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Áreas de Nova Friburgo e Petrópolis, devastadas pela chuva, devem tornar-se áreas de proteção ambiental

O governo do estado do Rio de Janeiro anunciou ontem (23) que será implantado um parque ecológico no distrito de Córrego Dantas, em Nova Friburgo, um dos locais mais castigados pelas fortes chuvas registradas na região serrana fluminense há 12 dias. Os estudos para implantação do parque serão iniciados nos próximos dias.

O presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), vinculada à Secretaria de Obras do estado, Ícaro Moreno Júnior, informou à Agência Brasil que o parque “vai servir como área de lazer, turismo e educação ambiental”. O parque irá ocupar uma área de 20 quilômetros (km) de extensão por 100 metros de largura, totalizando 2 milhões de metros quadrados (m²).

Moreno explicou que, no local, a calha do rio está totalmente ocupada. “Nós vamos remover e realocar todas as pessoas que estão nesse vale e construir um parque ecológico. Ele terá uma dimensão tamanha que toda a região vai usar esse parque. Tanto Teresópolis, como Petrópolis, Nova Friburgo e toda a região no entorno”.

O presidente da Emop não descartou a possibilidade de ser firmada uma parceria público-privada (PPP) para a manutenção do parque. “Os governos federal, estadual e municipal implantam o parque e, depois, as empresas privadas, numa parceria, poderiam fazer a manutenção e a operação. Seria muito bom fazer um chamamento às empresas privadas”. A expectativa é que, em 2012, o parque de Córrego Dantas estará concluído. “Um ano é a nossa meta”, disse Ícaro Moreno Júnior.

Vale do Cuiabá, em Petrópolis, também deve virar área de proteção ambiental

A configuração geográfica e os cursos dos rios que foram alterados pelas fortes chuvas e avalanches de terra que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro, no último dia 12, devem ser transformados em unidades de proteção, como parques fluviais. A primeira etapa do projeto já foi iniciada com o mapeamento por satélite e por terra das áreas atingidas.

Os municípios mais castigados foram os de Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, São José do Vale do Rio Preto e Sumidouro. O estudo está sendo elaborado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

De acordo com a presidente do órgão, Marilene Ramos, o Vale do Cuiabá, em Petrópolis, por exemplo, antes ocupado por condomínios de luxo, deve se transformar em unidade de conservação.

“Após a tragédia, córregos e rios definiram novas áreas de inundação. Estamos começando os primeiros levantamentos para a criação de parques fluviais a partir dessas mudanças. Já criamos parques semelhantes ao longo de outros rios no estado, entre os quais Guandu, Piabanha e Macacu”, disse ela.

Marilene não descartou a necessidade de desapropriações, já que algumas áreas da região serrana passaram a oferecer risco à ocupação. Além disso, os parques fluviais servem para inibir as construções irregulares.

“O Vale do Cuiabá, segundo avaliações preliminares, pode ter algumas ruas e acessos fechados para que seja possível a recomposição natural da região”, afirmou Marilene. Antes, o local era ocupado por mansões, sítios e condomínios de luxo de famílias tradicionais do Rio de Janeiro, que costumavam passar o fim de semana na região serrana.

O Vale do Cuiabá foi uma das áreas mais devastadas pelo Rio Santo Antônio, que passava nos fundos dos terrenos das construções de luxo na região.

Reportagens de Alana Gandra e Douglas Corrêa, da Agência Brasil, publicadas pelo EcoDebate, 24/01/2011


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