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Influenza A (H1N1) não é mais letal que a gripe sazonal

influenza

A gripe suína, novo tipo de influenza que contaminou pelo menos 1.085 pessoas no mundo, não é mais letal do que a gripe tradicional nem parece ter maior potencial para contágio, afirmou nesta segunda-feira (4) o epidemiologista responsável pelo centro de alerta sanitário mexicano, Miguel Angel Lezana.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) registra oficialmente que o influenza A (H1N1) causou 26 mortes no mundo até o momento – 25 pessoas no México, onde se acredita que o vírus tenha surgido, e um bebê mexicano nos Estados Unidos. No Brasil, o ministério da Saúde reporta 25 casos suspeitos, além de 36 outras pessoas em monitoramento. Do UOL Notícias.

Para Lezana, que também é porta-voz do ministério de Saúde mexicano, o baixo número de mortes em relação às pessoas contaminadas indicaria que a doença não é especialmente perigosa e a concentração das vítimas fatais no México seria apenas um reflexo do maior tempo que o país conviveu com o vírus antes do alarme mundial.

“Por ter sido um dos primeiros países onde o vírus foi encontrado circulando, tanto as pessoas quanto o serviço de saúde estavam diante de uma situação desconhecida”, afirmou Lezana em uma entrevista.

O especialista acrescenta que, segundo dados dos casos confirmados no país, o vírus é aproximadamente tão contagioso quanto a gripe sazonal, assim como a capacidade do vírus de se multiplicar no organismo.

Autoridades sanitárias dos Estados Unidos também relataram “sinais encorajadores” de que o novo vírus não seria mais perigoso do que a gripe comum que mata entre 250 mil e 500 mi pessoas em média por ano em todo o mundo.

Por sua vez, Margaret Chan, diretora-geral da OMS, alertou contra a complacência por causa das boas notícias vindas do México.

“Os vírus da gripe são muito imprevisíveis, muito enganosos… Não devemos ficar excessivamente confiantes. Não se deve dar ao [vírus] H1N1 a possibilidade de se misturar com outros vírus”, disse ela.

A OMS pode elevar a qualquer momento o seu nível de alerta de pandemia de gripe suína de 5 para 6, o topo da escala, o que indicaria uma situação de pandemia consolidada.

“O nível 6 não significa, de forma alguma, que estamos enfrentando o fim do mundo. É importante deixar isso claro, porque, se não, quando anunciarmos o nível 6, isso irá causar um pânico desnecessário”, disse Chan.

Combate à doença no Brasil
O porta-voz da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Ruben Figueroa, informou no final da tarde de hoje (4) que os kits com reagentes para realizar o diagnóstico da influenza A (H1N1) devem chegar ao Brasil já nesta terça-feira.

Com os reagentes aqui, o Brasil não precisará enviar amostras ao exterior para confirmar ou negar os casos da doença. No entanto, isso não significa que eles serão usados imediatamente, uma vez que os laboratórios ainda levarão alguns dias para desenvolver o processo para detecção da doença.

Também hoje o ministério da Saúde anunciou que o governo vai liberar R$ 141 milhões para ações de combate à gripe suína. O valor será aplicado principalmente na informação dos cidadãos sobre a doença.

“[Os recursos] vão principalmente para a publicidade, que vai ter de ser bastante ampliada”, afirmou o secretário de vigilância em saúde, Gerson Penna.

Segundo ele, o pedido de crédito adicional foi encaminhado ao Ministério do Planejamento na última quinta-feira. Aquele ministério está responsável pela elaboração da medida provisória que trata dos recursos adicionais. O secretário não informou, contudo, quando a MP será editada.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama pediu ao Congresso US$ 1,5 bilhão (R$ 3,2 bilhões) para investir em infraestrutura médica e pesquisas no desenvolvimento de vacinas, no âmbito do combate à gripe suína.

Na próxima quinta-feira (7), a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) vai se reunir com representantes do Ministério da Saúde, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e das companhias aéreas internacionais que têm voos para o Brasil. O objetivo é reforçar o pedido para que as empresas divulguem os avisos sonoros dentro dos aviões com informações aos passageiros sobre a doença.

Do UOL Notícias, com agências internacionais

[EcoDebate, 05/05/2009]

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