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Macau prepara projeto para disponibilizar água reutilizável

Macau, 6 out (Lusa) – Cerca de 90 mil metros cúbicos de água reutilizável devem ser disponibilizados diariamente em Macau. O projeto é questionado pelo presidente da Associação das Indústrias do Ambiente, António Trindade, que diz desconhecer os objetivos da iniciativa.

Em entrevista ao Jornal Tribuna de Macau, o dirigente afirma que tem aumentado o diálogo entre governo e associações em alguns setores como energia e transportes, mas não foi debatido o tratamento de águas e de resíduos sólidos.

“Estão a acontecer grandes investimentos da Administração nesse processo, mas ninguém sabe porque é que estão projetados e contratados quase 20 mil metros cúbicos de água reutilizável em Macau ou em fase de contratação mais cerca de 70 mil metros cúbicos”, disse.

Um técnico independente ligado ao programa de modernização das estações de tratamento de água de Macau, contatado pela Agência Lusa, explicou que a água que poderá ser reutilizada – proveniente de três estações de tratamento – será usada para regar áreas verdes, limpeza de rodovias e na utilização direta na central de incineração, que usa atualmente cerca de mil metros cúbicos diários.

Só a modernização da central da ilha da Taipa vai permitir a reutilização máxima de cerca de 70 mil metros cúbicos.

Projeto

Macau tem uma capacidade de tratamento de águas de cerca de 360 mil metros cúbicos de água distribuídos majoritariamente pelas estações de Coloane (130 mil metros cúbicos), Taipa (75 mil metros cúbicos) e Macau (140 mil metros cúbicos).

Segundo o mesmo técnico considera que após a modernização da estação da Taipa, a Administração vai ter de investir também na central de Macau, cuja capacidade “já é inferior às necessidades em algumas horas do dia”.

A reutilização da água em Macau, que obriga a um processo adicional de tratamento, é um objetivo da administração lançado em 2006 com a contratação de tecnologias de última geração para estações de tratamento de esgotos.

Para a licitação de gestão e modernização da estação da ilha da Taipa, o Executivo de Macau quer garantias dos concorrentes, colocando como exigência a experiência no setor em mais de dez anos, fator que classificaria apenas uma empresa de Macau.

“Só a Engenharia Hidráulica de Macau, que gere a estação de tratamento de águas de Macau, é que possui mais de dez anos de experiência, enquanto os restantes operadores locais terão de se apresentar associados a outras empresas internacionais no concurso”, disse o técnico.

Matéria da Agência Lusa, 06-10-2008 15:31:33, publicada pelo Ecodebate, 07/10/2008.

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