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Notícia

Urânio no III Encontro Nacional da RBJA

A questão nuclear foi um dos temas tratados no III Encontro Nacional da RBJA, com a abordagem dos impactos socioambientais causados pela Industrias Nucleares do Brasil no processo de produção de urânio em Caetité, na Bahia, onde começa a cadeia produtiva da energia nuclear gerada pelas duas usinas atômicas de Angra dos Reis. Os participantes do Encontro aprovaram Moção de Apoio ao Padre Osvaldino e à Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité.

Moção de Apoio

Os participantes do III Encontro Nacional da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) manifesta solidariedade ao Padre Osvaldino, diretor da Rádio Educadora Santana de Caetité, que está sendo processado pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), responsável pelo único complexo minero-industrial de produção de urânio em operação no Brasil, que fica localizado entre os municípios de Lagoa Real e Caetité, no sudoeste da Bahia.

Os dois processos, movidos contra o padre Osvaldino, têm o claro propósito de intimidar e impedir o trabalho da Comissão Paroquial de Meio Ambiente e tentar reprimir a atuação de lideranças populares, sindicais e dos movimentos e organizações ambientalistas, que atuam em defesa das comunidades, vitimas dos impactos sócio-ambientais causados pela exploração de urânio, atividade de alto risco para a população e o meio ambiente.

Essas comunidades vivem no entorno da mineradora, consumindo água sob suspeita de contaminação e buscando retomar o acesso e o controle da água de suas propriedades que vem sendo usada ilegalmente pela INB, empresa acusada de desrespeitar a legislação ambiental e os direitos consignados no Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, o PIDESC.

A RJBA reafirma seu apoio às populações de Caetité e Lagoa Real, em seu legítimo direito de lutar por políticas públicas que garantam saneamento ambiental, água de qualidade e a implantação, na região, de um serviço de saúde capaz de detectar e tratar doenças causadas por radiações ionizantes e de um sistema de vigilância epidemiológica, toxicológica e radiológica.

A sociedade brasileira não aceita mais o desenvolvimento econômico a qualquer custo, que venha a gerar mais danos sociais e ambientais, levando incertezas e insegurança à população em geral e aos mais pobres, em especial.

Não precisamos e não queremos energia nuclear uma fonte de eletricidade cara, poluente, insegura e perigosa.

Caucaia, Ceará, 28 de março de 2009

Assembléia do III Encontro da Rede Brasileira de Justiça Ambiental

* Enviada por Zoraide Vilasboas, da Coordenação de Comunicação da Associação Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania, colaboradora e articulista do EcoDebate.

[EcoDebate, 23/04/2009]

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