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Estudos com própolis e celulose são testados como antibacteriano e cicatrizante

Sybele com biocurativo de celulose
Sybele com biocurativo de celulose

Gel e biocurativo são testados como antibacteriano – Um gel à base de extrato de própolis e um curativo produzido a partir da membrana de uma celulose, elaborada pela bactéria Acetobacter xylinum, estão sendo testados como antibacterianos e cicatrizantes, respectivamente, para tratar queimaduras e feridas de difícil cicatrização. Conduzidas no Laboratório de Materiais Fotônicos do Instituto de Química (IQ), câmpus de Araraquara, em cooperação com a empresa Apis Flora, de Ribeirão Preto (SP), as pesquisas são coordenadas pelos químicos Younes Messaddeq e Sidney José Lima Ribeiro.

O estudo do curativo biológico traz um avanço em relação à membrana de celulose produzida pela bactéria Acetobacter xylinum, espécie encontrada facilmente em frutas e legumes em decomposição, e já utilizada por alguns médicos. Ao ser aplicada sobre área queimada ou ferida, a celulose é capaz de aliviar a dor em poucos segundos. “Este tipo de celulose vem ganhando destaque nos últimos anos, principalmente na medicina, pela capacidade retenção de água, boa elasticidade, além de ser atóxica, antialérgica e facilmente moldável”, aponta o professor Messaddeq.

Hernane segura manta de celulose antes do beneficiamento
Hernane segura manta de celulose antes do beneficiamento

Pela atividade antimicrobiana do extrato de própolis, os pesquisadores o acrescentaram ao gel, já utilizado como cicatrizante, e ao curativo biológico, produzido em forma de película. A própolis contem resinas vegetais e exsudatos – um líquido com alto teor de proteínas e células de defesa produzidas em resposta a danos em tecidos e vasos sangüíneos. Segundo os pesquisadores, por aderir com facilidade à lesão e pela sua transparência, o novo biocurativo possibilita o constante acompanhamento da cicatrização, sem que seja necessária sua remoção.

“Nos ensaios biológicos in vitro, o biocurativo contendo própolis mostrou resultados extremamente promissores, principalmente na inibição e prevenção do crescimento microbiano”, diz Hernane Barud, doutorando em Química que participa do estudo. “A película também bloqueia a passagem de novos micro-organismos e diminui as perdas de proteínas no local”, acrescenta a dentista Sybele Saska, que integrou a equipe. A explicação para o bloqueio de novas bactérias está na propriedade mecânica do material, formado a partir da trama de fios de tamanho nanométrico – milionésima parte de um milímetro.

A próxima etapa da pesquisa será o teste dos produtos em animais. Somente depois de superada essa fase é que o biocurativo poderá ser testado em humanos.

Texto de Julio Zanella, da UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

[EcoDebate, 06/05/2009]

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2 thoughts on “Estudos com própolis e celulose são testados como antibacteriano e cicatrizante

  • Kleber Fleming

    parabens pela pesquisa, um grande avanço da ciência e tecnologia.Novamente destaca alternativas naturais em beneficio a civilização.
    Em frente gente brasileira.

    “para todo fim existe sempre um novo começo”

Fechado para comentários.