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Região Sudeste tem quatro indicados ao Prêmio Brasileiro imortal

Aziz Ab Saber (geógrafo), Ibsen de Gusmão Câmara (conservacionista) e Tom Jobim (compositor). Uma destas três personalidades irá se tornar imortal e dará nome a uma das espécies botânicas recém-descobertas pela Vale em sua reserva ambiental, em Linhares (ES).

A iniciativa faz parte do Prêmio Brasileiro Imortal, que escolherá pelo voto popular seis figuras ilustres de todo o Brasil para batizar as espécies, sendo uma de cada região e uma pessoa de representatividade nacional. A votação já está aberta. Basta entrar no site www.brasileiroimortal.com.br e deixar o voto para aquele que, em sua avaliação, tiver realizado atividades nas áreas social e ambiental que tenham real importância para o desenvolvimento do país.

Em todo o Brasil, são 18 finalistas. Considerando que o jornalista José Hamilton Ribeiro, de Santa Rosa do Viterbo (SP), também está na disputa na Categoria Nacional, a Região Sudeste concorre com quatro indicados.

Os candidatos foram escolhidos por uma Comissão de Especialistas, formada por pessoas que atuam na área de sustentabilidade, levando em conta a contribuição ao país das atividades realizadas pelos indicados nas áreas social e ambiental.

O principal critério adotado pela Comissão para a escolha dos nomes é que sejam brasileiros representativos, cujas atividades nas áreas social e ambiental tenham real importância para o desenvolvimento do país.

Com o prêmio, a Vale pretende dar visibilidade às suas ações sustentáveis, em especial, ao trabalho desenvolvido na Reserva Natural, localizada em Linhares, no norte do Espírito Santo. Desde que a empresa adquiriu a reserva, nos anos 50, já foram descobertas 96 espécies da flora brasileira na região.

Confira o perfil dos indicados na Região Sudeste e na Categoria Nacional:

REGIÃO SUDESTE:
Aziz Ab Saber – Geógrafo e professor universitário brasileiro, nascido em São Luís do Paraitinga, em 1924. É um dos mais respeitados geomorfologistas do Brasil, sendo o primeiro a classificar o território brasileiro em domínios morfoclimáticos e a desenvolver a teoria dos refúgios, seguindo a linha de pensamento da teoria da evolução das espécies, do biólogo inglês Charles Darwin. Professor-emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), professor-honorário do Instituto de Estudos Avançados da mesma universidade. Presidente de Honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, é um intelectual engajado nas discussões sobre as questões ambientais no Brasil. Entre os prêmios conquistados estão o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia de 1999, concedido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, na categoria Ciências da Terra; e o Prêmio Jabuti de Ciências Humanas, em 2005.

Ibsen de Gusmão Câmara – Aos 17 anos, ingressou na Marinha, onde serviu durante 40 anos. A par de suas atividades profissionais, como autodidata, estudou Biologia, Ecologia e Paleontologia, e tornou-se membro da American Association for the Advancement of Science, da Society of Vertebrayte Paleontology (EUA) e da Sociedade Brasileira de Paleontologia. Ao longo de sua vida, visitou a Antártica e 35 países, em todos os continentes. Conservacionista militante desde 1967, depois de aposentado em 1981 passou a dedicar-se em tempo integral a essa causa. Presidiu a Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, a mais antiga ONG brasileira de âmbito nacional, criada em 1958. Atualmente, preside a Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação, é conselheiro de uma dezena de organizações conservacionistas e membro da Comissão de Sobrevivência das Espécies e da de Áreas Mundiais Protegidas, ambas da União Internacional para a Natureza, com sede na Suíça. É autor ou co-autor de 20 livros relacionados com conservação.

Tom Jobim (In Memorian) – Compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim nasceu no Rio de Janeiro, em 1927, e faleceu em Nova Iorque, em 1994. É considerado um dos maiores expoentes da música brasileira e um dos criadores do movimento da Bossa Nova. Tom Jobim é um dos nomes que melhor representa a música brasileira na segunda metade do século XX e é praticamente uma unanimidade entre críticos e público em termos de qualidade e sofisticação musical.

CATEGORIA NACIONAL:
– José Hamilton Ribeiro – Paulista de Santa Rosa do Viterbo, 72 anos de idade e 52 de profissão, José Hamilton Ribeiro se considera um repórter por vocação. Por causa de sua obstinação pela notícia, conquistou vários prêmios, acumulando, entre outros, sete Esso de Reportagem, o Prêmio Personalidade da Comunicação 1999 e o título de “rosto do jornalismo brasileiro”, conferido pela revista Ícaro no ano passado. Passou pelas redações das revistas Realidade e Quatro Rodas, da Folha de S. Paulo e dos programas “Globo Repórter”, “Fantástico” e “Globo Rural”.

– José Márcio Ayres – Nasceu em Belém e tornou-se um dos cientistas brasileiros mais respeitados e premiados na área de Conservação da Biodiversidade. Iniciou seus estudos no Núcleo Pedagógico da Universidade Federal do Pará (UFPA). Formou-se pela Universidade de São Paulo e logo após ingressou no curso de mestrado em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Estudando a socioecologia do Cuxiú-Preto na Região Norte de Mato Grosso e no Pará, deparou-se com as grandes ameaças à imensa floresta, e assim, o cientista encontrou o que seria seu principal objetivo: criar e gerir unidades de conservação em áreas ecologicamente importantes, para promover a preservação da biodiversidade brasileira. O biólogo foi diretamente responsável pela criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, a primeira no Brasil, que, juntamente com a Reserva Amanã, compõe mais de três milhões de hectares de floresta tropical protegidos.

– Paulo Nogueira Neto – Biólogo e conservacionista de renome internacional, Paulo Nogueira Neto foi o primeiro secretário Especial do Meio Ambiente do Governo Federal e criou 3,2 milhões de hectares de áreas preservadas, distribuídas em 23 estações e reservas ecológicas por todo o país. Ao sair da SEMA, foi secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, onde teve a oportunidade de criar a Área de Proteção Ambiental de Cafuringa. De 1983 a 1987, foi membro da Comissão Bruntland para o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, como um dos dois representantes da América Latina. Foi duas vezes eleito vice-presidente do programa “O Homem e a Biosfera”, da UNESCO. Em 1981, recebeu o Prêmio Paul Getty e o Prêmio Duke of Edinburgh, da WWF International – World Wildlife Fund of Nature. Também foi um dos fundadores do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), ao qual pertence até hoje, como representante de organização não governamental. Foi responsável pela criação de pelo menos 26 estações e reservas ecológicas. No momento, além de membro do Conselho de Administração da CETESB, acumula ainda as funções de vice-presidente no Brasil do WWF e da Fundação SOS Mata Atlântica.