupa, não tem remédio, não tem diversão, não tem projeto” – José Padilha, diretor do filme Garapa, que estreia no dia 29 de maio – Folha de S. Paulo, 20-05-2009.

Che
“No inverno de 1961, máquina fotográfica a tiracolo, eu estava ao lado de Che Guevara na abertura da conferência da OEA, em Punta del Este, sob umidade, ao ar livre, quando ele levou à boca o inalador para amenizar um ataque de asma. Tinha feito dezenas de fotos e podia tê-lo retratado naqueles minutos de suplício intenso de afogamento dos asmáticos. Por instinto, não o fotografei. Queria conhecê-lo pelo que fazia, não pela doença” – Flávio Tavares, jornalista – Zero Hora, 24-05-2009.

Airbags e glória
“A mais nova moda entre os jovens que buscam grandes emoções é roubar carros com airbags e enfiá-los em muros. Maior a velocidade, maior a glória” – John Adams, professor de geografia em Londres, autor do livro “Risco” – O Estado de S. Paulo, 24-05-2009.

Pé de guerra
“É demais este autoritarismo, saiba a CBF e saiba o Dunga que o Rio Grande do Sul está em pé de guerra contra a Seleção” – Paulo Sant’Ana, jornalista, sobre as convocações de jogadores do Internacional e do Grêmio – Zero Hora, 22-05-2009.

Conjuntura da Semana. Uma leitura das ”Notícias do Dia’’ do IHU de 20 a 26 de maio de 2009

(Ecodebate, 29/05/2009) publicado pelo IHU On-line, 27/05/2009 [IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

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