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Economias emergentes enfrentam risco agudo de desastres

Desastres naturais ameaçam provocar danos e sofrimento amplos em países emergentes, muitos dos quais já se encontram à beira da catástrofe em função da recessão global, anunciou um organismo das Nações Unidas neste domingo.

De acordo com a Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (ISDR, da sigla em inglês), os países em desenvolvimento, muitos dos quais deixaram de lado os padrões de segurança durante os anos recentes de crescimento acelerado, têm 1 bilhão de pessoas que vivem em favelas e áreas de invasão sujeitas a catástrofes. Matéria de Laura MacInnis, na Reuters Brasil.

Favelas e outras áreas densamente povoadas e com redes de saneamento insuficientes estão elevando a frequência e a gravidade de enchentes em muitas cidades, especialmente na Ásia, onde, segundo a ISDR, grandes áreas de imóveis comerciais e infraestrutura também estão expostos a tempestades e terremotos.

“Os riscos de desastre vêm aumentando de maneira alarmante, ameaçando os ganhos obtidos com o desenvolvimento e colocando em risco a estabilidade e segurança globais”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao apresentar em Bahrein o relatório de 200 páginas da ISDR.

A organização, que tem sede em Genebra, estimou que a parcela da economia global que é diretamente ameaçada por enchentes dobrou desde 1990 e que 28 por cento mais pessoas correm o risco de perder suas casas, rendas e vidas hoje do que duas décadas atrás.

“A maior parte do risco de inundações se concentra em países asiáticos”, disse a ISDR, estimando que três quartos das pessoas que correm o risco de morrer em enchentes em todo o mundo se concentram em Bangladesh, Índia e China.

A Tailândia e a Indonésia também enfrentam ameaças substanciais de enchentes, diz o relatório. Bangladesh é citado como o país que enfrenta o maior risco de mortalidade por ciclones, ao lado da China, Índia, Filipinas, Mianmar e Madagascar, enquanto Etiópia, Índia e Indonésia são os mais vulneráveis a deslizamentos de terra mortíferos.

A China e a Índia correm o maior risco de mortes por terremotos, seguidas pela Indonésia, El Salvador, Guatemala e a República Democrática do Congo. Países da África subsaariana foram citados como tendo mais habitantes e plantações expostos a riscos em função de secas.

As comunidades mais pobres nos países em desenvolvimento são as que enfrentam os maiores riscos de desastres e raramente têm cobertura de seguros.

A ISDR estimou que 1,7 milhão de pessoas morreram desde 1975 em 23 “megadesastres” e que grandes tempestades e emergências de origem climática devem aumentar em decorrência do aquecimento global.

“Muitas áreas urbanas enfrentarão problemas por falta de água e eletricidade, ondas de calor e de frio e vetores de doenças mais prevalentes”, disse a organização, mencionando preocupações especiais com o impacto da elevação do nível dos oceanos sobre Daca, Mumbai e Xangai, grandes partes das quais ficam apenas entre 1 e 5 metros acima do nível do mar.

A ISDR enfatizou que não são apenas fatores geográficos que tornam os bolsões pobres do mundo mais vulneráveis a desastres, dizendo que a governança fraca vem aumentando a exposição das populações e economias dos países mais pobres à devastação.

Matéria da Reuters Brasil, domingo, 17 de maio de 2009 10:41 BRT, enviada por Edinilson Takara, leitor e colaborador do EcoDebate.

[EcoDebate, 18/05/2009]

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