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Reduzir as emissões poderia aumentar a utilização das terras para produção de energia

Reduzir as emissões poderia aumentar a utilização das terras para produção de energia

[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] As políticas energéticas, que visam a redução das emissões de gases com efeito de estufa nos EUA, podem, também, aumentar a quantidade de terras e habitats naturais afetados pela produção de energia. Isto em razão do aumento da demanda de área para geração de energia hidrelétrica, solar e eólica, em substituição à geração termelétrica por carvão. É o que afirmam pesquisadores no estudo “Energy Sprawl or Energy Efficiency: Climate Policy Impacts on Natural Habitat for the United States of America“, publicado na PLoS ONE.

Os autores estimaram os impactos, em termos de demanda por terras, para várias técnicas de produção de energia em 2030, identificando que a energia nuclear, carvão e geotérmica exigem o mínimo de área. Energia eólica e solar utilizam, proporcionalmente, mais espaço, seguido por biocombustíveis e queima de biomassa para a produção de eletricidade. Por exemplo, produção de biodiesel de soja aumentará de 788 para 1.000 Km2 para gerar a mesma quantidade de energia de 1,9 / 2,8 Km2 reservados para a energia nuclear.

Políticas que reduzam as emissões tendem a resultar em maior uso de terras para a energia, dizem os autores. Independentemente da legislação específica, no entanto, estimam que a produção de energia irá afetar, pelo menos, mais 206.000 Km2 em 2030. Florestas temperadas decíduas e campos temperados provavelmente serão os mais atingidas, enquanto habitats tais como florestas e áreas alagadas serão relativamente imunes à nova demanda.

Os pesquisadores apenas consideraram a área efetivamente destinada à geração de energia, tal como a área total de uma hidrelétrica (instalações e barragem), o que causa uma distorção na energia nuclear, tendo em vista que a área do entorno de uma central nuclear não foi contabilizada, mesmo estando na área de impacto secundário ou na área de evacuação em caso de acidente.

A questão da demanda por terras possui implicações severas em países com pequena área disponível para um eventual aumento da área destinada à geração de energia.

Por outro lado, os autores dizem que, em qualquer circunstância e para qualquer forma de geração, será recomendável a utilização de terras severamente degradadas ou com baixa densidade populacional ou com biodiversidade já severamente afetada pela ação humana.

O artigo “Energy Sprawl or Energy Efficiency: Climate Policy Impacts on Natural Habitat for the United States of America”, de McDonald, R., Fargione, J., Kiesecker, J., Miller, W., & Powell, J. (2009), publicado na PLoS ONE, 4 (8) DOI: 10.1371/journal.pone.0006802, está disponível para acesso integral no formato HTML. Para acessar o artigo clique aqui.

Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract.

Abstract

Concern over climate change has led the U.S. to consider a cap-and-trade system to regulate emissions. Here we illustrate the land-use impact to U.S. habitat types of new energy development resulting from different U.S. energy policies. We estimated the total new land area needed by 2030 to produce energy, under current law and under various cap-and-trade policies, and then partitioned the area impacted among habitat types with geospatial data on the feasibility of production. The land-use intensity of different energy production techniques varies over three orders of magnitude, from 1.9–2.8 km2/TW hr/yr for nuclear power to 788–1000 km2/TW hr/yr for biodiesel from soy. In all scenarios, temperate deciduous forests and temperate grasslands will be most impacted by future energy development, although the magnitude of impact by wind, biomass, and coal to different habitat types is policy-specific. Regardless of the existence or structure of a cap-and-trade bill, at least 206,000 km2 will be impacted without substantial increases in energy efficiency, which saves at least 7.6 km2 per TW hr of electricity conserved annually and 27.5 km2 per TW hr of liquid fuels conserved annually. Climate policy that reduces carbon dioxide emissions may increase the areal impact of energy, although the magnitude of this potential side effect may be substantially mitigated by increases in energy efficiency. The possibility of widespread energy sprawl increases the need for energy conservation, appropriate siting, sustainable production practices, and compensatory mitigation offsets.

Citation: McDonald RI, Fargione J, Kiesecker J, Miller WM, Powell J (2009) Energy Sprawl or Energy Efficiency: Climate Policy Impacts on Natural Habitat for the United States of America. PLoS ONE 4(8): e6802. doi:10.1371/journal.pone.0006802

Editor: Juan A. Añel, Universidade de Vigo, Spain

Received: March 13, 2009; Accepted: August 7, 2009; Published: August 26, 2009

Copyright: © 2009 McDonald et al. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.

Funding: The authors were financially supported by The Nature Conservancy (R.I.M, J.F., J.K., J.P.) and Northwestern University (W.M.M.). The funders had no role in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.

Competing interests: The authors have declared that no competing interests exist.

* E-mail: rob_mcdonald{at}TNC.ORG

EcoDebate, 31/08/2009

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