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Parques públicos da Zona Leste de SP sofrem com verminoses

Parque infantil da praça Iguatemi localizada na região de São Mateus, em São Paulo
Parque infantil da praça Iguatemi localizada na região de São Mateus, em São Paulo

Estudo realizado em dez praças públicas da Zona Leste de SP constatou ovos de vermes em 49,7% das amostras

Estudo da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP revelou alta presença de ovos de vermes, transmitidos pelas fezes de animais e do homem, em dez praças públicas com parque infantil nos bairros de São Miguel Paulista e São Mateus, na Zona Leste de São Paulo.

Após doze meses de coletas, verificou-se que das 1.800 amostras analisadas 49,7% possuíam ovos de vermes. Os ovos encontrados nos parques infantis estudados pertencem aos vermes denominados geohelmintos. Estes parasitas necessitam obrigatoriamente de um período no solo com condições adequadas de temperatura e umidade para poderem se tornar infectantes.

De acordo com a pesquisadora Cleidenice Barbosa da Silva Mello, responsável pelo estudo, “as praças analisadas dão uma dimensão do panorama de contaminação dos bairros vizinhos”.

Segundo ela, as elevadas taxas encontradas no estudo devem-se, principalmente, aos animais de rua e à falta de saneamento básico de muitas regiões. “As praças e parques públicos da Zona Leste de São Paulo são transitadas e servem de refúgio para animais errantes, como cães e gatos, que transmitem doenças parasitológicas. Além disso, muitos parques públicos são cortados por esgoto a céu aberto ou estão em regiões que não possuem condições sanitárias adequadas”, relata Cleidenice.

As doenças parasitológicas causam, principalmente, infecções no sistema digestivo, além de problemas respiratórios e até cegueira. As crianças de até cinco anos de idade são as mais atingidas, segundo a pesquisadora. “Por não possuírem um sistema imunológico completamente formado e por frequentarem as praças públicas como área de lazer as crianças são as mais atingidas por essas verminoses”, afirma Cleidenice.

Prevenção
As doenças parasitárias identificadas no estudo são de difícil diagnóstico, sendo muitas vezes diagnosticadas erroneamente ou são assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas. Devido a isso, muitas crianças são hospedeiras destes parasitas e não recebem o tratamento adequado.

“Grande parte dos parasitas encontrados nestas praças, quando alojado no sistema digestivo, sugam nutrientes importantes para o desenvolvimento da criança. Além disso, esses parasitas podem alcançar outros órgãos afetando os pulmões ou os olhos, por exemplo”, afirma.

Para evitar este tipo de contaminação, a pesquisadora defende que as doenças parasitárias devem ter importância nas políticas públicas da prefeitura e também ressalta o papel das campanhas de conscientização para que não haja cães errantes infectados nestes locais.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças transmitidas através do solo e as zoonoses são algumas das doenças chamadas de doenças tropicais negligenciadas que afetam mais de 1 bilhão de pessoas, principalmente as populações pobres que vivem em climas tropicais e subtropicais.

Reportagem de Marcelo Pellegrini, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 16/03/2011

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