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Nada a comemorar: DETER/INPE indica 485 km2 de desmatamentos na Amazônia em julho

Importante ferramenta de suporte à fiscalização na Amazônia, o sistema DETER – Detecção do Desmatamento em Tempo Real, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), indica que no último mês de julho 485 km2 da floresta sofreram corte raso ou degradação progressiva.

Confira a distribuição do desmatamento nos estados:
Acre = 4,5 km2
Amazonas = 46,9 km2
Maranhão = 22,0 km2
Mato Grosso = 102,2 km2
Pará = 237,9 km2
Rondônia = 70,0 km2
Tocantins = 1,6 km2
Total = 485,1 km2

No mapa abaixo os pontos amarelos mostram a localização dos alertas emitidos pelo DETER. Em rosa, as áreas não monitoradas devido à cobertura de nuvens, que foi de 29% em julho:

Nada a comemorar: DETER/INPE indica 485 km2 de desmatamentos na Amazônia em julho

Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, os dados do DETER não representam uma avaliação fiel do desmatamento mensal da floresta amazônica. Pelos mesmos motivos o INPE não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos.

O relatório resumido com os números apontados pelo DETER em julho e nos meses anteriores está disponível aqui

Balanço anual do DETER
Nos últimos 12 meses – de agosto de 2009 a julho de 2010 – os alertas emitidos pelo sistema DETER corresponderam a 2.295,87 km2. No período anterior – de agosto de 2008 a julho de 2009 – o DETER havia apontado 4.375,15 km2.

Nos últimos 12 meses – de agosto de 2009 a julho de 2010 – os alertas emitidos pelo sistema DETER corresponderam a 2.295,87 km2

Os números apontados pelo DETER são importantes indicadores para os órgãos de controle e fiscalização. No entanto, para computar a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia, o INPE utiliza o PRODES.

Diferentemente do DETER, o sistema PRODES utiliza imagens de melhor resolução espacial capazes de mostrar pequenos desmatamentos. No final do ano será divulgada a estimativa para o período de agosto de 2009 a julho de 2010 computada pelo PRODES.

O DETER é um indicador de tendência, mas seu resultado não é proporcional ao PRODES. Como demonstrado na tabela abaixo, as áreas menores que 100 hectares medidas pelo PRODES aumentaram de 25% em 2002 para 85% em 2009. Muitas destas áreas não podem ser detectadas pelo DETER devido à menor resolução do sensor MODIS, utilizado pelo sistema.

Como demonstrado na tabela abaixo, as áreas menores que 100 hectares medidas pelo PRODES aumentaram de 25% em 2002 para 85% em 2009

O sistema DETER
Em operação desde 2004, o DETER (Detecção do Desmatamento em Tempo Real) é um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. Embora os dados sejam divulgados em relatórios mensais ou bimestrais, os resultados do DETER são enviados a cada quinzena ao Ibama, responsável por fiscalizar as áreas de alerta.

O sistema indica tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas classificadas como degradação progressiva, que revelam o processo de desmatamento na região.

Como DETER utiliza dados do sensor MODIS do satélite Terra, com resolução espacial de 250 metros, é possível detectar apenas polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. O INPE reitera que nem todos os desmatamentos maiores que 25 hectares são identificados pelo sistema, devido à cobertura de nuvens. Contudo, a menor resolução dos sensores usados pelo DETER é compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.

A cada divulgação sobre este sistema de alerta o INPE apresenta também um relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como todos os dados relativos ao DETER, são públicos e podem ser consultados no site www.obt.inpe.br/deter

EcoDebate, 01/09/2010

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One thought on “Nada a comemorar: DETER/INPE indica 485 km2 de desmatamentos na Amazônia em julho

  • Como nunca antes neste país, o desgoverno lulopetista encerrará sua gestão com chave de ouro: o maior desmatamento da história do país. Só falta optarem pela CONTINUIDADE. Não sobrará nada para nossos filhos.

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