Conhecimento ecológico local da Amazônia é tão preciso quanto métodos científicos convencionais
Conhecimento ecológico local da Amazônia é tão preciso quanto métodos científicos convencionais
Um estudo internacional publicado na revista Methods in Ecology and Evolution mostra que o conhecimento ecológico local das populações que vivem na Amazônia é tão preciso quanto os métodos científicos convencionais para estimar a abundância de espécies animais.
Os pesquisadores compararam a abundância de 91 espécies selvagens (entre mamíferos, pássaros e tartarugas) obtidas após amostragem de mais de 7 mil quilômetros de transectos lineares e realizando 291 entrevistas no LEK de pessoas locais em 17 áreas ao longo do Amazonas. Os resultados mostraram uma grande similaridade na abundância estimada entre os dois métodos.
“O conhecimento ecológico das populações locais é mais preciso do que 10 anos de monitoramento científico convencional da abundância animal na Amazônia”, afirma Franciany Braga-Pereira, uma das autoras do estudo.
Os pesquisadores acreditam que o conhecimento ecológico local pode ser uma ferramenta valiosa para a conservação da biodiversidade na Amazônia. O método é mais barato e mais rápido do que os métodos científicos convencionais, e pode ser usado para monitorar espécies que são difíceis de observar, como espécies noturnas ou crípticas.
Além disso, o envolvimento das comunidades locais no monitoramento da biodiversidade pode ajudar a promover a conservação e o desenvolvimento sustentável.
Referência:
Braga-Pereira, F., Morcatty, T. Q., El Bizri, H. R., Tavares, A. S., Mere-Roncal, C., González-Crespo, C., Bertsch, C., Rodriguez, C. R., Bardales-Alvites, C., von Mühlen, E. M., Bernárdez-Rodríguez, G. F., Paim, F. P., Tamayo, J. S., Valsecchi, J., Gonçalves, J., Torres-Oyarce, L., Lemos, L. P., de Mattos Vieira, M. A. R., Bowler, M., … Mayor, P. (2021). Congruence of local ecological knowledge (LEK)-based methods and line-transect surveys in estimating wildlife abundance in tropical forests. Methods in Ecology and Evolution, 00, 1– 14. https://doi.org/10.1111/2041-210X.13773
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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