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As cabeceiras da Andreza, municipio de Barreirinhas, crônica de Mayron Régis

 

opiniao

 

Escreve-se Andreza e não Andressa. Por alguns meses, chegara a acreditar no contrário. Ednólia, presidente da associação, dirimiu a dúvida. Andreza com z e não com dois s.

Ela raspava o Buriti dentro de uma bacia sobre a mesa de sua cozinha. Um vizinho “emprestara” alguns Buritis a ela para que fizesse um suco. Ela bateu a massa do buriti em seu liquidificador e depois a despejou numa jarra. O suco ultrapassou a metade da jarra. Serviu-se o suco de Buriti durante a reunião da associação da Andreza, a secretaria de meio ambiente de Barreirinhas e o Fórum Carajás.

Os representantes da Secretaria e do Fórum Carajás almoçaram para que a reunião se iniciasse sem mais delongas. Arranjou-se um tempinho antes da reunião. Contemplou-se a lagoa da Andreza. As cobras aparecem mais a noite, tranquilizou o filho de Ednólia. Dois afluentes do rio Preguiças nascem dentro do território da Andreza: as cabeceiras do Jatobazal e do Anajazal. O Leandro, plantador de eucalipto, comprou mais de 1.000 hectares do lado da comunidade do Mamede, assentamento do Iterma. A terra pertencia ao senhor Germano.

Ele daria um fim rápido à Chapada caso a Secretaria de Meio Ambiente de Barreirinhas não fosse notificada pelo bispo de Brejo que, por sorte, deu de cara com o desmatamento em estágio inicial. A Secretaria embargou o desmatamento e requisitou a documentação ao Leandro.

A cabeceira do Mamede desperta justamente nesse trecho e caso o desmatamento se completasse, como gostaria o proprietário, as comunidades do Mamede, da Andreza, da Cabeceira do Macaco, da Vera Cruz, do Guarimãzinho, do Centrinho, da Guarimã, da Onça dos Paneiros, da Onça dos Salvador e da Onça do Mamede sofreriam amargamente com esse infortúnio. Os moradores do Mamede evitam o confronto com o senhor Leandro, afinal um dos seus funcionários assassinou o irmão da atual presidente da associação.

O embate contra as monoculturas fica por conta das demais associações (Andreza, Guarimãzinho, Guarimã, Rio Grande dos Lopes e Jurubeba) que requereram a regularização fundiária dos seus territórios ao Iterma. A comunidade da Andreza barrou o corte de bacurizeiros na Chapada que os funcionários do senhor Caiano executavam. A Secretaria de Meio Ambiente apreendeu a madeira que foi doada para a construção de uma ponte. Contou-se, em um trecho da Chapada, oito mil bacurizeiros e quatro mil pequizeiros.

* Mayron Régis, Colaborador do EcoDebate, é Jornalista e Assessor do Fórum Carajás e atua no Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Fórum Carajás, SMDH, CCN e FDBPM).

 

in EcoDebate, 18/09/2015

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