EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

Inpe registra avanço do desmatamento na Amazônia em fevereiro

O desmatamento na Amazônia voltou a crescer em fevereiro, de acordo com dados do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), apesar do período de chuvas na região, que dificulta a ação dos madeireiros. Matéria de Danilo Macedo e Luana Lourenço, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate.

A área desmatada no período, calculada em 725 quilômetros quadrados, é 13,45% maior do que a registrada em janeiro desse ano, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou 639,1 quilômetros quadrados de novas áreas devastadas.

Os dados revelam avanço do desmatamento mesmo após as medidas anunciadas pelo governo federal para combater a devastação da Amazônia, entre elas o fortalecimento das operações da Polícia Federal e a restrição de crédito para propriedades irregulares.

Ao comentar os números, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a avaliação dos resultados das ações de combate ao desmatamento não pode ser imediatista.

“É claro que a resposta dessas medidas não tem a mesma velocidade que a dinâmica [do desmatamento] que está em curso tem. Com certeza, elas irão surtir efeito, mas não em apenas um mês ou dois”, disse, no dia 3/4, na cerimônia de posse dos conselheiros da Reserva da Biosfera do Pantanal.

“O que nós queremos é que todas elas [medidas] todas venham a acontecer e, se possível, tenhamos também, em 2008, uma redução no desmatamento”, acrescentou.

De acordo com os dados do Deter, Mato Grosso concentra 88% do desmate total registrado no período. Em fevereiro, a área devastada no estado foi de 639 quilômetros quadrados e cresceu 68% em relação ao mês anterior.

Em Rondônia, o desmatamento cresceu 8,7% no mesmo período. Já o Pará registrou queda de 12,6% em relação a janeiro. Os três estados concentram os 36 municípios que mais desmataram a floresta Amazônica em 2007.

O Deter é um sistema de monitoramento da Amazônia por satélites que fornece dados sobre a cobertura vegetal da região. A consolidação dos dados é feita por outra metodologia, o Projeto de Estimativa de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), que define as taxas de desmatamento.