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Aquecimento global aumenta a mortalidade de árvores na América do Norte, por Henrique Cortez

Floresta pe Pinus atacada pelo besouro-bicudo, em foto de Anne Sherwood, no The New York Times
Floresta pe Pinus atacada pelo besouro-bicudo, em foto de Anne Sherwood, no The New York Times

[EcoDebate] O aquecimento global está acelerando a mortalidade de árvores. Esta é a conclusão de um estudo realizado pela Northern Arizona University, NAU.

Pete Fulé, um professor associado da Faculdade de Silvicultura da NAU e diretor do Ecological Restoration Institute, é um dos co-autores do estudo “Widespread Increase of Tree Mortality Rates in the Western United States“, publicado na revista Science, de 23/01/2009.

O estudo, que contou com a participação de Phillip J. van Mantgem e Nathan L. Stephenson, do Western Ecological Research Center do US Geological Survey, no norte da Califórnia, “oferece dados para mostrar que existe um problema com a mortalidade das árvores e que o clima é um elemento importante para compreender o problema”, explicou Fulé.

Onze cientistas contribuíram para o estudo de longo prazo, fornecendo os conjuntos de dados extraídos das árvores em todo o Noroeste do Pacífico, na Califórnia, Idaho, Colorado e Arizona. O artigo conclui que as taxas de morte das árvores nas florestas preservadas mais do que duplicou nas últimas, em grande parte uma consequência do aquecimento regional.

“A essência é que temos agora estes conjuntos de dados de longo prazo das antigas árvores em muitos países em relação às florestas da parte ocidental dos EUA e as se as florestas têm uma coisa em comum é que as árvores estão morrendo cada vez mais rápido”, disse Fulé.

Para determinar a relação da morte das árvores com as consequência das mudanças climáticas, os cientistas documentaram os eventos relacionados ao clima que poderiam ter contribuído para a morte das árvores, tais como ataques de besouros-bicudos (bark beetle’s) ou incêndios florestais.

Os pesquisadores realizaram medições de mais de 6000 árvores, principalmente Pinus ponderosa, no Gus Pearson Natural Área, criado em 1908 e localizada no interior do Fort Valley Experimental Forest, 19 Kms ao norte de Flagstaff, Arizona. As árvores na floresta experimental podem ter mais de 500 anos.

O estudo, realizado em conjunto com Ecological Restoration Institute, a School of Forestry e o U.S. Forest Service Rocky Mountain Research Station, analisou medições árvore que remontam à década de 1920.

“Apesar do impacto do aquecimento global, no sudoeste, temos uma oportunidade de reduzir a mortalidade das árvores por desbaste das florestas e restaurando a superfície destruída pelos incêndios”, diz Fulé. “Existe uma forte evidência empírica de que essas ações podem melhorar a resistência das árvores à seca e aos insetos patógenos, e protegê-los da degradação após graves incêndios florestais.”

Fulé admite que o estudo é uma “previsão sombria do futuro, mas ainda temos a opção de fazer uma diferença com práticas de manejo florestal”, ele diz. “Se as mudanças climáticas vão mudar a vegetação, podemos, pelo menos, pensar como será e como geri-la.”

O artigo estudo “Widespread Increase of Tree Mortality Rates in the Western United States” apenas está disponível para os assinantes da revista Science.

Abaixo transcrevemos o abstract:

Widespread Increase of Tree Mortality Rates in the Western United States

Phillip J. van Mantgem, Nathan L. Stephenson, John C. Byrne, Lori D. Daniels, Jerry F. Franklin, Peter Z. Fulé, Mark E. Harmon, Andrew J. Larson, Jeremy M. Smith, Alan H. Taylor, and Thomas T. Veblen

Science 23 January 2009:
Vol. 323. no. 5913, pp. 521 – 524
DOI: 10.1126/science.1165000

Persistent changes in tree mortality rates can alter forest structure, composition, and ecosystem services such as carbon sequestration. Our analyses of longitudinal data from unmanaged old forests in the western United States showed that background (noncatastrophic) mortality rates have increased rapidly in recent decades, with doubling periods ranging from 17 to 29 years among regions. Increases were also pervasive across elevations, tree sizes, dominant genera, and past fire histories. Forest density and basal area declined slightly, which suggests that increasing mortality was not caused by endogenous increases in competition. Because mortality increased in small trees, the overall increase in mortality rates cannot be attributed solely to aging of large trees. Regional warming and consequent increases in water deficits are likely contributors to the increases in tree mortality rates.

[Matéria de Henrique Cortez, do EcoDebate, 26/01/2009, com informações de Diane Rechel, Northern Arizona University]

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