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Altamira pode ficar embaixo da água com construção de Belo Monte, diz Cimi

O presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, durante encontro com o presidente do Conselho Indigenista Missionário e bispo da Prelazia do Xingu, Dom Erwin Kräutler (03/02/2010). Foto: Marcello Casal Jr/ABr
O presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, durante encontro com o presidente do Conselho Indigenista Missionário e bispo da Prelazia do Xingu, Dom Erwin Kräutler (03/02/2010). Foto: Marcello Casal Jr/ABr

A cidade de Altamira (PA) corre o risco de desaparecer com a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, alertou ontem (3) o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Erwin Kräutler, logo após reunião com o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Segundo Kräutler, os habitantes de Altamira, os índios, a população ribeirinha e o Parque Indígena do Xingu serão prejudicados com a obra. “Eu não acredito que seja possível combinar por um lado a destruição de significativa de parte do Xingu e por outro lado o povo de Altamira e essa hidrelétrica. Eu estou convicto que vai trazer para o próprio Brasil algo que é irreversível e irrecuperável”, afirmou.

Outra preocupação do religioso é de que a obra traga para as cidades próximas à região da usina um fluxo de migração que esses municípios não estão preparados para suportar. Segundo ele, em algumas cidades como Anapu já começaram a chegar famílias em busca de melhores condições por causa da hidrelétrica.

O Cimi deve entrar com uma ação no Ministério Público questionando a licença prévia dada para a construção da usina. “Tem coisas aí que não aceitamos e claro que vamos usar os canais que são outorgados pela Constituição como uma ação no Ministério Público”, disse.

O presidente do Ibama, Roberto Messias, disse que entre as condicionantes para a construção da usina foi exigido o detalhamento de todas as ações que irão impactar na cidade de Altamira. Ele reconhece que o município tem carências estruturais.

Ele disse ainda que, por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o diálogo entre governo e os afetados pela construção da hidrelétrica estará sempre aberto.

“O processo vai seguir, vamos receber sugestões e sobretudo o diálogo, vamos deixar o diálogo sempre aberto, por instrução do presidente, com todas as pessoas que possam ser afetadas para que possamos aperfeiçoar esse processo, que é licenciar boas obras para o país que nós queremos”, afirmou.

A licença prévia ambiental para a construção da Usina de Belo Monte foi concedida na última segunda-feira (1º) e o documento lista 40 condicionantes que terão de ser cumpridas para que o empreendedor receba autorização para as obras.

A Agência Brasil errou – Brasília – A Agência Brasil publicou ontem (3) uma informação errada sobre o risco de inundação da cidade Altamira com a construção da Usina de Belo Monte, no Pará. Na verdade, o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Erwin Kräutler, disse que pode haver a inundação de parte do município.

Reportagem de Roberta Lopes, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 04/02/2010

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