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Notícia

Produtos reciclados contaminados com resíduos radioativos são uma ameaça

Na edição de 11/11, o sítio noticioso “Bloomberg” dá destaque aos produtos reciclados contaminados com residuos radioativos contidos em sucatas. Segundo a matéria [Radioactive Beer Kegs Menace Public, Boost Costs for Recyclers], a eliminação inadequada de equipamentos industriais e hospitalares, contendo materiais radioativos, está contaminando a sucata, utilizada em fundições, o que está contaminando diversos bens de consumo. Por Henrique Cortez, do EcoDebate.

A matéria cita que autoridades francesas, no mes passado, informaram ter encontrado 500 conjuntos de botões radioativos instalados em elevadores em todo o país.

Em 2007, a alfândega dos EUA rejeitou 64 transferências de produtos e mercadorias, incluindo bolsas, cutelaria, ferramentas nos portos, por conterem resíduos radioativos. Índia foi a maior fonte, seguidas pela China.

Muitos dispositivos radioativos não foram licenciados, quando eles foram largamente utilizados pela indústria, na década de 1970. Embora muitos países tenham criado regulamentações rigorosas, ainda é difícil monitorar os equipamentos de primeira geração, que agora estão próximos do fim da sua vida útil.

Scanners médicos, equipamentos de mineração e processamento dos alimentos, que contenham material radioativo, o césio-137 e cobalto-60, são muitas vezes vendidos sem controle ou registro e vendidos como sucata para reciclagem, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, o braço nuclear da ONU.

A AIEA informa que pode haver mais de 1 milhão de fontes radioativas desaparecidas em todo o mundo.

Para nós, no Brasil, esta não é uma denúncia nova, porque foi exatamente o que aconteceu no desastre radioativo de Goiânia, em setembro de 1987. Dois sucateiros encontraram no Instituto Goiano de Radioterapia, um prédio abandonado da Santa Casa de Misericórdia, um equipamento metálico com mais de 100 quilos, o que seria uma ‘fortuna” em sucata. Ao desmontarem uma peça metálica, os dois sucateiros, durante a desmontagem do aparelho, foram expostos e expuseram o ambiente a 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl). O resultado foi o maior acidente radiológico da história.

Segundo informações da Comissão Nacional de Energia Nuclear(CNEN), cerca de 112.800 pessoas foram monitoradas em razão da potencia exposição à radiação, sendo que 129 apresentaram contaminação corporal interna e externa, das quais 49 foram internadas e 21 exigiram tratamento médico intensivo.

Como se vê, à vista do que aconteceu em Goiânia e diante de mais de 1 milhão de fontes radioativas desaparecidas em todo o mundo, o avanço real sobre o controle de fontes radioativas foi mínimo.

Deste forma, a ocorrência de um novo grande acidente radiológico é, apenas, uma questão de tempo

Para acessarem a matéria “Radioactive Beer Kegs Menace Public, Boost Costs for Recyclers“, By Jonathan Tirone and Subramaniam Sharma, no seu original, em inglês, clique aqui

[EcoDebate, 13/11/2008]

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