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Mundo apoia meta climática contra as emissões de gases do efeito estufa até 2050, mas diverge como dividir a conta

crise ambiental

Os governos do mundo em geral apoiam a adoção de metas rígidas contra as emissões de gases do efeito estufa até 2050, mas há fortes diferenças sobre como dividir a conta, segundo um novo guia para os negociadores envolvidos na definição do futuro tratado climático da ONU.

Um documento a ser apresentado num evento da entidade entre os dias 29 de março e 8 de abril afina uma lista de ideias que podem constar no novo tratado climático, a ser definido em dezembro em Copenhague. A nova lista tem cerca de 30 páginas, contra 120 de um texto do final do ano passado. Matéria de Alister Doyle, da Agência Reuters.

“Isso mostra que ainda há muito a ser feito. E mostra também o que precisa ser feito”, disse à Reuters na segunda-feira Yvo de Boer, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, referindo-se ao texto de Michael Zammit Cutajar, presidente de um grupo de negociação da ONU.

“É um bom impulso em direção a uma pauta mais precisa, voltada para preencher as lacunas”, disse De Boer.

Mais de 190 governos nacionais aceitaram em 2007 preparar até o final 2009 um novo tratado climático que vigore a partir de 2013, quando expira o atual Protocolo de Kyoto. A ONU alerta que as mudanças climáticas, provocadas principalmente pela atividade humana, podem causar efeitos em todo o mundo, incluindo secas, inundações, ondas de calor e aumento dos mares.

“Há um amplo apoio das partes a uma meta indicativa, baseada na ciência, para a redução dos gases do efeito estufa até meados do século”, segundo o texto.

Possíveis metas incluem a redução das emissões pela metade até 2050, reduções profundas para limitar o aumento da temperatura a 1,5-2C acima dos níveis pré-industriais, ou o estabelecimento de uma cota baixa de emissões pessoais para todos.

O texto acrescenta que “há uma falta de convergência a respeito da questão da contribuição por diferentes grupos de países para que se alcance a meta de longo prazo e quanto aos caminhos para isso”.

Os países ricos prometem liderar os cortes nas emissões, mas dividir o ônus entre ricos e pobres é um enorme conflito. Além disso, a recessão pode afetar o empenho dos países em fazer investimentos que levem à substituição de fontes poluentes, como a energia obtida do carvão, por fontes energéticas renováveis.

De Boer disse que uma meta para o distante 2050 não é irrelevante, por exemplo, para um investidor que cogite construir uma usina termoelétrica com altos índices de emissão de carbono.

Ele acrescentou que o texto mostra uma “forte convergência” quanto à necessidade de metas intermediárias ambiciosas para os países desenvolvidos, que sejam as mais próximas possíveis da redução de 25-40 por cento preconizada pelo Painel Climático da ONU para ser alcançada até 2020, em comparação com os níveis de emissões de 1990.

Matéria da Agência Reuters, no Estadao.com.br, 23 de março de 2009, 11:08

[EcoDebate, 25/03/2009]

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