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Artigo

O Meio Antrópico – Saneamento Básico, artigo de Roberto Naime

[EcoDebate] Na prática, podemos afirmar que a questão do saneamento básico precede o conjunto da questão ambiental. As primeiras definições de qualidade ambiental podem ser extraídas dos conceitos de saneamento ambiental, que originalmente estão vinculados com a engenharia civil.

Portanto podemos simplifica o conceito de saneamento básico somo sendo um conjunto de procedimentos adotados numa determinada região que visa proporcionar uma situação higiênica saudável para os habitantes.

Implica em tratamento de água, canalização e tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas e avenidas, coleta e tratamento de resíduos orgânicos (em aterros sanitários regularizados) e materias (através da reciclagem).

Com estas medidas de saneamento básico, é possível garantir melhores condições de saúde para as pessoas, evitando a contaminação e proliferação de doenças. Ao mesmo tempo, garante-se a preservação do meio ambiente.

Saneamento portanto significam captar, tratar e distribuir a água potável para as populações, coletar e canalizar os esgotos domésticos para tratamento e disposição na rede hídrica superficial. E mais modernamente, dispor de sistemas eficientes de gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos, também conhecidos como lixo doméstico.

A idéia é simples: a água é o solvente universal, veículo para carregar bactérias e vírus e se a água que consumimos não tiver rigoroso tratamento pode se tornar um grande propagador de doenças. Da mesma forma os esgotos. Se não forem adequadamente tratados vão poluir o próprio sistema hídrico superficial, de onde nos abastecemos da água que será tratada e potabilizada para consumo humano. Se a água tiver condição original péssima, dificulta e encarece o tratamento, que pode nem ser eficiente o suficiente.

Por último, de nada adianta potabilização de água e tratamento de esgoto, se as populações tiverem de conviver com resíduos sólidos de origem doméstica. O lixo doméstico contém sal, gorduras, uma condição variável de contaminação por metais pesados (que podem ser cancerígenos e teratogênicos – causam má formação de fetos durante a gravidez) e matéria orgânica (restos de alimentos) sofrendo putrefação.

Os índices de cobertura de água tratada são muito elevados em quase todo o país, mas as quantidades de esgoto recolhido e tratado são muito baixas.

Da mesma forma, são razoavelmente eficientes os índices públicos de coleta de resíduos sólidos urbanos doméstico. Mas o mesmo não pode ser dito da disposição final, ainda muito carente de usinas adequadas e projetadas para a reciclagem e o reaproveitamento e células adequadas para a disposição final, com normas adequadas de engenharia e respeitando parâmetros de proteção ambiental.

A questão do saneamento básico tem sido cada vez mais explorada por empreendedores privados, que se interessam pelas atividades vinculadas com a água e mesmo com as tarefas de coleta, reciclagem e disposição final de resíduos sólidos urbanos.

O poder público, principalmente através de prefeituras, tem sido o grande contratador destes serviços, que se tornou um dos melhores filões de mercado para as empreiteiras. Isto é elogiável, porque traz sustentabilildade para as empresas e para o meio ambiente.

Dr. Roberto Naime, colunista do Ecodebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

EcoDebate, 18/05/2011

Nota do EcoDebate: desta série de artigos leiam, ainda:

O Meio Antrópico Industrial, artigo de Roberto Naime

Meio Antrópico Agropecuário, artigo de Roberto Naime

O Meio Antrópico, artigo de Roberto Naime

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