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Belo Monte: relatório revela ameaça de debacle financeira para futuros investidores

[Telma Monteiro] Bancos públicos e privados, fundos de pensão e outros investidores, receberam hoje (19) o link de acesso ao relatório que alerta para os riscos que podem enfrentar caso concordem em financiar a UHE Belo Monte, no rio Xingu (PA).

Belo Monte: relatório revela ameaça de debacle financeira para futuros investidores

O relatório “Análise de Riscos para Investidores no Complexo Hidrelétrico Belo Monte”, elaborado pelas ONGs Amigos da Terra – Amazônia Brasileira,  International Rivers e especialistas demonstra que instituições financeiras que vierem a investir em Belo Monte podem sofrer prejuízo financeiro, uma vez que o desempenho da hidrelétrica não compensaria seu custo.

Além disso, por ser um projeto que enfrenta resistência de movimentos sociais, de populações tradicionais e de povos indígenas, e que se viabilizado causaria impactos socioambientais imensuráveis, Belo Monte poderá levar a danos à imagem de empresas e instituições. “Bancos e outros financiadores devem enfrentar riscos financeiros e de reputação, dado o enorme potencial de danos ambientais e sociais”, explica o coordenador de Eco-finanças de Amigos da Terra e co-autor do relatório, Roland Widmer.

Segundo o relatório, as instituições financeiras que decidirem investir no projeto de construção de Belo Monte poderão ser co-responsabilizadas por danos sociais e ambientais decorrentes.

Ações judiciais
Além das questões financeiras e dos impactos socioambientais, as empresas e instituições – públicas e privadas – envolvidas no projeto já enfrentam ações judiciais.  Até o momento, o Ministério Público Federal e organizações da sociedade civil ajuizaram dez Ações Civis Públicas (ACPs) diferentes que questionam as ilegalidades do processo de licenciamento ambiental.

“Apenas o reassentamento forçado de comunidades indígenas que vivem ao longo da Volta Grande do Xingu – um trecho de 100 km onde o rio será desviado para canais artificiais para gerar eletricidade – pode resultar em ações de até um bilhão de dólares”, explica o procurador da República Felício Pontes.

O consórcio responsável pelo empreendimento e investidores  já enfrentam denúncias sobre violações de acordos internacionais de direitos humanos e proteção ambiental na Comissão de Direitos Humanos da ONU e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. A Avaaz deu início a uma campanha mundial para obter assinaturas na petição contra Belo Monte.  Fonte Eco-Finanças

Para baixar o relatório “Análise de Riscos para Investidores no Complexo Hidrelétrico Belo Monte” na versão 7 Mb, clique aqui

Para baixar o relatório “Análise de Riscos para Investidores no Complexo Hidrelétrico Belo Monte” na versão 11 Mb, clique aqui

Para assinar a petição “Pare Belo Monte: não à mega usina na Amazônia”, clique aqui

Análise originalmente publicada no Blog de Telma Monteiro,colaboradora e articulista do EcoDebate, coordenadora de Energia e Infraestrutura Amazônia da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé

EcoDebate, 31/01/2011

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