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Governador do Maranhão e embaixador da Indonésia discutem implantação de refinaria de biocombustível

O governador Jackson Lago recebeu, na tarde desta terça-feira (09), no Palácio dos Leões, o embaixador da Indonésia, Bali Moniaga, em visita oficial ao Maranhão com o objetivo de iniciar conversações para implantar no estado uma refinaria de biocombustível, a partir da amêndoa do dendê, com uma plantação de palma em no mínimo 500 mil hectares.

Vamos estudar essa possibilidade, pois temos amplas condições para receber investimentos desse porte no estado, além da proximidade do nosso porto com a Europa e Estados Unidos”, disse o governador Jackson Lago. Por Raimundo Garrone, Secom, MA

A estimativa do governo indonésio é que sejam investidos 3,5 bilhões de dólares, gerando cerca de 125 mil empregos diretos. “Foi muito positivo esse primeiro encontro, esperamos que possamos realmente investir no Maranhão”, ressaltou Bali Moniaga.

O cônsul da Indonésia no Brasil, que acompanhava a comitiva, Paulo Camiz da Fonseca, explicou que o dendê é o óleo mais puro do mundo, com 0% de gordura trans, o que amplia ainda mais a capacidade lucrativa da cultura da palma. “Países como os EUA, por exemplo, só permitem a utilização de qualquer óleo que tenha 0% de gordura trans. E essa é uma tendência mundial”, explicou.

A escolha do Maranhão deu-se pela feliz união de um porto como o Itaqui e a localização geográfica do estado em relação à Linha do Equador. “A palma cresce até 7º graus da linha do Equador, e o Maranhão está nessas condições”, disse Ossy Tirta, diretor do Salim Group, a maior empresa na área de palma da Indonésia.

Ainda participaram da reunião o secretário de Planejamento e orçamento, Aziz Santos, o secretário adjunto da Indústria e Comércio, Fernando Duailibe, e o presidente da Fundação Maranhense de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão, Sofiane Labidi.

Dendê – Entre as oleaginosas cultivadas, o dendezeiro ou palma, como é conhecido, é a planta que apresenta a maior produtividade por área cultivada. Produz, em média, 10 vezes mais óleo do que a soja. As práticas culturais adotadas no seu cultivo constitui-se em um sistema de produção agroindustrial, com aceitável estabilidade ecológica e baixos impactos negativos ao ambiente.

A planta produz três anos após o plantio e tem sua produção distribuída ao longo do ano, por mais de 25 anos consecutivos.
O fruto de dendê produz dois tipos de óleos, extraído por processos físicos: pressão e calor, sem uso de solventes químicos. O óleo de palma ou dendê ocupa hoje o 1º lugar na produção mundial de óleos e ácidos graxos.

* Nota enviada pelo Fórum Carajás.

Nota do Ecodebate: a destruição das florestas na Indonésia para produção de óleo de palma é uma tragédia socioambiental internacionalmente conhecida e reconhecida, sendo um dos principais argumentos contra os biocombustíveis. Para maiores e melhores informações sobre os riscos potencias desta “aparente generosidade” sugerimos que leiam os textos abaixo:

Expansão dos dendezeiros para agrocombustíveis: queimando toda esperança de estabilizar o clima? artigo de Almuth Ernsting

Foto: Devastação da floresta tropical de Borneo, Indonésia, para plantação de palma

Brasil e Indonésia lideram ranking de desmatamento

Impactos sociais e ambientais das monoculturas: Ásia (Camboja, Indonésia, Malásia e Tailândia)

agrocombustíveis: Palmeira toma o lugar da floresta virgem em Sumatra

[EcoDebate, 11/02/2009]

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