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ONU diz que a crise financeira ameaça luta contra aquecimento

O combate às mudanças climáticas pode ingressar em um limbo semelhante ao das negociações sobre o comércio mundial neste momento em que aumentam os riscos de a crise financeira jogar por terra os compromissos a respeito da luta contra a emissão de gases do efeito estufa, afirmou na segunda-feira o chefe da área na Organização das Nações Unidas (ONU). Por Gerard Wynn e Alister Doyle, da Agência Reuters.

Yvo de Boer afirmou estar preocupado com o impacto da crise de crédito sobre a luta contra as mudanças climáticas, já que os governos norte-americanos e europeus estão gastando montanhas de dinheiro para salvar da bancarrota várias de suas instituições financeiras.

“Só se pode gastar 1 dólar ou 1 euro uma vez”, afirmou.

“Eu acho, com certeza, que esse é um acontecimento preocupante. Essa é uma questão surgida nos últimos dias e não nas últimas semanas”, afirmou de Boer à Reuters, referindo-se a um apelo feito por montadoras de automóveis da Europa para receberem mais dinheiro a fim de enfrentarem as limitações na emissão de gases do efeito estufa.

“Há uma pressão crescente do ponto de vista da competitividade”, afirmou.

O chefe da área climática da ONU disse que as negociações continuavam caminhando, mas que, no pior cenário, há riscos de os países não cumprirem o prazo acertado para assinarem um novo pacto de combate ao aquecimento (final de 2009).

“Para mim, não há nenhum plano B”, disse. “Eu tenho a impressão de que esse é um desafio e tanto, mas continuamos nos trilhos, ainda vale o compromisso de atingir o acordo de Copenhague (de 2009).”

“Uma possibilidade é a de que não consigamos cumprir o prazo de Copenhague e que caiamos em um processo como o da OMC (Organização Mundial do Comércio), que continua a avançar sem um prazo claro, ou talvez, o que seria ainda pior, adotaríamos uma postura altamente fragmentada a respeito das mudanças climáticas”, afirmou.

Até agora, no processo, os países ricos não conseguiram detalhar sua promessa de fornecer tecnologia e financiamento a fim de ajudar os países mais pobres, afirmou na segunda-feira, em entrevista à Reuters, o embaixador da China para as questões climáticas, Yu Qingtai.

Yu mostrou-se pessimista a respeito do acordo sobre a assinatura de um novo pacto de combate às mudanças climáticas, que poderiam se traduzir em um recrudescimento de problemas como a seca, as enchentes, a elevação do nível dos oceanos e a extinção de plantas e animais.

Essa divergência entre os países mais ricos e os mais pobres assemelha-se àquela responsável por provocar, em julho, o fracasso da Rodada de Doha da OMC sobre a liberalização do comércio mundial — fracasso esse resultante em parte das desavenças entre os EUA e as economias emergentes.

COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

A China deseja que as potências ocidentais empenhem-se mais no financiamento da luta contra as mudanças climáticas, mas o eventual aporte financeiro dos EUA e da Europa pode ser absorvido pelas atuais operações de resgate de instituições financeiras.

“Há o risco de que uma quantidade menor de dinheiro público esteja disponível no bloco de países ricos para cooperar com o bloco de países em desenvolvimento a respeito da tecnologia e da mobilização de recursos”, disse de Boer. “Em conjunto, há o risco de que prevaleçam as preocupações de curto prazo.”

“Espero que isso não faça com que os países em desenvolvimento, os quais esperam por dinheiro para se adaptarem (às mudanças climáticas), tenham de aguardar que as dívidas de hipotecas e cartões de crédito existentes nos países desenvolvidos sejam pagas.”

Na terça-feira, importantes membros do Parlamento Europeu votarão para decidir se a União Européia (UE) deve ou não adotar unilateralmente metas ambiciosas quanto à emissão de gases do efeito estufa.

Não obstante a previsão de que acatem uma meta geral de redução das emissões, esses parlamentares encontram-se sob pressão para minorar os custos dessas medidas para o setor industrial.

A Polônia disse na segunda-feira estar reunindo com outros países-membros um bloco minoritário grande o suficiente para tirar das propostas da UE sobre o setor energético e do clima medidas que ampliem os custos da produção de energia elétrica por meio da queima de carvão — um dos sinais de que um acordo final pode ser adiado.

“Eu espero, certamente, que a UE consiga finalizar seu pacote climático e de energia até o final deste ano”, disse de Boer.

(Reportagem de Nina Chestney e Michael Szabo em Londres)

Matéria da Agência Reuters, publicada pelo Estadao.com.br, segunda-feira, 6 de outubro de 2008, 16:24.

[EcoDebate, 07/10/2008]

2 thoughts on “ONU diz que a crise financeira ameaça luta contra aquecimento

  • Missao Tanizaki

    Consórcio Mundial para o Combate as Mudanças Climáticas.

    As Mudanças Climáticas afeta toda HUMANIDADE, portanto todos os países precisam ajudar uns aos outros, caso contrário, apenas os Países mais Desenvolvidos e que apresentam boa Situação Financeira poderão realizar a sua parte, mas isso não resolverá a questão MUNDIAL.

    No Protocolo de Kioto (Quioto) está previsto Política de Transferência de Tecnologia – Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), nisso os Países desenvolvidos ficam só na PROMESSA.

    Os Países Desenvolvidos precisam parar de prometer e começar a agir. Os Países Pobres e os Países em Desenvolvimento precisam de Tecnologias LIMPAS para fazer a sua parte na Reduções da Emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEE).

    Todos os Países do Mundo precisam começar a agir, dando as suas contribuições com Transferência de Tecnologia, em especial as Tecnologias que possam contribuir para que os Países em Desenvolvimentos e os mais Pobres possam implementar adaptações nos seus Sistemas de Produção e com isso fazerem as suas respectivas partes na questão das Mudanças Climáticas.

    A Crise Financeira Mundial não é Problema.

    A Crise Fianceira Mundial não pode ser problema para o Combate as Mudanças Climáticas.

    Os Países em Desenvolvimento, por falta de Recurso Financeiro, desenvolveram Recursos Técnicos e Experiências que podem servir para amenizar os efeitos da Crise Econômica Mundial – nem tudo se resolve com Recursos Financeiros.

    Os Software’s Free (Livre / Gratuito) é desenvolvido, praticamente, sem utilização de Recursos Financeiros. Esses Software’s Free tão bons quanto os Software Proprietários – isso já está mais que comprovado e deve ser EXEMPLO para o Combate as Mudanças Climáticas

    As Autoridade Mundiais precisam fomentar e apoiar a criação de CONSÓRCIO MUNDIAL para cada questão, como foi estabelecido para o Desenvolvimento de Tecnologia de Produção de Energia Nuclear que seja mais SEGURO e que cause menos Problemas para o Meio Ambiente e a Biodiversidade, nisso inclui-se a própria HUMANIDADE.

    As Autoridades devem estabelecer regras para que cada Empresa / País detentora de Tecnologia de Fabricação de cada Produto, deva abrir as suas Caixas Pretas ao Consórcio Mundial para Desenvolvimento da Tecnologia de cada Produto. Todos os Especialistas e Pesquisadores de cada país poderá / deverá analisar / avaliar cada tecnologia, para que posteriormente possam estudar e apresentar sugestões para estabelecer uma Tecnologia Mundial Otimizada de Fabricação do Produto – todos os países passariam a ter direito da utilização da Tecnologia Otimizada. Em pouco tempo TODOS os Fabricantes do Mundo se tornariam mais SUSTENTÁVEIS, contribuindo MUITO MAIS para Preservação do Meio Ambiente e a Biodiversidade de todo o Planeta Terra.

    O Consorcio Mundial é a SAÍDA para a HUMANIDADE.

    A UNIÃO dos POVOS é a SOLUÇÃO para evitar a CATÁSTROFE que pode levar a EXTINÇÃO da VIDA no Planeta TERRA.

    NOTA: Produção de Biomassa Marinha (Aguapé) poderá promover a Auto-Recuperação de Áreas Degradadas de todo o MUNDO e da sua Biodiversidade, como pode recuperar Produção Pesqueira Marinha Mundial, mas requer também estabelecer um CONSÓRCIO MUNDIAL (Para desenvolver esse Projeto precisamos de apoio da Sociedade Brasileira, Autoridades Mundiais e Pesquisadores das diversas áreas)

    MISSAO TANIZAKI
    Fiscal Federal Agropecuário
    Bacharel em Química
    missao.tanizaki@agricultura.gov.br
    Esplanada dos Ministérios, Bloco “D”, Sala 346-B, Brasíla/DF

    TUDO POR UM BRASIL / MUNDO MELHOR

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