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Exploração sustentável dos frutos da palmeira pode ajudar a salvar o palmito juçara

Palmito juçara, foto do Jardim Botânico de São Paulo
Palmito juçara, foto do Jardim Botânico de São Paulo

Fruto da juçara pode ajudar a salvar palmeira – Componente escasso da Mata Atlântica, aonde chegou a ser o principal produto não-madeirável, a extração da Euterpe edulis, o palmiteiro ou palmito juçara, sempre foi uma atividade socioeconômica importante no litoral do Paraná. Embora a legislação ambiental vigente proíba seu corte, ela é realizada de modo clandestino e isso aproximou a espécie da extinção pura e simples, devido ao seu alto valor econômico.

Para salvar a juçara no litoral paranaense, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), lançou no final de março um projeto onde a exploração de frutos da palmeira pode se tornar uma alternativa mais lucrativa do que a extração do palmito. O açaí obtido de frutos de juçara pode ser utilizado para compor bebidas energéticas, sucos, produtos nutracêuticos, cosméticos, entre outros, de forma similar ao açaí produzido no Norte do Brasil. Matéria de Norberto Staviski, da Gazeta Mercantil, 02/04/2009.

Segundo o coordenador do programa “Geração de tecnologias para produção comercial de polpa de frutos de juçara (Euterpe edulis Mart.) no Litoral do PR”, engenheiro agrônomo do Iapar de Ponta Grossa, Francisco Paulo Chaimsohn, existe uma demanda crescente pelo açaí principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Norte do país e também no exterior. “Estudos demonstraram que o açaí extraído da palmeira juçara possui mais antocianinas (um poderoso antioxidante) do que o produzido no Norte do país. Esse projeto tem uma importância sócio-ambiental muito grande, pois proporcionará uma fonte de renda aos agricultores sem destruir a planta”, explica ele.

O projeto foi lançado em conjunto com a Associação de Pequenos Produtores Rurais e Artesanais de Antonina (Aspran), e o presidente Gabriel Flizikowski, conta que a entidade há dois anos trabalha com o fruto da palmeira juçara, mas só agora conseguiu os equipamentos, acompanhamento e apoio na logística, na produção e na seleção dos frutos. “Esperamos que esse seja o início de um novo ciclo de prosperidade para a região”, disse ele. No final de março ele recebeu em comodato balanças, tanques de aço inox, máquina de soldar plástico, refratômetro e refrigeradores.

Morte evitada

Na Aspran, os frutos, após serem despolpados, fornecem como produto não só a polpa para ser consumida como alimento, mas também uma grande quantidade de sementes que podem ser utilizadas para o repovoamento de áreas onde o palmito foi extinto e não há mais capacidade de regeneração natural.

O aspecto positivo do manejo da juçara para a produção do açaí, em relação ao manejo para palmito, é que sua retirada não implica na morte da planta, que leva de cinco a oito anos para chegar a um estágio de corte, enquanto a coleta de fruto pode ser feita ano após ano com a mesma planta. A utilização do fruto do palmito juçara também é mais rentável aos agricultores do que a extração do palmito, segundo o Iapar.

[EcoDebate, 03/04/2009]

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